Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
A contratação do lateral-direita gerou uma enorme repercussão entre os torcedores do Bahia e também na mídia nacional. O atleta está respondendo a um processo pelo um acidente que culminou na morte de um casal no fim de 2020.
Ao podcast Segue o Baba, do ge.globo, o presidente Guilherme Bellintani falou abertamente pela primeira vez sobre a decisão de ter contratado o jogador para a sequência da temporada de 2022.
O dirigente tricolor disse ter levado em consideração as posições do diretor Eduardo Freeland e do técnico Enderson Moreira, além de ter consultado profissionais do ramo do direito.
“Freeland me disse que conhece a história de Marcinho. Enderson a mesma coisa. A gente teve um dos processos mais difíceis de decidir por conta do peso do Bahia de protagonista do Brasil de ações socialmente aplaudidas. E eu comecei a conversar com algumas pessoas. Liguei para advogada criminalista, de esquerda. As pessoas são julgadas pelas redes sociais. A Constituição não dá o direito de excluir o outro da vida plena. Ela disse que vocês farão um grande serviço ao sistema brasileiro de julgamento nas redes sociais de enfrentar esse tema. Ação afirmativa ela é afirmativa. Não é negativa. Afirma princípios. E dentro os princípios está o direito de ser julgado pelo poder judiciário e não Twitter”.
Sobre o caso, Bellintani disse acreditar, inclusive, que haverá condenação a Marcinho. Porém, também afirmou que o Bahia tem portas abertas para recuperação das pessoas.
“Marcinho cometeu um crime. Ele bebeu e dirigiu. E ele não prestou socorro. É muito grave, e ele tem que pagar por isso. Se ele for julgado, e vai ser, se for condenado, e me parece que será, ele será taxado como criminoso. Mas a vida do criminoso não se encerra no crime. O Bahia acredita na recuperação das pessoas, na reintegração social”.
“O que aconteceu com Marcinho também poderia ter acontecido com meu irmão, com seu irmão. Poderia ter acontecido com um de nós. Quem aqui nunca bebeu e dirigiu? Ah, mas ele não prestou socorro. Ok. Você sabe como seria sua reação naqueles cinco segundos? Eu não sei como seria a minha. Eu acho que pararia para prestar socorro, mas não consigo atestar. Eu uma vez passei o constrangimento. Tinha fechado um negócio importante, abrimos um champanhe e tomamos uma taça. A blitz me parou. O lugar onde eu bebi estava a 800 metros da minha casa. A blitz estava a 200 metros. Eu paguei a multa. Fiquei constrangido ao extremo. Me senti um irresponsável e, de fato, fui”, comentou Bellintani.
Marcinho está emprestado ao Bahia pelo Pafos, do Chipre, até novembro de 2022.
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