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Surtou! Presidente diz que crise não existe

Notícia
Historico
Publicada em 16 de julho de 2009 às 00:25 por Da Redação

Sete anos sem um mísero título. Seis anos fora da elite do futebol brasileiro. Goleadas e humilhações sofridas pelos quatro cantos do Brasil. Motivo de chacota nacional. Há dois pontos da zona de rebaixamento para a Terceira Divisão. Seis jogos sem vencer. E o presidente do clube aparece no jornal de maior circulação do estado para afirmar que não há crise no Bahia.

Realmente, presidente, nós que enxergamos crise no clube é que devemos estar loucos, ou, quem sabe, somos exigentes demais. Culpa da maldita história gloriosa do nosso clube de coração, que nos acostumou tão mal… Ou então, o senhor é exigente de menos, ao se conformar com tamanha mediocridade. Ou, pior, a palavra “crise” mudou de significado e só o senhor foi informado.

Pois saiba que o Bahia está em crise sim. E não é de agora. E não é uma simples fase ruim. Já virou uma verdadeira era de tenebrosidade, onde impera a incompetência administrativa, o desrespeito ao clube e a seu torcedor. Como se não bastassem os pífios resultados em campo, e o fato de ter que aturar times mambembes e pernas-de-pau descompromissados, muito abaixo das tradições tricolores, a torcida ainda tem que suportar seu dirigente máximo tentando tapar o sol com a peneira na imprensa. Convenhamos, ela não merece isso.

Há crise no Bahia sim. E não é uma crise qualquer. É A MAIOR CRISE DO ESPORTE CLUBE BAHIA EM 78 ANOS DE SUA EXISTÊNCIA, senhor presidente, sentimos lhe informar, mas o fazemos em letras garrafais para que fique bem claro e o senhor não se equivoque mais. É nítido e evidente. E não são falácias que vão acabar com esta situação deplorável e inaceitável para uma instituição de tamanha grandeza. É preciso coragem de assumir a condição e, antes de mais nada, transparência e humildade, para admitir as dificuldades publicamente e encará-las de frente. Jamais varrê-las para debaixo do tapete. Queremos ação, compromisso e resultados! Não precisamos de declarações ridículas.

Pode até parecer presidente, afinal de contas, apesar dos mandos e desmandos de diretorias incompetentes, de times fajutos, de episódios ultrajantes e de falsas promessas, continuamos dando nossa cara tapa e enchendo os estádios, apoiando o Bahia, por todos esses anos, movidos pela mais pura fidelidade e amor ao clube. Mas é só aparência. De bobos, não temos nada.

Entrevista

Abaixo, a íntegra da entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal A Tarde, concedida por Marcelo Guimarães Filho ao repórter Nelson Barros Neto. Além de tentar negar a crise, Marcelinho diz que não pensou em demitir Paulo Carneiro, mas que ele pode sair do cargo. Declarou ainda que o Bahia não tentou trazer Gil e que está satisfeito com o trabalho de Paulo Comelli – uma goleada sofrida e um empate dentro de casa. Merecemos…

Eleito no dia 11 de dezembro do ano passado com 193 dos 201 votos do Conselho Deliberativo, o deputado federal, filho do antecessor de Petrônio Barradas, jamais enfrentou pressão como a de agora no Alto de Itinga.

A TARDE ESPORTE CLUBE l Muitos já jogarama toalha e as vaias só aumentam a cada jogo. Como contornar a situação?

MARCELO GUIMARÃES FILHO | Em primeiro lugar, gostaria de dizer o seguinte: encaro como absolutamente natural essa insatisfação. Quando aceitei o desafio de ser presidente do Bahia, nunca imaginei que passaria três anos só de alegrias. Sabia que poderíamos enfrentar algumas turbulências, como essa que estamos passando agora. Mas não acho que estamos em crise, de maneira nenhuma. Se tivermos duas vitórias, estaremos novamente perto do G-4. Estamos hoje próximos da zona de rebaixamento, mas o Vasco, por exemplo, passou seis rodadas sem ganhar e já foi para quinto. O São Caetano também só se reabilitou agora… Mas estamos atacando os pontos que devem ser recuperados e tenho absoluta confiança na recuperação. Estamos buscando reforçar o time. O Bahia não está parado. Tem academia nova, fisioterapia nova, paga os salários em dia. Estamos passando um mal momento técnico, dentro de campo.

ATEC | Nos bastidores, ouve-se que Paulo Carneiro está perdendo força, e já há quem fale na vinda de Paulo Angione (ex-Vasco e Corinthians). Existe alguma cláusula que pode inibir uma eventual rescisão contratual? Se sim, qual é o valor?

MGF l Essa conversa de Angione é pura especulação da imprensa. Nunca pensei em tirar Paulo Carneiro. Todo dirigente, quando não vai bem, é questionado. Isso também acontece com o técnico, e tiramos o Gallo. Mas em momento nenhum passou pela minha cabeça tirar ele agora. Estamos trabalhando para reverter a situação. Quanto à outra pergunta, não há nenhuma cláusula que impeça ele de sair do Bahia. A única pessoa que foi eleita para cumprir mandato foi o presidente. O resto, todos os dirigentes do clube, inclusive o Paulo, estão sujeitos a sair.

ATEC | É verdade que partiu dele o veto da contratação de Gil?

MGF l Gil primeiro se especulou dentro do clube. Não lembro quem me sugeriu, e eu não quis. Achei que ele não ia resolver os problemas do Bahia. Nunca pensamos em trazer esse jogador.

ATEC | Dias depois do acerto com Comelli, Péricles Chamusca foi demitido no Japão. Bateu algum arrependimento de não ter esperado um pouco mais?

MGF l Não, acho que não. Estou muito satisfeito com o trabalho que Comelli vem fazendo. Ele não tem nem uma semana de clube, então nem eu nem a torcida tem direito de julgar o que ele tem feito. Acredito que tenha todas as condições de dar a resposta que esperamos. Acho que a diretoria agiu no tempo certo. Esperamos quase 72 horas para trazer um técnico, e pensamos com o devido tempo, com calma. O clube não podia ficar sem treinador. Se ficássemos aguardando mais tempo, talvez os questionamentos fossem ainda maiores. Isso tudo é muito relativo. Estou satisfeito com Comelli e é preciso ter paciência.

ATEC | As críticas de que o senhor termina não se dedicando 100% ao Bahia voltaram…

MGF l O que alguns falam não levo em consideração. Falam muita besteira. Já tive momentos bons, e nunca vi um elogio. Acho que as críticas são absolutamente naturais. Sabia que poderiam acontecer. Na vida pública, antes de assumir o Bahia, fui vereador, deputado, e sempre estive sujeito a elas. Não seria diferente logo no futebol, que envolve paixão, e aí as opiniões podem ser ainda mais ácidas. Mas espero que as pessoas que criticam, hoje, também tenham hombridade de elogiar no momento oportuno, quando as coisas se acertarem.

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