Ex-setorista do Bahia, através do portal Bahia Noticias, e atualmente colunista esportivo, o jornalista Éder Ferrari escreveu sobre o acerto com o gestor de futebol William Machado. Utilizando seu blog pessoal no Wordpress, Éder fez um histórico sobre o novo contratado, e revelou algo que a maioria da Nação tricolor não sabia.
Segundo o jornalista, William é amigo de Valton Pessoa, atual vice-presidente tricolor, e teria sido oferecido à Marcelo Guimarães Filho no meio do ano para que fizesse um trabalho de transição. Isso favoreceria o clube, que não precisaria passar por todo o processo judicial de intervenção. Mas MGF recusou.
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“William foi um zagueiro de regular para bom. As maiores virtudes eram liderança, posicionamento e jogo aéreo. Parou cedo, em 2010, aos 34 anos, no Corinthians, após uma temporada irregular. No ano seguinte foi anunciado pelo então presidente corintiano, Andrés Sanchez, como gerente de futebol. Tudo levava a crer que teria uma longa vida na função no clube paulista. Inteligente, articulado, aparentemente bem relacionado com todos no Parque São Jorge. Contudo, menos de um mês após ser anunciado, pediu as contas.
O motivo parece banal, mas mostra um pouco da personalidade do novo dirigente. Ao deixar encaminhada a contratação do volante William Magrão, do Grêmio, William foi desautorizado por Andrés Sanchez a fazer a contratação. O fato gerou um desentendimento e o consequente pedido de demissão. Como era um novato no cargo, talvez fosse mais prudente aceitar a hierarquia. Porém, percebeu que não teria a autonomia prometida e desejada. Resolveu dar um tempo no futebol e apostar em outros seguimentos. Entre eles passou um período de intercâmbio em Londres, para aprender o inglês.
De lá pra cá, pelo menos diretamente, não esteve ativo no futebol, apesar de oferecer e fazer consultoria financeira de alguns jogadores no Brasil e no exterior. Também foi repórter/comentarista da Bandsports nas Olimpíadas de 2012 e passou novos períodos em Londres, onde ficou quase todo o segundo semestre de 2013. Em maio desse ano chegou a ser anunciado por Marcelo Guimarães Filho, junto com Anderson Barros e Cristóvão Borges. Chegou a trabalhar uns dias no Fazendão, mas acabou desistindo. Na página particular do Facebook, William justificou: Em virtudes de algumas diferenças de pensamentos, senti que não poderia colaborar da forma como pretendia e achei melhor não aceitar o convite nesse momento.
Para a diretoria da época, a justificativa foi diferente. Por email, afirmou. Quando começaram a surgir notícias na mídia a respeito do meu acerto com o Bahia, nossos parceiros não gostaram nem um pouco. Convocaram uma reunião urgente e por isso tive que vir ontem para cá. A reunião foi acalorada e fomos postos contra a parede. Se eu sair agora eles terminam com a parceria. Tenho uma empresa de gestão financeira que funciona em principio como captadora de clientes e a nossa parceira, faz a gestão. Eles são muito criteriosos porque são os maiores gestores do Brasil. Enfim, minha decisão passa por fechar minha empresa ou assumir o Bahia. Como logo depois foi morar em Londres, o parágrafo abaixo parece ter o real motivo.
William havia sido indicado por Valton Pessoa (amigo do ex-zagueiro) e Sidônio Palmeira para MGF. A intenção dos atuais dirigentes tricolores era de que o ex-presidente aceitasse uma transição para deixar o cargo sem a briga judicial. Como, obviamente, Marcelo Guimarães Filho não aceitou, William refutou ao convite. Desde que Fernando Schimidt assumiu a presidência tricolor, era questão de tempo para William vir para o Bahia. A diretoria agiu corretamente pela prudência de não sair fazendo caça as bruxas no futebol. A saída de Cristóvão é uma prova disso. A coisa, muito provavelmente, teria desandado.
Com tudo isso é difícil analisar a capacidade de William para o cargo. A inexperiência é evidente, já que, de fato, tem menos de um mês de trabalho nessa função e isso em 2011! Sei das diversas visitas a clubes ingleses esse ano. Será o suficiente? A realidade aqui é outra. O Bahia é um clube em transição, com graves problemas financeiros, com elenco necessitando de reformulação (vários jogadores reprovados com contrato), além das próprias mudanças no departamento. Por outro lado, também é inegável que se trata de um sujeito bem relacionado, inteligente e que conhece o mundo boleiro. E, pelas conversas, tem a teoria em mãos. Agora é torcer para que tenha discernimento, paciência e humildade para colocar em prática. Não é nada fácil! Boa sorte!”
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