De Bruno Cartaxo, no blog Baheaminhaporra.com:
“PODE TER CERTEZA
Lá nas profundezas da alma, no âmago do ser, no fundo do espírito, no íntimo, no cerne, no ventre, nas entranhas, no sangue, na veia… não tem jeito, tá escrito, tá na cara, tá provado. Dá para ver nos gestos, dá para ler nos olhares, nas palavras, no piscar de olhos, nas entrelinhas. Eu sei. Eles sabem. Nós sabemos.
Todo torcedor do Vitória é um pouquinho Bahia.
Seriam as estrelas? Com certeza, sim. Mentem os rubro-negros que se dizem indiferentes às nossas duas estrelas reluzentes no peito. Por mais que eles choraminguem tentando acreditar que elas estão apagadas, eles sabem. Todo mundo vê que eles sabem. Lá no fundo, eles sabem que as nossas duas estrelinhas vão estar sempre vivas na história, nos livros, nas memórias, no palmarés do futebol brasileiro.
Seria a torcida? Também, claro. Mentem os rubro-negros que dizem não ter inveja da nossa imensa e fiel torcida. Na hora do bate-boca, da discussão na mesa de bar, eles fingem desprezo, simulam desdém, mas lá dentro da alma, eles dizem para si mesmos: essa torcida é foda. A melhor torcida do Brasil. Que quebra recorde atrás de recorde, enchendo as arquibancadas qualquer que seja o adversário, pintando o concreto cinzento com as cores do estado amado. O azul, vermelho e branco que tremula nas bandeiras, nas faixas, no peito de cada torcedor.
Seria a aura? Acertou de novo pensaram os rubro-negros leitores do blog. Eles sabem que o Bahia é diferente. O Bahia tem uma aura especial. É um time simpático, boa pinta, encantador, cativante como poucos. O Bahia é pop, o Bahia é reggae, o Bahia é cult.
O Bahia é axé, diria Luiz Caldas. O Bahia é carnaval, diria Armandinho. O Bahia é lindo, diria Caetano. O Bahia é uma manifestação espiritual subjetiva que irradia e transcende, diria Gil.
É fato: o Brasil inteiro ama o Bahia.
É essa aura que faz do Bahia muito, mas muito mesmo, milhões, bilhões, zilhões de vezes maior que o Vitória. Não importa a divisão, não importa a dívida, a crise ou o resultado do último Ba-vi. E eles sabem disso. Ah, se sabem.
De repente, bate aquele sufoco, aquela agonia. E eles se perguntam porque o Bahia é tanto e o Vitória é nada. E aí, meu amigo, acontece. Mais dia, menos dia, o coração rubro-negro vai se afastando do lado negro da força. Começa ficando só rubro. Depois o céu vai se abrindo e ele ganha o azul. Até finalmente conhecer o branco da paz e ficar azul, vermelho e branco.
Por isso não se espante ao ver o rubro-negro mais rubro-negro que você já viu em toda a sua vida se converter. Vestir a camisa, se enrolar na bandeira tricolor. Acontece com todos eles. A diferença é que alguns se manifestam externamente. Outros só na alma, lá no fundo, daquele jeito enrustido que só eles sabem.
Ah, como sabem.”
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