O diretor de futebol do Bahia, Rodrigo Pastana, foi entrevistado na tarde desta quinta-feira pela jornalista Fernanda Varela, do Correio*.
Com menos de 30 dias no clube e totalmente ausente das tratativas iniciais com Romagnoli, Pastana acabou sendo obrigado a trabalhar em dobro pelas falhas cometidas nas negociações.
Para o dirigente, o resultado da conversa foi favorável ao Bahia. Segundo ele, Pipi custaria caro e os valores conseguidos na multa rescisória, escondidos a sete chaves, chegarão em boa hora.
Leia a entrevista:
“O Bahia saiu ganhando?
“O acordo financeiro foi muito bom para o Bahia. Ele é um jogador caro e, em 18 meses aqui, gastaríamos um valor acima de R$ 1 milhão. O que foi economizado com ele e o que lucramos com a rescisão, foi ótimo para o clube. Vamos trazer o valor negociado como receita. Embora não tenha sido a multa integral, foi um belo negócio para o Bahia”, explicou ele, que disse não ter autorização para revelar valores da negociação.
Arrependimento de Romagnoli
O primeiro ponto esclarecido pelo diretor, foi o fato de o Bahia abrir mão de contar com um reforço que seria importante para a sequência do Campeonato Brasileiro. “Quando ele assinou o pré-contrato com o Bahia, o San Lorenzo vivia um problema financeiro e ele achou melhor deixar o clube, sair da Argentina. Como a situação do clube mudou, ele avançou na Libertadores e foi campeão, ele mudou de ideia e disse que não queria mais ficar. Não achamos vantajoso manter uma pessoa sem a menor vontade de estar aqui”.
Problemas pessoais
Em vídeo gravado para a torcida logo após a rescisão, o meia argentino confirmou que não tem interesse em vestir a camisa do Bahia e, um dos motivos, é o fato de toda a sua família morar na Argentina. A desculpa dada pelo argentino foi confirmada por Pastana. “Uma das filhas dele tem um problema familiar mesmo, e ele optou por não ficar distante da família. Desde o início ele disse que não queria mais ficar e pediu para ir embora. Não temo sinteresse de manter alguém assim no clube. Precisamos agora de gente que some, que ajude a erguer o Bahia”, disse o diretor.
Atletas foram consultados?
Durante o processo de negociação, surgiu a dúvida de como o elenco se sentiria com a presença de um atleta que seria incorporado sem vontade de vestir a camisa do Bahia. Uma consulta, no entanto, não foi feita pela diretoria do clube. “Não conversamos sobre isso, nem sobre nenhuma negociação com o elenco. Aqui a hierarquia é de cima para baixo. A diretoria é responsável por negociar, por decidir. Se não for assim, não há organização”, garantiu.
Por que os valores não foram divulgados?
“Isso não cabe a mim. É uma decisão tomada pela diretoria, pelo conselho. Mas, sinceramente, acho que não importa tanto. O que importa é que foi uma negociação muito boa para o Bahia e é nisso que o torcedor deve se apegar. Acho válido o questionamento e compreendo, mas não é uma decisão que cabe a mim. Não sei se serão divulgados futuramente. Depende dos responsáveis”.
Bahia vai procurar um novo camisa 10?
“Eu entendo que uma campanha foi feita pelo marketing do clube, mas, hoje, temos aqui dentro um camisa 10. O Lincoln tem um currículo melhor do que o do próprio Romagnoli. Não acredito que ninguém que possa vir, terá um currículo melhor que o dele, que já está para voltar a jogar. Temos tempo hábil para contratar gente de fora. Até o dia 31 de agosto podemos fazer isso, mas nossa prioridade agora é qualificar o elenco em setores pontuais de acordo com o que o Kleina solicitar. Ele ainda não falou sobre o que precisa, mas vamos avaliar com calma”.
Cláusula proíbe Romagnoli de assinar com brasileiros. Por que?
“Decidimos exigir essa cláusula porque não dá para confiar em um atleta que assina um pré-contrato em janeiro e não cumpre em julho. É uma precaução do clube. Achamos melhor decidir assim. Se ele não quer ou não pode vir para o Bahia, acredito que não terá esse interesse para outros clubes. Não sentimos vergonha, nem nada do tipo, nós só estamos nos precavendo de futuras surpresas”.”
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