O futuro presidente da associação Esporte Clube Bahia será conhecido no próximo sábado (2), com a eleição dos representantes da Diretoria Executiva e do Conselho Deliberativo para o triênio 2024-2026.
Em mais uma cobertura da era democrática tricolor, o ecbahia.com abriu espaço para todos os cinco candidatos à cadeira de presidente em entrevistas exclusivas na reta decisiva da campanha eleitoral.
O candidato da vez é Marcus Verhine, atual presidente do Conselho Fiscal do Bahia e que tenta pela primeira vez alcançar um cargo político dentro do clube.
Verhine forma a chapa “Bahia Mais Independente”, com Rogério Silveira como candidato à vice-presidência. Seu número na eleição é o 88.
Leia a entrevista completa:
1) ecbahia.com: Com a chegada do Bahia SAF, o Bahia separou também toda a área de Comunicação, incluindo site e redes sociais. Quais são suas propostas para engajar novamente o torcedor e sócio com a Associação Esporte Clube Bahia?
Marcus Verhine: “Ótima pergunta e é parte importante do nosso projeto. Além de formar um excelente time de comunicação, inclusive com expertise em gestão de redes sociais, vamos criar um plano de comunicação específico para os sócios, que terão papel fundamental no novo contexto da SAF. Teremos também um canal de escuta com o torcedor. Comunicação de mão dupla, com mecanismos eficientes para transmitir e receber informações. Iremos apostar numa gestão participativa. O sócio já tem acesso aos balanços e orçamentos, mas precisa também acompanhar os planos de ação, as metas e os prazos. E será sempre ouvido nas decisões mais importantes, como será o caso da escolha da modalidade esportiva que vamos abraçar. A comunicação foi um grave problema da atual presidência e que precisa ser corrigido, a fim de ampliar o número de sócios e mantê-los no clube”
2) ecbahia.com: Pretende sugerir mudança no formato e valor do atual plano de sócios da Associação? Se sim, poderia dar detalhes da proposta?
Marcus Verhine: Não pretendemos mexer no valor do plano e sim criar formas de aumentar o volume de sócios, por meio de benefícios e experiências, usando para isso a boa relação com o Grupo City, além da aproximação eficiente com novos parceiros. E verificamos, por meio de pesquisa, que o principal motivo para a diminuição do número de sócios foi a falta de comunicação clara e não um problema relacionado ao valor da mensalidade. Nossa meta, já com plano de ação muito bem estabelecido, é aumentar o número de sócios adimplentes para 20 mil até 2026”.
3) ecbahia.com: Quais suas propostas para crescer o número de sócios, sem o atrativo direto do futebol e do acesso ao estádio, que ficaram com a SAF?
Marcus Verhine: “A primeira medida é apostar numa comunicação mais eficiente. Também pretendemos engajar os sócios nas decisões mais importantes do clube, como a escolha das modalidades esportivas que receberão investimentos e na elaboração do planejamento estratégico. O plano de sócios será redesenhado de forma a incluir novos benefícios (sobretudo experiências) e parceiros. Vamos também promover iniciativas culturais e educacionais, realizar eventos e comemorações que fortaleçam o orgulho de ser Bahia, além de reaproximar o clube das embaixadas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Também precisamos ter a nossa casa, vamos apresentar um projeto para que o clube tenha a sua sede própria para os eventos esportivos dos quais vai participar e, nos dias em que não houver disputas, funcionará como um espaço de lazer e convivência para os sócios”.
4) ecbahia.com: No seu plano já existe um esporte prioritário para implementar na associação? Qual e por quê?
Marcos Verhine: “Não. Há estudos aprofundados sobre várias modalidades, mas, para nós, é fundamental que os sócios participem da escolha. Não pode ser uma decisão monocrática do presidente. Além de ser uma forma de engajar os nossos associados nessa importante decisão, é uma maneira de tornar mais sólida a escolha, fazendo com que não fique restrita a um mandato e tenha continuidade com consistência e planejamento de longo prazo. Feita a escolha junto com os sócios, partiremos para um estudo de viabilidade financeira, para, aí, sim, implementar o esporte. E não entraremos apenas para participar. Nosso lema é “Nasceu para Vencer” e essa lógica será ampliada para qualquer modalidade que o clube abraçar”.
5) ecbahia.com: Sabendo que o futebol é controlado pelo Grupo City, o que de prático você pretende fazer como presidente da Associação em relação ao futebol, além de fiscalizar e cobrar o cumprimento do contrato?
