O zagueiro Dante é baiano e torcedor do Bahia declarado. Após renovar seu vínculo por mais um ano no futebol francês, o jogador ex-Seleção Brasileira lamentou o fato de não ter recebido oferta do Esquadrão de Aço dessa vez.
Aos 40 anos, Dante é titular do Nice, da primeira divisão francesa, tendo jogado 35 dos 38 jogos da equipe na temporada 2023-24. Em fevereiro, ele havia afirmado que “somente uma proposta do Bahia o tiraria da França”.
A proposta tricolor não aconteceu e o jogador acertou a renovação contratual com sua atual equipe, na qual é capitão, no fim do mês de maio.
Ao podcast Informe Baiano Futebol Clube, ele lamenta o fato de não ter tido a chance de jogar com a camisa tricolor, mas diz que entende os motivos do clube. Para ele, a idade é o maior empecilho.
“Primeiramente, eu acho que o Bahia tem o direito de não escolher me contratar. Tem o direito, é lógico, porque se todos os jogadores sonhassem em jogar em um clube e o clube tivesse que contratar, seria difícil. Então, a gente tem que respeitar. Pode ser uma faca de dois gumes. Não falo de performance, porque eu jogo lá contra jogadores que são campeões mundiais, campeões de Champions League. Joguei contra Messi, Neymar, Mbappé, Dembelé… A velocidade de jogo dos caras é absurda. Hoje em dia, qual é o empecilho? A idade. Tenho 40 anos, daqui a pouco terei 41”.
Apesar da idade avançada para o futebol, o defensor garante que não há prejuízos em questão de desempenho, e por questões de liderança e exemplo fora de campo, sendo estes os motivos que fazem o Nice renovar seu contrato a cada ano.
“Por o Nice renova comigo? Porque eles estão vendo qual é o trabalho, o cotidiano do Dante. Estão vendo o que Dante representa, o que ele pode dar para o clube. Não somente na intensidade dos treinos, no exemplo como profissional, com disciplina. Isso tudo agrega. O Nice conhece e tem confiança para fazer isso. Para as pessoas que não conhecem é difícil entender isso. É normal e eu entendo perfeitamente. Quando eu penso, já dá aquela (empolgação) de jogar pelo Bahia na Fonte Nova. Eu mostro para os caras a chegada do ônibus (do Bahia) com a torcida gritando e falo “isso aqui é torcida”. E os caras ficam todos doidos”.
Sonho de jogar pelo Bahia começou como tricolor na infância
“Sonho em jogar aqui porque eu ia para a Fonte Nova desde pequeno. E justamente por isso me deu a vontade de ser jogador de futebol, por causa da emoção que eu sentia dentro do estádio, em ver o cara fazendo o gol. E 94, ver Raudinei fazendo o gol no Ba-Vi. Eu estava naquele jogo. Eu chorava”.
Elogios a Cadu Santoro e curso de treinador no Manchester City
“Eu conheço Cadu (Santoro). É um cara espetacular, já tive a oportunidade de conversar com ele. Conversar sobre futebol, como atleta. Nós temos amigos em comum também. Eu gosto de conversar com muita gente, treinadores e diretores, porque é isso o que eu quero fazer no futuro. Já quero entender o ambiente que me espera. É um cara inteligente, competente, também tive retorno de pessoas do Grupo City, onde eu fiz meu curso de treinador na Inglaterra e falam muito bem dele. Fiquei feliz”.
“Iria dar muito certo”, afirma Dante
“Ficou aquela história de amor, aquele vem ou não vem, aquele namorico, mas é normal isso acontecer. Hoje em dia, o Bahia tem um projeto muito grande. Eles não podem ter dúvidas sobre quem vão trazer. Não existe dúvida. Não estou falando que ia dar errado não. Iria dar muito certo, mas muito certo mesmo. Isso quem está falando sou eu. Não porque eu acho que sou melhor do que ninguém, mas é pela forma que eu gosto de trabalhar”.
“Em termos de liderança, traria todos os meus conhecimentos que tive lá fora para agregar com o clube, comissão, jogadores. E é diferente trabalhar pensando no clube. Tendo humildade e resiliência, você já tem habilidade para se reinventar em um processo negativo. Iria dar certo, mas é coisa da vida. São coisas da vida. Às vezes tem uma galera que pode falar: ‘Ah, fica com conversinha’. Eu assinei meu contrato em 22 de maio, não tem nem um mês. Se chegasse uma proposta, eu ia falar o que? Não quero? Vou esperar nada não. Ainda mais do Bahia”.
No Brasil, jogou apenas pelo Juventude. Já em sua carreira na Europa, que começou em 2003, tem passagens por futebol francês, belga e alemão.
De 2012 a 2015, ele atuou com a camisa do Bayern de Munique e foi titular pela Seleção Brasileira na fatídica eliminação para a Alemanha, na Copa de 2014. Dante defende o Nice como titular desde 2016.
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.