Souza tenta se explicar e se complica ainda mais

A matéria de sábado do ecbahia.com rendeu. Em dois dias, foram cerca de 20 mil cliques. Absolutamente todos os 200 comentários abaixo do texto se mostraram contrários ao jogador, cujo empresário é Carlos Leite, que emprestava e recebia dinheiro da gestão MGF. Para tentar melhorar a sua imagem, o centroavante Souza pediu para ir à entrevista coletiva desta segunda, no Fazendão. Chegou com um discurso pronto, dando a impressão de ter sido orientado. Saiba tudo o que ele disse, sem os cortes dos outros veículos, e veja se conseguiu lhe convencer.

(um rápido resumo, para quem estava em Marte no fim de semana: o ex-camisa 9 trocou afagos com o presidente desposto, via Instagram, antes de o Superior Tribunal de Justiça enterrar mais uma tentativa de MGF retornar ao poder –o papo pode ser conferido na imagem ao lado)

Mesmo prestes a ser titular pela primeira vez no Brasileiro (algo que não acontece desde abril), devido à impossibilidade de Fernandão enfrentar o “seu” Atlético-PR, Souza foi bombardeado pelo episódio.

Logo após a primeira pergunta, disse:

“Olha, eu não tenho o que falar do presidente (ex né?), até porque eu e todos os jogadores que estão aqui foi (sic) o presidente que trouxe. Hoje o melhor treinador do Brasil, todo mundo comenta, o Cristóvão, foi ele que trouxe. O Anderson Barros (superintendente de futebol)… Eu só manifestei uma coisa que o grupo todo sabe, o grupo todo também sente a falta. A gente sabe que alguns torcedores se manifestam também, que a gente tem que respeitar a opinião de cada um, mas a gente também tem que ver que o presidente também fez coisas boas aqui.

O “”Caveirão”” prosseguiu: “Desde que cheguei, tô aqui há 3 anos, sou feliz aqui. O time é um dos melhores do campeonato… ele que montou esse time. Então, ele fez coisas boas. Eu só me manifestei porque ele tinha comentado uma foto minha, mas nada demais, estou focado no jogo de quarta-feira pra fazer gols e sair de lá com a vitória (triunfo, porra!)”.

Souza, depois, disse que não se lembra quando marcou um gol pela última vez. Normal, aconteceu uma única ocasião em 2013 (numa derrota para o Ceará, pelo Nordestão). “Mas eu tô bastante motivado. Vou me entregar ao máximo, como sempre fiz (?)”.

Em seguida, confessou: “Todo mundo sabe que eu saí do time porque eu tive uma lesão e depois tive uns problemas extra-campo, também, que acabaram me prejudicando. Tem que parabenizar o Fernandão. Agora, vou ter minha chance de novo”.

Novamente, surge o assunto. Tome-lhe bravatas.

“Acho que isso aí faz parte, o torcedor do Bahia tem um carinho muito grande por mim quando vou na rua. Eu só me manifestei como qualquer outro jogador também poderia se manifestar. A gente sabe que o Bahia está nessa colocação que está, está há dois anos se mantendo na Série A… isso aí é um projeto (?) que vinha tendo, e foi o presidente que montou. Eu não estou aqui pra defender ninguém, eu só me manifestei como qualquer um pode se manifestar. Sei que alguns torcedores ficaram chateados por eu ser uma das referências (?) desse elenco”.

Souza, então, disparou: “Cada vez que vai passando eu vou me firmando mais com o torcedor do Bahia”. Aí, repetiu: “Quero falar com o torcedor que eu me manifestei, mas isso aí está tudo resolvido e espero ter o apoio do torcedor”.

Sobre a já polêmica frase “quem pega junto larga igual”, Souza disse:

“Olha, quando eu cheguei aqui no Bahia, eu tava no Corinthians. Eu era reserva imediato do Ronaldo. Eu fui campeão da Copa do Brasil, do Campeonato Paulista, e, antes de vir pra cá, eu tive várias propostas pra poder sair do Corinthians e ir pra qualquer lugar. E eu saí porque eu quis vir pra cá. Foi um projeto do presidente que me trouxe, junto com o Paulo Angioni, e eu acreditei no projeto. Então, agora eu não posso chegar, num momento em que o presidente tá passando difícil, e virar as costas. Eu não sou assim. Eu sou amigo, eu sou amigo. Mas eu sei que ele teve alguns problemas, então ele tem que resolver isso e espero que seja resolvido. Só me manifestei e ponto final, não tem nada, não”.

“Não tem expressão, frase, nada. Isso aí você tem que perguntar a ele. Me dou muito super bem com ele. Não só eu como todos os jogadores. Se você botar qualquer um aqui vai dizer que sente falta. Eu apenas me manifestei a respeito… a maioria da torcida que está contra o presidente, mas isso é assim mesmo. É continuar trabalhando pra continuar ajudando o Bahia”.

Souza admitiu que, durante o período da intervenção, “o time encontrou a alegria de jogar, está dando tudo certo”.

“Me sinto, sim (em dívida com a torcida)”, declarou. Embora tenha sido titular em seis jogos no ano, o reserva afirmou que seria a sua primeira partida começando entre os onze na temporada.

A pergunta, na sequência, questionou o número baixo de jogos de Souza: em três anos, só 82 partidas. “Acha que a série de lesões atrapalhou sua relação com a torcida?”, disse o repórter.

Souza se mostrou em outra realidade.

“Não, pelo contrário, quem disse pra você que a torcida pega no meu pé? Você tinha que andar comigo um dia no shopping, na rua, pra ver como o torcedor tem carinho por mim, cara. É até uma coisa impressionante o carinho que o torcedor tem comigo. E o Bahia na fase ruim. Eu nunca deixei de jantar, de almoçar, porque eu faço o que quiser e vou onde quero. O torcedor sempre me apoia. Mesmo agora, o Fernandão metendo gol, eu saio na rua e não é uma, nem duas pessoas, não, são várias pessoas: `Caveirão, volta logo´. E agora mesmo, você vê na Arena (é Fonte Nova, porra!), a torcida sempre pede para mim (sic) entrar no jogo. Estão sempre gritando meu nome”, destacou, antes de completar:

“Logicamente, que eu não posso agradar todo mundo. Tem um, dois ou três que não gostam de mim, pô, mas isso em qualquer ambiente de trabalho tem (?)”.

TWITTER
O torcedor Marcos Carneiro aproveitou o tema para pedir apoio a quem, a exemplo dele, não gosta do ex-camisa 9. Sua mensagem foi “copiada” por 110 pessoas em poucas horas.

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