Marcus Verhine: “Muitos torcedores – e, infelizmente, alguns dos meus adversários – desconhecem detalhes importantes do contrato da SAF e também do nosso estatuto. E não sabem o tamanho do poder que o presidente terá junto ao CFG. O Conselho de Administração da SAF é composto por quatro membros. Três deles são do City e apenas um representante responde por eles (Alexandre Nogueira). O outro representante do Conselho é o presidente do clube. Ou seja, o papo é de um pra um. Ha reuniões trimestrais e o presidente pode, a qualquer momento, solicitar uma reunião extraordinária. Isso possibilita que tenhamos muita influência nas discussões relacionadas ao futebol. Pouca gente fala sobre isso, mas tá lá escrito que o conselho de administração recebe relatórios mensais da diretoria de futebol da SAF. E é importante que a torcida saiba que o City não só espera que a gente participe como tem interesse em ouvir o que temos a dizer, afinal, somos nós que conhecemos a cultura local, as tradições e o comportamento do torcedor. Então, quem acha que o presidente do Bahia não tem influência no futebol está pensando errado. Nós temos perfeita noção do nosso papel e vamos desempenhá-lo”.
6) ecbahia.com: O setor de e-sports movimentará cerca de R$ 13bi no Brasil em 2026. Existe algum plano concreto no seu programa de gestão para este setor? Poderia explicar, caso positivo?
Marcus Verhine: “Existe, sim. É um negócio extremamente rentável, tem muita aderência com parte significativa da nossa torcida e está presente no nosso plano de gestão. Convido todos a ler o projeto. Interessante que outros candidatos começaram a falar no assunto durante a campanha, embora os e-sports não estejam contemplados nos planos que eles disponibilizaram para a comissão eleitoral e para a imprensa. Ainda bem que decidiram ler o nosso projeto e falar sobre a importância dos esportes eletrônicos, porque é algo bem importante. Também para os e-sports, engajaremos os sócios na discussão para escolha dos jogos e formas de realizar os eventos, mas nossa equipe está em contato com especialistas e já mapeou as modalidades mais populares e com maior potencial para investimentos”.
7) ecbahia.com: O Bahia já tem Herbert Conceição como embaixador, um atleta olímpico, baiano e tricolor. É possível esperar que o Bahia apoie e seja representado por mais atletas na Olimpíada da França?
Marcus Verhine: “Temos como meta, prevista no plano de gestão, apostar na boa performance nos esportes de alto rendimento. Hebert é um ótimo exemplo, por todos os aspectos mencionados, mas, como eu já disse antes, a definição das modalidades e atletas é algo que será construído em parceria com os sócios. Não podemos estabelecer o compromisso de já termos atletas nas olimpíadas do ano que vem, mas o nosso objetivo é, sim, apoiar o desenvolvimento de atletas que possam, no médio prazo, nos representar em Jogos Pan-Americanos, Olimpíadas e Paralimpíadas”.
8) ecbahia.com: Ao longo do ano de 2023 houve uma tentativa de parceria com o Yatch Club, que, por falha de comunicação ou não, recebeu críticas de ambos os lados. Você tem intenção de fazer alguma parceria com algum clube para que os sócios possam frequentar? Ou acha viável e pretende construir um próprio para o Bahia?
Marcus Verhine: “Nós precisamos ter a nossa casa e temos planos concretos para isso, mas parcerias são importantes para garantir benefícios atraentes para os nossos associados. O principal é que seja um negócio vantajoso para o Bahia e que o sócio seja protagonista nesse processo. Conforme já sinalizamos, pretendemos apresentar um projeto para termos o nosso ginásio próprio. Os sócios poderão usufruir do espaço e ter um local de convivência para se encontrar”.
9) ecbahia.com Caso não seja eleito, você aceitaria apoiar e/ou ajudar o candidato eleito, caso seja convidado?
Marcus Verhine: “Eu tenho muita convicção de que venceremos a eleição e a primeira coisa que vou fazer, já no dia 2 de dezembro, é procurar os meus adversários para conversar. Quero construir junto com eles um novo modelo de atuação para o clube e a participação de todos é muito importante. Vejo muita gente discutindo sobre coisas do passado. Nosso foco é no futuro e estamos vivendo um momento decisivo da história do Bahia. Não podemos errar! E ninguém deve sair do rumo por picuinhas políticas. Divergências são sempre saudáveis na democracia e minha liderança será sempre baseada no diálogo. Todos conhecem meu perfil agregador. Essa característica continua muito forte e está sempre a serviço do Bahia”.
10) ecbahia.com: Baseado em toda a campanha, debates e entrevistas já realizados, por que o sócio indeciso deveria escolher você e sua chapa em vez da dos concorrentes?
Marcus Verhine: “Até os meus adversários respeitam a minha história, o meu currículo e a minha capacidade técnica. Basta ver o que aconteceu nos debates, durante a campanha. Reparem que ocorreram muitos ataques e denúncias uns aos outros, mas, SEMPRE que falaram de mim, só fizeram elogios. Fico até orgulhoso. Embora sejam adversários na eleição, todos reconhecem minha competência, minha atuação à frente do Conselho Fiscal e minha história de luta pela democracia no clube. Não apontam nenhuma mácula na minha trajetória. Para os eleitores indecisos, minha forma mais eficiente de pedir voto é sugerir que leiam o nosso plano de gestão e também analisem minha biografia. Eu tenho muitos serviços prestados e estou pronto para assumir esse desafio que é, também, uma honra. É emocionante saber que, no sábado, eu posso me tornar presidente do meu clube do coração”.
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