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René responde tricolores no Twitter; veja íntegra

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Historico
Publicada em 7 de maio de 2011 às 18:07 por Da Redação

O técnico René Simões utilizou a sua assessoria de imprensa pessoal para receber perguntas de torcedores do Bahia, desde o meio da semana, no Twitter. As respostas foram publicadas, neste sábado, no Facebook do treinador. Confira da maneira em que foi colocada lá:

– Sabemos que um clube como o Corinthians cedeu jogadores sem ônus para o Bahia. Como isso influencia na autonomia para escalar o time? (Apio Vinagre Nascimento)
R.: Muitos clubes fazem esse tipo de parceria, com os cedentes, em alguns casos pagando parte dos salários. Mas isto não os credencia a qualquer tipo de interferência. Não existiu ate agora e não existira aqui no Bahia.

– Há quem diga que no futebol de hoje vence quem toma menos gols. Eu acredito que o futebol ofensivo jogado pelo Bahia no clássico seja a melhor opção para vencer o jogo, marcando mais gols. Foi uma escalação apenas devido à situação do campeonato ou o senhor pretende refazer essa escalação, visto que foi o jogo com melhor resultado tático do time até então? (Hildécio Neto)
R.: Tudo passa por equilíbrio e funções. Eu gosto de jogar tendo onze atacantes e onze defensores, a bola determina o que é cada jogador. Vejamos o basquete: Ao arremessar uma bola para a cesta, o jogador que a faz se torna imediatamente defensor, ao contrário o jogador que ganha um rebote se torna imediatamente atacante. No futebol, quem defende não pensa em atacar imediatamente e quem ataca leva uma eternidade para defender. Se tivermos essa mentalidade podemos ter cinco jogadores entrando na área do adversário e não ficaremos sem defensores.

– Tressor Moreno atuou muito bem em seus primeiros jogos pelo clube, mas depois seu futebol caiu de produção. O que você acha que houve? Ainda podemos esperar boas atuações desse jogador? (Paulo Henrique)
R.: A palavra chave para o futebol dos dias atuais e INTENSIDADE. Ela só é conseguida com muita mobilidade e velocidade, sem isso qualquer jogador é anulado por jogadores com grande condicionamento físico, e até sem ou de pouca técnica. Temos trabalhado muito com ele para ser mais dinâmico e ganhar essa intensidade. Técnica ele tem e muita.

– Em sua opinião, um clube como o Bahia que ocupa uma posição intermediária dentro do futebol brasileiro, com dificuldades financeiras e de inúmeras ordens, pode lançar mão dos clichês futebolísticos em termos de posicionamento, esquema tático, característica de jogadores etc, para conseguir com criatividade, supreender os adversários mais fortes que podem ir ao mercado arregimentar os melhores jogadores? Como fugir do óbvio? (Nilton Bartolo Sanches Gualberto júnior)
R.: O futebol está cada mais científico, já não existe mais espaço para curiosos. E claro que o poder financeiro e político ( peso da camisa, número de torcedores no estádio pressionando a arbitragem, poder da imprensa de colocar carga nas arbitragens, etc) no geral fazem diferença. Acho que a força do trabalho e do grupo de jogadores, fortes, unidos, com objetivos bem determinados e entendidos podem te levar a vitórias no futebol. Pensem na quarta feira passada e veremos que os ganhadores, todos sem exceção, eram de menor investimento e qualidade. Foram mais determinados e organizados. As regras do futebol te permitem isso.

– René, em 2007 além do titulo pelo Coxa, qual foi o momento que o Sr. considerou mais importante para o grupo? (Paulinho)
R.: Foi quando jogadores entenderam que as coisas no futebol precisam ser conquistadas (assim como na vida). Eles reclamavam que a torcida não apoiava. Depois de algumas conversas compreenderam que tinha de ser de dentro para fora essa conquista de apoio. Trabalho x performance nos levariam ao colo da torcida, e o entendimento e paciência da torcida em esperar esse binômio começar a funcionar. Foi lindo o resultado, fico emocionado ao escrever e lembrar.

