De Eduardo Rocha, na edição deste domingo do Correio da Bahia:
“Nesse mesmo dia 11 de dezembro, há exato um ano, o Bahia deixava escapar por entre os dedos a chance de retornar à elite do futebol brasileiro. A derrota por 3×2 para o Brasiliense, numa Fonte Nova lotada por quase 38 mil pagantes, na última rodada do quadrangular final da Série B de 2004, selava o início de um futuro até então inimaginável. Inconformado, o torcedor encontrou no descenso do rival Vitória um consolo fantasioso. Mal sabia o que o esperava.
Aos poucos, viu o time ser desmantelado e os novos reforços de aluguel chegando às pencas. Até o fim do nacional de 2005, 23 atletas foram contratados. O meia Guaru seria ótimo substituto para o veterano Robert. O artilheiro que faltava em 2004 havia chegado e tinha no currículo uma Copa do Mundo: Viola. Por fim, o Pitbull Uéslei estava de volta à casa que escolheu. Mas o sonho tricolor começou a ruir com as primeiras derrotas. Há pouco mais de um mês do final da competição, a diretoria descobriu que a briga estava muito mais abaixo na tabela de classificação. Em vez dos oito primeiros, entre os seis últimos, na zona do inferno da Série C.
Contratado, o bombeiro Procópio Cardoso não conseguiu apagar a fogueira de vaidades que ardia no Fazendão. E quando o barco começou a afundar, alguns jogadores trataram de pular fora. Suspenso, Guaru foi o primeiro a rescindir. Daí em diante, todos com contrato até o final de um dezembro que ainda nem terminou seguiriam o mesmo caminho. Rebaixado à terceirona em setembro, o treinador tricolor sequer voltou a Salvador com o grupo no dia seguinte.
Em apenas um ano, quase tudo mudou, pelo menos no futebol. Do time que disputou a fatídica partida contra o Brasiliense, seis jogadores eram pratas da casa. Hoje, eles se resumem a apenas nove em todo o elenco. Conte-se aí o goleiro Paulo César e os meias Dudu e Rafael, ainda pouco afeitos aos jogos entre os profissionais. Se a política é a mais correta, nem a diretoria sabe dizer. A aposta em atletas de pouca expressão, oriundos de centros pouco tradicionais como Sergipe é proposta arriscada, amenizada apenas pelo aval de olheiros e do próprio técnico Luís Carlos Cruz”.
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