A Lava-Jato ainda não chegou no futebol baiano. A Polícia Federal ainda não cumpriu mandados de busca e apreensão nas sedes das entidades que comandam a bola no Estado. Mas, tirando as comparações de lado, o caso Victor Ramos é daqueles que quanto mais o tempo passa, pior fica.
O novo capítulo, que também poderia ser chamada de nova operação, foi deflagrada nesta segunda-feira pelo forte portal ESPN. A documentação apresentada é de espantar os mais corretos analistas do Direito Desportivo.
O Vitória-BA, através do seu presidente Raimundo Viana, juntamente com a CBF e a FBF afirmam de joelhos que a transferência do zagueiro foi nacional, e, por isso, Ramos estaria regular nas partidas do Campeonato Baiano. “A transferência é nacional”, diz os três, mas o que o contrato mostra? Pois foi o que descobriu e divulgou o jornalista Marcus Alves, do importante portal.
“O contrato de empréstimo do atleta do Monterrey para o Vitória afirma que o acordo “tem caráter internacional” e reconhece a Fifa como o “único organismo de disputa” em caso de possíveis controvérsias”, diz a reportagem que replica a cópia do contrato com a cláusula 8.
O fato é impressionante e vai de encontro com o que juram CBF, FBF e Vitória-BA. O Flamengo de Guanambi, primeiro time afetado pelo imbróglio já solicitou análise da FIFA.
O Bahia também acionou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Envolvido com a ética e o cumprimento das regras do torneio, o Tricolor escalou o advogado espanhol Juan de Dios Crespo, que fez a defesa de Luis Suárez pelo Barcelona, para se posicionar sobre o assunto.
O STJD comunicou o arquivamento do caso, já que não possui competência para julgamentos ordinários, segundo o Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Porém, o presidente da corte, Caio Rocha, decidiu acionar a Procuradoria para analisar se existe indício de infração no caso.
“Determine-se a comunicação da presente decisão à Procuradoria deste STJD, para que analise se há indício de infração cuja análise seria da competência deste STJD para, se for o caso, oferecer denúncia.”
A FIFA ainda analisa a situação.
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