– O que mais te chamou atenção pra vim treinar o Bahia? Como você avalia o atual elenco do nosso time, temos boas chances na série A? O que você acha das possíveis contratações? Quantos reforços você acha que o elenco precisa? (Ruan Leal/ Adailton Andrade – Bahia de primeira/ Bahia Minha Vida)
R.: “Bora Bahia minha porra”. Essa cultura baiana sempre me encantou. Eu estive aqui num momento mágico do clube, estava indo muito bem, acho que sai com mais de 60% de aproveitamento. Mas a saída do Evaristo do Guarani de Campinas enlouqueceu todos no clube e não havia jeito, fui demitido e ficou aquele gostinho de quero mais. Hoje volto para terminar o que não me deixaram terminar. O Bahia é um gigante que acordou depois de anos de erros. Hoje tem obrigação de voltar ao que era. Mas, assim como quem ganha 60 kg de peso extra o retorno não é fácil. Vamos com paciência de todos e muita organização dentro e fora do campo. O elenco não está muito abaixo dos 12 concorrentes de baixo do campeonato. Oito brigam pelo titulo, os outros brigam por sul-americana. Mas não se esqueça da minha quarta resposta, tudo é possível. Estou animado com a possibilidade dos reforços que estão sendo contatados e juntos aos que estão vamos fazer bonito.

– O Bahia tem visto, ao longo da sua trajetória, muitos valores formados no Clube serem mal aproveitados. A recente campanha na taça São Paulo revelou atletas de qualidade, como Madson (lateral), Dudu e Everton (zagueiros), Fernando e Anderson (volantes), e Fábio (meia-atacante), além de Rafael, utilizado com sucesso nos profissionais. Não seria o momento do Bahia contar mais efetivamente com sua prata da casa na formação do elenco? já teve tempo para olhar os garotos promessas da base? pretende utilizar alguns no campeonato brasileiro? (João Bani/ David Buarque Ianakiara)
R.: Eu tenho muito relacionamento com o Motta, na primeira vez foi ele quem me indicou ao Paulo Maracaja. O Mauricio um quarto zagueiro que convoquei disse para o Motta que eu era diferenciado (palavras do Mauricio, não minha, por favor). Já conversei com o Motta e ele acha que os meninos ainda não estão no ponto, precisam rodar um pouco mais. Vale lembrar que antes a Copa São Paulo era até 21 anos, hoje e até 18 anos, são realmente meninos. O Rafael está quase pronto, levara um tempinho bem menor que os outros e tenho certeza será um grande jogador.

– Jobson está vindo para o Bahia. Trabalhar com um jogador com um histórico de problemas extra-campo graves e conhecido em todo o Brasil, mas com muito potencial, que pode ser recuperado, vai ser mais um desafio na sua carreira? (Danilo neves)
R.: Esse menino é um talento enorme, no treino de sexta, dia 6 de Maio, apesar de estar fora de forma, fez diferença. O extra-campo é sempre o desafio de toda comissão técnica. Nosso sistema de produzir ídolos e permitir que possam tudo dificulta nosso trabalho. A lei precisa ser para todos e não para os pobres e mais fracos, ricos e poderosos podem tudo. No futebol os princípios acabam quando se ganha jogos e jogadores fazem gols, uma barbaridade.

– Uma das preocupações que surgiram nos últimos dias refere-se a condição de saúde de Ramon, jogador que veio como solução para o meio de campo tricolor mas que teve uma queda sensível no seu rendimento. Vale a pena apostar as fichas no jogador nessas condições? como o resto do elenco encara a situação? Em especial os jogadores mais jovens não correm o risco de se influenciar pelo mau-exemplo? (Vladimir Sousa Costa)
R.: O Ramom, já fora do Bahia, pediu para sair, é fruto desse sistema malvado que permite aos talentosos tudo. Lamento a saída dele, pois vínhamos trabalhando esses princípios de que a lei e para todos.”

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