Tricolor vence em sua nova casa

Quem diria que, sem a interditada Fonte Nova, o Bahia faria uma campanha tão boa no Estadual 2008? Noves fora o enorme prejuízo financeiro sentido pela diretoria, o clube encerra a fase de jogos de ida na liderança absoluta do certame, quatro pontos à frente do Vitória da Conquista, seis do Atlético e nada menos que sete do arqui-rival rubro-negro – com um jogo a mais, é verdade.

Para se ter idéia, a esta altura do campeonato, no ano passado, o tricolor era segundo colocado, com 22 pontos ganhos. Hoje tem 28 (perto dos 80% de aproveitamento), além do melhor ataque e da defesa menos vazada.

As coisas vêm dando tão certo que hoje à tarde, estreando como mandante na cidade de Feira de Santana, pôde cantar, pela terceira vez, um coro que virou hit após o triunfo sobre o Vitória, domingo retrasado, no Barradão: “O estádio é seu, mas quem manda aqui sou eu”.

Mesmo sem empolgar, os comandados do técnico Paulo Comelli despacharam o Fluminense por 2 a 0, repetindo o placar do clássico e a história que também já havia acontecido em Camaçari. Na ocasião, final de janeiro, a casa azul, vermelha e branca era o Armando Oliveira e o Esquadrão deu 3 a 0 no “anfitrião”.

O torcedor mais desligado poderia se atrapalhar, mas quatro ex-tricolores comandavam as ações do adversário: o goleiro Paulo Eduardo, o zagueiro Jaílson, o volante Dudu e o meia Tiago Neiva, recentemente emprestado. E a lista poderia ser ainda maior, caso os atacantes Ednei e Amauri não estivessem no departamento médico.

O número era o mesmo dos desfalques do Bahia, impossibilitado de contar com Adilson, Cléber Carioca, Fausto e Elias. Porém, nem precisou deles.

Graças ao trio ofensivo formado por Reinaldo Aleluia, Didi e Pantico, sem falar nas boas descidas ao ataque dos beques Alison e Rogério, o time impediu que a etapa inicial transcorresse sem qualquer emoção.

A primeira chance de gol pra valer só veio aos 24 minutos, e terminou no fundo da meta feirense. Após bela jogada no meio de campo, começada com Luciano Baiano, Aleluia lançou, o goleiro pediu impedimento que não houve, Pantico entrou livre pela direita e, com um singelo toque, deixou Didi na boa para mandar no canto esquerdo.

Apesar da vantagem no placar, Comelli desceu para o vestiário cobrando mais tranqüilidade no segundo tempo. Já o treinador do Touro do Sertão, João Francisco, não conseguiu esconder a insatisfação: “Não destaco ninguém, estamos marcando mal no meio e atrás. Nem o Aleluia nem a zaga deles podem sair com tanta facilidade”.

Na seqüência, depois de Rivaldo assustar pelo lado do Esquadrão, e o goleiro Darci quase “entregar o ouro” para os donos da casa, o lateral-esquerdo Deca perdeu a cabeça, deu uma cabeçada no adversário e terminou expulso de campo. Mas isso já nos instantes finais, 33 minutos, o que prova que a pasmaceira continou reinando no gramado.

Não antes de o baixinho Pantico tabelar com o armador Inho, reaparecendo depois de um longo tempo machucado, e fechar o caixão do Flu, aos 36. O chute ocorreu na saída desesperada de Paulo Eduardo, por baixo. Substituições todas efetuadas, ainda houve tempo para o grandalhão Anderson Costa subir mais que todo mundo e mandar, de cabeça, no travessão.

Já de olho no Ba-Vi do próximo domingo, o zagueiro Alison forçou o terceiro cartão amarelo e é desfalque certo para o reencontro entre Bahia e Fluminense, quarta-feira, novamente no Jóia da Princesa. Como o Horário de Verão acabou, o duelo começa um pouco mais tarde, às 20h50.

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