O atacante Souza, alvo de polêmicas nas últimas semanas, concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, no Fazendão. O jogador comentou sobre a apreensão da sua carteira de habilitação, relembrou uma briga durante os treinos e revelou que pensou em deixar o Bahia.
Desde o dia em que o Bahia deixou de disputar a Copa do Nordeste, Souza não jogou mais. Não jogou e também não falou com a imprensa. A última vez em que sentou na cadeira da sala de imprensa foi para reclamar dos salários atrasados e cobrar contratações. Depois de um treino físico no Fazendão, o atacante conversou rapidamente com o assessor de imprensa do Bahia e chegou sorridente à sala onde estavam os jornalistas. De bom humor, cumprimentou todos, brincou e deixou a impressão de estar renovado para voltar a brigar pela posição de titular no ataque da equipe.
Na primeira pergunta, Souza teve que explicar os dois principais assuntos ocorridos durante o período: a blitz da Lei Seca e a discussão com o técnico Jorginho.
“Faz bastante tempo que não venho aqui, mas espero que possa voltar mais vezes. Fui pego em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. Isso é normal e acontece com todo mundo. Sou ser humano e qualquer um pode errar. Já recuperei, paguei a habilitação e não vou errar de novo”, afirmou o jogador.
Com relação ao ocorrido na última sexta-feira, o atacante repetiu o que foi dito por Jorginho. De acordo com ele, tudo não passou de um mal entendido.
“O episódio com Jorginho foi coisa do treinamento. Não tenho problema nenhum com ele. Sempre que ele quis falar comigo, me chamou na sala dele e falou. Não tenho problema com ele e nem com o grupo. Sou uma pessoa muito querida até pelos torcedores, que sentem minha falta. Acabei xingando o Titi, e o Jorginho achou que foi com ele. Depois do treino, nos falamos e ele viu que foi um mal entendido”, justificou.
Por tudo o que aconteceu no período entre a eliminação do Bahia na Copa do Nordeste e a última semana, Souza revelou que chegou a pensar em deixar de vestir a camisa tricolor. “Me deu uma vontade muito grande de sair do Bahia, mas, a cada dia que passa, caminhando na rua, indo no shopping, vi o torcedor me motivando e dando força. Isso motiva bastante. Não foi por nada do Bahia, mas pelo que aconteceu. Estava meio desmotivado, porque aconteceu isso comigo da Lei Seca. Acabei perdendo meu espaço no Bahia, porque estava machucado, teve mudança no time, e isso acaba mexendo um pouco com a gente. Mas agora estou com a cabeça boa, estou motivado, e o torcedor do Bahia pode ficar tranquilo”, garantiu o atacante.
Quando se queixou da lesão na panturrilha, Souza já tinha perdido a vaga de titular nos treinamentos do Bahia. A presença dele nos times reservas, enquanto Obina treinava entre os titulares, gerou a especulação de que a situação teria sido criada para desviar o foco da reserva. O atacante rebateu os críticos e garantiu que realmente se machucou.
“Quando a gente sente uma lesão aqui no clube, a primeira coisa que faz é uma ressonância magnética. Esse exame não tem como mentir. Ele constata a lesão que a pessoa tem. Hoje estou 100% e não sinto mais nada”, disse.
O atacante ainda aproveitou para acabar com os boatos de que não aceitaria ficar no banco. Desde que foi contratado, em 2011, a cena só ocorreu em três oportunidades. “O banco não me incomoda. Em 2007, quando fui artilheiro do Flamengo, o Obina era titular absoluto e eu cheguei lá, coloquei Obina no banco e fui titular do Flamengo. Ele hoje é meu amigo e eu torço muito por ele. Lógico que a gente fica chateado por querer estar sempre jogando, mas não tem problema nenhum ficar no banco. Vou me esforçar para recuperar a vaga”, comentou.
Outro ponto comentado na entrevista coletiva foi a ausência do jogador na última partida do Bahia pelo Campeonato Baiano. Souza chegou a ser relacionado para o jogo contra o Bahia de Feira, mas não viajou com o restante da delegação. “Fiz um trabalho com bola na sexta-feira e, no sábado, treinei 20 minutos. Fui pego de surpresa com meu nome na lista de relacionados. Então eu conversei com o doutor e falei que seria melhor ir só no próximo jogo, porque só treinei com bola dois dias e 20 minutos do rachão. Então conversamos e resolvemos que seria melhor ir na outra semana. Agora eu estou 100%”, garantiu.
Depois de responder sobre todos os assuntos e esclarecer as polêmicas em que se envolveu, Souza deixou a sala de imprensa com o mesmo bom humor que demonstrou ao entrar no local. Cumprimentou todos novamente e fez mais uma promessa: “Os torcedores podem ficar tranquilos que o Caveirão vai voltar”, garantiu.
Globoesporte.com (Adaptado)
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