é goleada tricolor na internet
veículo informativo independente sobre o esporte clube bahia

Ferraz detalha controle financeiro do Bahia após passado obscuro

Notícia
Entrevista
Publicada em 31 de maio de 2019 às 19:18 por Victor de Freitas

2019-05-31-19-11_capadiretoria4
Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

Em 2013, o Bahia passou por uma intervenção jurídica que mudou o rumo do Esquadrão nos anos seguintes. Após um passado obscuro, com maus resultados e falcatruas fora de campo, o atual vice-presidente Vitor Ferraz exalta o controle financeiro demonstrado pelo clube com dados e valores transparentes.

Em entrevista ao portal Globoesporte.com, o Ferraz relembrou toda a sua trajetória pelo Bahia, onde chegou em 2013, citando as dificuldades encontradas no caminho até chegar ao atual momento vivido pelo clube, com prestação de contas, orçamento, planejamento estratégico e organograma abertos para acesso de qualquer torcedor.

“Quando a gente chegou, em 2013… Eu posso falar até com algum conhecimento de causa, porque eu entrei no clube logo no pós-intervenção, a gente tinha um cenário catastrófico em termos de finanças, de uma obscuridade total em relação aos dados do clube. O Bahia não tinha controles firmes de gestão financeira, de contabilidade. As informações não eram guardadas. Quando se tentava fazer qualquer tipo de operação bancária para obtenção de crédito, a gente tinha uma dificuldade tremenda, porque o balanço com os detalhes do clube era absolutamente deficitário. Não passavam qualquer tipo de credibilidade para as instituições. Num primeiro momento, o trabalho que se fez foi adequar o clube às boas práticas contábeis, as práticas contábeis recomendadas pelo mercado, o que foi feito com um trabalho interno e também com base no que as empresas de auditoria indicavam para a gente. A gente teve o primeiro relatório de auditoria; teve, se não me engano, oito ou dez ressalvas. E a gente, ao longo do tempo, conseguiu eliminar essas ressalvas. Agora em 2018, nós tivemos o segundo ano em que o relatório da auditoria não indicou qualquer tipo de ressalva

Atualmente, os débitos totais do clube ainda giram em torno de R$ 164 milhões, que são divididos em três esferas. Na área trabalhista, o Bahia paga mensalmente R$ 600 mil ao Tribunal Regional de Trabalho, por conta do acórdão feito para pagamentos de dívidas contraídas por antigas gestões, além de um pagamento anual de R$ 1 milhão. Por ano, são R$ 8 milhões pagos apenas neste setor.

Na área cível, o departamento jurídico atua de caso a caso, buscando chegar ao maior número possível de acordos. A maior parte das dívidas é de natureza fiscal. Em 2015, o clube aderiu ao Profut para dividir uma dívida de R$ 108 milhões, parcelada em 20 anos.

Mudanças drásticas na administração e no controle das finanças

Ferraz também revelou detalhes de todo o trabalho feito para chegar ao controle financeiro visto hoje, com balanços anuais aprovados sem ressalvas nos últimos anos e, por consequência, com a maior previsão de arrecadação da história do clube em 2019 – R$ 140 milhões previstos em receitas neste ano.

“Então como a gente começou a construir esse processo de mudanças dessas práticas? Primeira coisa: renovamos os sistemas, softwares mesmo, de controle financeiro, para programas que tivessem um bom reconhecimento no mercado. E implementamos controles rigorosos com relação ao lançamento de dados neste sistema, porque tinha muita coisa do clube que a gente não tinha nenhum tipo de controle, e as informações iam chegando sem que o clube sequer tivesse registro da ocorrência de determinadas operações. A aquisição destes programas foi o primeiro passo. O segundo passo foi a implementação de um sistema de controladoria. Nós contratamos um controller, que é uma pessoa que, basicamente, faz a verificação da adequação dos procedimentos que o clube tem, principalmente as questões contábeis e financeiras. Ele faz análise de contrato, se aquilo que está sendo contratado está de acordo com a legislação; se os lançamentos contábeis estão sendo feitos de forma correta; se os papeis contábeis atendem ao que o conselho de contabilidade determina… Tudo isso é controlado por esse profissional”, disse Vitor Ferraz.

A transparência na prática

“A evidência mais importante que a gente tem dessa evolução do Bahia é que, entre 2013, quando foi feita a primeira auditoria, e 2018, que foi o ano da última auditoria, já são dois anos que a gente não tem nenhum tipo de ressalva em relação à auditoria externa. E o que é essa ressalva? Nós fornecemos os dados contábeis, financeiros. Eles verificam, através das técnicas que são de auditoria, por amostragem, verificam se aquele dinheiro daquela conta foi gasto com aquela finalidade; se aquele dinheiro que entrou de determinado contrato foi no valor correto, da forma correta; se o clube procedeu da forma correta em relação à execução orçamentária. Ou seja, se gastou o que estava previsto para cada área; se deixou de gastar, por que deixou de gastar; se gastou a mais, se tem justificativa para isso. Atesta todo esse processo. E, ao final, ele dá um parecer indicando o que o clube está fornecendo em relação às suas informações contábeis são correspondentes à realidade que é constatada a partir dessa análise de documentos. Se houver algum tipo de falha ou de não observância de requisitos, eles indicam através de uma ressalva. Eles falam assim: “Foi atestada a correção dos dados, etc, ressalvando-se tais pontos”. Ao longo dos anos, a gente foi corrigindo as ressalvas que eram indicadas anualmente para a diretoria, até chegarmos ao ponto de não ter nenhum tipo de ressalva quanto àquilo que o clube vem fazendo em termos de práticas contábeis, financeiras e tributárias”.

Fim do financiamento de equipes de comunicação externas

“Pagamentos para terceiros, de pessoas de imprensa, foram cortados. Nove integrantes da imprensa, radialistas, nos processaram, mas ganhamos. Temos agora os veículos próprios do Bahia e pagamos a esses profissionais. E conseguimos manter uma boa relação com a imprensa, sem nenhum tipo de pagamento, seja dinheiro, hospedagem, passagem ou camisa”.

Próximos passos do clube para ampliar transparência e controle financeiro

“A gente vem conversando internamente, e já avaliamos medidas que podemos implementar, estamos estudando a forma de fazer isso para ampliar os mecanismos de controle. Queremos implantar um sistema de auditoria interna permanente, que vai acontecer o ano todo. Não só no período da auditoria externa. Também estamos conversando com um grupo de conselheiros e de advogados para estabelecer um sistema de compliance, que é o que há de mais moderno em sistema de controle. É uma coisa que a gente espera deixar de semente para a próxima gestão. São duas medidas que planejamos implementar para poder dar mais segurança ao clube, que só tem a ganhar com isso”.

comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.

enquete

Quem deve ser o titular do ataque do Bahia, ao lado de Thaciano?
todas as enquetes
casas de apostas brasileiras