O que a torcida está careca de saber foi confirmada na tarde de ontem pelo maior destaque do time na temporada: o treinador Paulo Comelli. A evidente falta de qualidade no elenco tem prejudicado sistematicamente a equipe que, já não tem nem um time titular que inspire confiança, imagine quando tem desfalques.
Confira matéria do jornalista Eduardo Rocha, do Correio da Bahia:
“Sobrar na primeira fase da Copa do Brasil pela terceira vez em quatro anos levantou questão relacionada: o atual elenco do Bahia é capaz de lutar ao menos pelo título baiano? O técnico Paulo Comelli é categórico. Não. Temos que melhorar muito e precisamos de reforços para a disputa do quadrangular final. A solução pede urgência. A primeira fase do estadual termina em 23 dias e a desculpa do andamento dos campeonatos paulista, carioca, gaúcho ou mineiro não cola mais.
A comissão técnica esteve reunida com a cúpula de futebol do clube depois da eliminação diante do Icasa-CE e apresentou relatório do grupo nas primeiras 17 partidas da temporada. O treinador considera o atual elenco enxuto, carente de qualidade. Uns dois ou três nomes podem resolver a parada caseira, mas a exigência é muito maior para o Brasileiro da Série B. Nas suas contas, algo em torno de dez jogadores, quase um time completo.
O problema está na reconhecida dificuldade para contratar. O meia William e o volante Marcelo Costa estavam nos planos, mas o Ipatinga-MG chegou na frente, com pompas de Série A e salários rigorosamente em dia. Nem o relacionamento com Vanderlei Luxemburgo e o diretor Toninho Cecílio penderam na balança em favor do Bahia. Comelli consultou Abel Braga e bateu nas portas de São Paulo e Corinthians, sem sucesso.
O mercado está complicado para nós, desanima. Ainda mais com a imagem de mau pagador que o clube ostenta nos grandes centros. A diretoria do São Caetano chegou a liberar um de seus atletas para negociar transferência, mas o jogador preferiu continuar no ABC paulista. Descobriu que o Bahia atrasa o pagamento sistematicamente. Quando o salário não parece o maior empecilho, a concorrência com os grandes é desleal. O lateral Fabinho, do Mirassol-SP, acertou com o Santos; O também ala Éder, do Noroeste-SP, já está integrado ao elenco do São Paulo.
E se é complicado negociar com as apostas, quem dirá com os que têm algum nome no mercado. A gente propõe pagar 50% do vencimento, vem o Goiás e oferece 100% ou até algo mais, responde de pronto o treinador, quando questionado sobre atletas como Rodrigo Tabata, encostado no Santos. As perspectivas são ainda mais pessimistas porque sequer é garantida a manutenção dos destaques do atual elenco.”
Se a diretoria já tivesse “largado o osso” e deixado uma administração profissional gerenciar o clube, é provável que os problemas fossem menores.
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