De Daniel Dórea, para o jornal A Tarde:
“Exausto após o jogo-treino de sexta-feira passada, sob o forte sol que assolava Itinga, o meia argentino Paulo Rosales foi recrutado para entrevista exclusiva ao ESPORTE CLUBE. Aceitou de bom grado, com a condição de esta acontecer à sombra do banquinho próximo à sala de imprensa do Fazendão.
Há 21 dias em Salvador, ele admite que não aprendeu a falar quase nada em português e que nem chegou a conhecer os pontos turísticos da cidade, mas garante não estar tão distante assim da adaptação.
Tanto que, na sexta, levou a esposa Cintia e o filho Jeremias, de 8 anos, para vê-lo em ação no duelo com o Atlântico. E o gringo se saiu bem. “É assim que todos os colegas me chamam”, revelou ele, sorrindo.
Era desta forma que Rosales respondia aos acenos, comentários e piadinhas feitos pelos companheiros que flagravam a entrevista. “Está entendiendo?”, perguntou o abusado Railan, arriscando o portunhol.
“Consigo me comunicar um pouco com eles, principalmente com Pablo, Jéferson e Danny, que me entendem melhor”, disse o argentino, já morando com a família em um condomínio próximo ao Farol de Itapuã.
Sobre a estada de três semanas em Salvador, resumiu: “Estamos muito contentes”. Por sinal, o pequeno Jeremias, que deitou-se por perto ansiosamente esperando pelo fim da entrevista, esbaldou-se ao brincar de bola com o pai. “Na Argentina, ele treinava no Newell´s Old Boys”, informou Rosales. E aqui? “Veremos depois. Primeiro a escola”. Nesta, o garoto já está matriculado.
Na capital baiana, não faltam opções de lazer para os gringos, mas o meia do Esquadrão diz só ter ido à praia e ao shopping até agora. “Com o passar dos dias, vou conhecendo melhor tudo, inclusive as comidas. Ouvi falar muito do acarajé. Estou curioso para experimentar”, afirmou.
Por enquanto, o que ele conheceu bem mesmo foi o sol soteropolitano. “É difícil jogar assim, né? Mas, em Santa Fé, minha cidade, também faz bastante calor no verão. Tem até umas praias de rio. Então, não é tão diferente assim”, ponderou ele, que tem estranhado as coisas que acontecem em campo: “O futebol daqui é mais dinâmico. Os jogadores correm o campo todo. Na Argentina, o jogo é mais estático”.
Paciência – Por conta disso, e por ter percebido o desgaste do pupilo nos treinos, o técnico Jorginho clama por paciência. “O argentino almoça tarde e janta 9h da noite. Sem falar nos treinos, que são puxados e estão fazendo ele sofrer muito. E a língua? Ele pediu uma caneleira pros colegas, mas, como ninguém entendeu, teve que ir buscar. É preciso ter calma até o gringo se adaptar”, avisou o treinador.
Apesar das dificuldades, o argentino está confiante em ultrapassar todas as barreiras além do campo e mostrar, quando o confronto for à vera, a mesma qualidade no passe que apresentou no jogo-treino. “Estou mirando apenas pra cima desde cheguei ao Bahia”, decretou Rosales, confiante.
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