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Torcedor que participou do protesto fala o que viu

Notícia
Historico
Publicada em 18 de janeiro de 2007 às 10:12 por Da Redação

O texto abaixo foi enviado ao ecbahia.com.br por um torcedor que não é ligado a nenhum grupo de oposição tricolor, mas que participou do “Público Zero” desta quarta-feira, do lado de fora do estádio. Confira as impressões do estudante Dimitri Tavares, 20 anos, que está no quinto semestre do curso de história da Universidade Federal da Bahia (Ufba):

Foto: Edmar Melo / A Tarde“Fui à Fonte Nova neste dia 17/01/2007 para aderir à campanha Público Zero e fiquei feliz com o que vi. Muitos podem achar – de maneira precipitada – que o protesto realizado na partida contra o Camaçari foi um fracasso, mas eu enxergo o fato numa perspectiva diferente, porque não é nada simples fazer um boicote aos jogos de um clube como o Bahia, com a torcida que tem, marcada justamente pelo comparecimento em massa ao estádio mesmo nas situações mais adversas. Convencer o torcedor de que não entrar no estádio para apoiar o time é a melhor das decisões na atual conjuntura é tarefa das mais complicadas.

Vejo, portanto, que hoje foi tão somente o pontapé inicial de um processo de boicote e não “O Boicote”, sendo esta última noção acerca do evento bastante equivocada, para não dizer que um sinal de afoiteza.

Hoje não haveria condição de se fazer algo muito superior ao que foi feito, primeiro pelo que já expus acima sobre o fanatismo da torcida tricolor; segundo porque se trata de uma campanha recente que, apesar da sua crescente difusão na última semana, ainda não está tão enraizada e naturalmente muitos vêm a duvidar do seu êxito ou credibilidade, acabando por hesitar em fazer suas respectivas partes; terceiro porque alguns órgãos de imprensa, com destaque para a TV Itapoan e a Rádio Sociedade, boicotaram o boicote; quarto que num momento tão humilhante como este muitos preferem até nem sair de casa na hora do jogo; e quinto porque a natureza democrática e pacífica do protesto dá espaço para quem quiser entrar no estádio, sendo que sempre haverá os que entrarão, em conseqüência da pluralidade de idéias típica da humanidade, algo que é legítimo e tem de ser respeitado por todos.

Diante de todos estes aspectos, para mim é indubitável que este primeiro passo, na prática, foi bem sucedido. Afinal de contas, os cambistas ficaram a ver navios com os vales shows na mão (o público no estádio não passou muito de 3 mil pessoas), aproximadamente mil tricolores apaixonados e velhos-de-guerra compareceram ao protesto renunciando a entrar na Fonte NOSSA e certamente chamaram a atenção daqueles que entraram, de modo que possam vir a refletir e talvez aderir daqui pra frente, além de que o movimento criou um alicerce empírico e, portanto, deixa de ser incerto como era até ontem, o que contribuirá para o comparecimento de mais torcedores.

Tenham certeza de que o protesto não deve parar por aqui, que isso é somente a ponta do ice berg. O resultado do jogo (2×0 para o Bahia) foi normal, mas faz-se fundamental agora a consciência de que estas vitórias são paliativas, não cortam o mal (a diretoria de Maracajá, Petrônio e Marcelo) pela raiz. Não adianta se iludir com estes resultados nem ir a campo torcer e acreditar em times fadados ao fracasso, como eu mesmo já fiz em tantos momentos, mas cansei! Não é dar uma de futurólogo, é simplesmente olhar pra trás e ver que tem sido sempre assim, e que não se trata de coincidência, se trata é de incompetência, e esta é incurável!

Não se trata agora de cruzar os braços e esperar o milagre de ver essa diretoria intrinsecamente incompetente, incapaz, se tornar genial, profissional, eficaz e em condições de nos reconduzir a um caminho de glórias! Se trata agora de lutar da forma que for necessária, por mais dolorosa que seja, por um Bahia democrático, aberto, pertencente aos seus torcedores, estando estes possibilitados de ser ativos na condução dos destinos do clube, de modo que possamos escolher, selecionar, separar o joio do trigo, para ter à frente do nosso Baêa pessoas verdadeiramente capacitadas pra fazer times dignos do uniforme tricolor, tricolor este que Nasceu Para Vencer e que ainda há de ser, de verdade, o “clube do povo”.

O movimento não pode arrefecer, e se aqueles que compareceram ao protesto do jogo contra o Camaçari persistirem – independentemente dos resultados paliativos dentro de campo – certamente só tende a crescer; temos de rechaçar o time de Petrônio e lutar pelo Bahia vencedor de outrora e livre! Se conformar com paliativos desses timecos é só perder tempo e espero que não pequem nisso, porque não é necessário esperar pelas tragédias quando nós sabemos que elas virão. Nos liguemos na estrutura e deixemos a conjuntura de lado! Parafraseando Geraldo Vandré, `Vem, vamos embora que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…´”.

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