A esclarecedora entrevista abaixo saiu na edição deste domingo do jornal A Tarde, antes do empate com gosto de derrota com o Coritiba, no estádio de Pituaçu. Confira o bate-papo do lateral esquerdo Ávine com o repórter Daniel Dórea (destaque para o final):
Para superar a atual má fase do time, a torcida continua colocando muita esperança em você. Como encarar isso, sabendo que retorna depois de seguidos problemas físicos?
De forma natural. Estava esperando muito por esse momento. É claro que eu não queria voltar nessa situação que o clube vive, mas eu não sinto essa parada de pressão. O que eu podia sofrer de pressão aqui, já sofri. Seja de torcida, imprensa ou diretoria. O jogador tem que mostrar seu valor nessas horas. É bater o peito, colocar o coração na chuteira e partir pra vencer.
Você já está recuperado da tendinite no joelho direito?
Totalmente. Fizemos um trabalho com o Cybex (aparelho que trata uma região muscular específica), além das sessões de fisioterapia. Tudo isso contribuiu.
Como essa lesão te atrapalhava em campo?
Eu tinha uma inflamação óssea que não me deixava fazer qualquer esforço físico sem sentir dor.
Dá para dizer que você está 100% para o jogo de hoje?
Não. Fiz apenas três treinos com bola, o que não me dá o ritmo ideal. Mas já está bem melhor. A confiança já é outra e eu considero que estou 90% pronto para o jogo.
Após início de carreira promissor, você se sentiu vendo o bonde passar com tantas lesões?
De certa forma, sim. Eu vivia um momento bom, tinham propostas aparecendo, meu nome já estava até sendo cogitado na seleção. Essas lesões me atrapalharam muito, mas não é nada que eu consiga reverter. Tenho o Brasileiro todo pela frente pra voltar a ser o que eu era.
O que mudou na sua vida nos últimos anos?
Tudo. Eu me converti há um ano, mas fui batizado recentemente na igreja Planeta de Cristo (evangélica). Além disso, formei uma família. Vivo com minha esposa Karla há cinco anos e temos um filho, (Ávine Filho, 2 anos). Antes disso, era só noitada. Bebia muito, saía quase todo dia e tinha amizades ruins. Hoje, só saio à noite pra ir a um restaurante. Agora, minha vida se resume a futebol, Bahia, Jesus e família. Sou uma pessoa melhor.
Sente falta das noitadas?
Não. Me sinto bem em pensar que isso não faz mais parte da minha vida.
Mas continuam saindo boatos sobre você. Por exemplo, que teria jogado bola em Cajazeiras ainda não 100% recuperado, e machucado o dedo brigando com o roupeiro do clube…
Às vezes as pessoas não entendem que você mudou. Não te querem ver bem. Aí, caluniam, difamam… mas fico tranquilo em relação a isso. Estou na mão de Deus.
Outra coisa que se diz é que você não se dá muito com a maioria dos atletas do elenco atual.
É normal você ter afinidade com uns e não ter com outros. E o meu jeito é mais reservado. Não sou de ficar brincando, a não ser com quem me dá liberdade.
Mas você tem problema com algum jogador?
Eu não tenho, mas alguém pode ter comigo.
E tem?
Não posso te confirmar.
O que o grupo precisa fazer para reagir no campeonato?
Tem que se fechar mais. Às vezes vejo um grupo conversando de um lado, outro grupo conversando de outro. Não que o elenco esteja rachado, mas está na hora de haver uma conversa franca entre todos. Senão a situação pode piorar. E também acho que o grupo precisa ter mais personalidade. Ou está faltando atenção, ou encarar as coisas com mais seriedade.
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