Torcidas organizadas estão alheias às eleições

Na semana passada, Jorge Santana, presidente da Torcida Organizada Bamor, anunciava uma total “baderna” no dia das eleições tricolores, com direito até a bomba. Ontem, com ar de desapontamento, já mudou o discurso: “A Bamor vai lá fazer o quê? Papel de palhaço? Quem vota é o conselho”, conformou-se.

E é assim que estão as organizadas tricolores. Preocupadas com o futuro do clube, mas com sentimento de impotência. Nenhuma manifestou apoio a qualquer um dos candidatos, mas alguns deram suas opiniões pessoais.

Maria de Fátima, da Fiel, é a favor do continuísmo. “Eu sou conselheira e vou votar em Marcelo Guimarães Filho. Acho que todo mundo diz que é porreta, mas ninguém apareceu pra ajudar o Bahia nesse momento difícil. Ele é muito diferente do pai, uma pessoa aberta, carismática. Gosto muito dele”, justificou.

Já Rosalvo Castro, presidente da Povão, declara que seu favorito é Rui Cordeiro, por ser de uma oposição não-radical. “Cordeiro tem trânsito dos dois lados. Já Fernando Jorge tem uma postura mais radical”, disse ele, que anunciou reunião da Povão para domingo, quando haverá a definição sobre a ida da torcida à

sede no dia da eleição.

Jorge da Bamor se mostra tão revoltado com o que ele chama de “oposição de Internet” que admite não ter candidato favorito. “A Bamor não está a favor de nenhum desses aí, e sim do Bahia. Vamos apoiar o time no ano que vem e cobrar se os resultados não vierem. Mas desta vez não vai ser pacificamente”, avisou.

A ira de Jorge se deve aos protestos no dia da assembléia da quarta passada, quando deveria acontecer a votação para o acordo que prevê eleições diretas para 2011. O pleito foi adiado. “Na hora que invadimos o Fazendão, não tivemos o apoio de nenhum desses grupos de oposição. Rapaz, me segurei pra não picar a mão em um”, esbravejou.

A Tarde