Problemas de Sant’Ana envolvem CBF, AFN, OAS e até Globo

Cansado e desgostoso com o futebol brasileiro. É assim que parece estar Marcelo Sant’Ana, presidente do Esquadrão. Os problemas da vez são as negociações com CBF e com a Arena Fonte Nova, além das cobranças públicas do zagueiro Gabriel Valongo. Se não bastasse, o assunto OAS e Cidade Tricolor também não anda e até a Globo tem atrapalhado a vida do jornalista e presidente do Bahia.

No Twitter nesta terça-feira, o mandatário deixou transparecer que não está nada contente com as últimas negociações em geral. Inclusive, pessoalmente, já teria jogado a toalha no assunto Fonte Nova. “Minha relação com o consórcio segue ruim. Pedro Henriques tem tentado tratar. Desejo boa sorte a ambos e o bem do Bahia”, disse no microblog.

O assunto tem sido tocado pelo vice-presidente. “Temos contrato até o mês de abril de 2018. Qualquer contrato tem margem para rescisão. Foco, entretanto, é solução. Se não for possível, são outros quinhentos”, falou Henriques em resposta a questionamentos de torcedores também nas redes sociais.

Nas últimas semanas a relação esquentou depois da Arena anunciar aumentos nos preços dos alimentos vendidos dentro do estádio e Sant’Ana ter feito críticas abertas no seu perfil da Internet. Além disso, alguns sócios tiveram problemas no acesso às arquibancadas no último jogo devido a uma falha de comunicação entre os envolvidos, Bahia e Consórcio.

VALONGO

Sobre Valongo, Sant’Ana chegou com números prontos para o “combate”. Municiado de dados estatísticos sobre jogos, triunfos, empates e derrotas, o cartola pareceu querer dar uma resposta ao zagueiro. Ainda usou da sua experiência como jornalista e comentarista esportivo para fazer uma análise escalonada sobre em quais jogos o atleta foi muito bem, bem, mais ou menos, ruim ou péssimo.

A avaliação deu a entender que o presidente ficou irritado com a ação de Valongo em ir para as rádios e publicizar a relação com o clube.

CBF E AMISTOSOS

Com a CBF, Sant’Ana foi duro. Lançou nota oficial parabenizando a Federação Bahiana e criticando o fato da Confederação Brasileira ter negado o pedido de alteração da partida contra a Juazeirense no dia 9 de março com base em “conflito contratual nos direitos de transmissão”. Assim, sobrou até para a Rede Globo. Uma vez que a outra emissora, o Esporte Interativo, já teria comunicado o aceite da alteração, a provável pendência seria com a TV do Rio.

“Ano passado, inclusive, durante as semifinais do Campeonato Baiano, também por liberalidade e formalizado em documentos a partir de pedido da própria TV Bahia/Globo, o Bahia autorizou a emissora a exibir para todo o Estado (Salvador incluído) a partida válida pela semifinal contra a Juazeirense. Atitude em respeito à parceria entre as instituições”, diz a nota oficial praticamente requerendo um aceite formal por parte da emissora carioca.

Em análise na sua coluna do jornal Correio* desta quinta-feira, o editor de esporte Herbem Gramacho escreve: “a CBF não deixa de ter razão, à medida que o Bahia requer um privilégio proibido no regulamento geral de competições. Fazer tal concessão ao Bahia abriria precedente para que outros clubes marcassem excursões e bagunçassem o calendário de competições oficiais, como o Santos costumava fazer na era Pelé. O Bahia sabia do risco, mas preferiu correr.”

OUTRAS FRASES DE SANT’ANA

“Administrar futebol é difícil sim. Todos temos opiniões e convicções. Administrar futebol e R$130 MI em dívidas então…”

“Eu não sumo. Continuo a fazer meu trabalho pelo Bahia. Dei coletiva no dia seguinte ao fracasso. Qual sua sugestão?”

“Entendo que o futebol brasileiro precisa mudar muito. Mas grande parte de torcedores / mídia só julga o resultado de campo”

“Concordo. Sócio é sócio do Bahia. Não de dirigente. Tem q mudar cultura. Agir, ser parceiro, ajudar. Só cobrar é mole”

“Para muitas pessoas, dinheiro é importante, mas não é a única coisa na vida. Hoje nossa dificuldade não é financeira”