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Bahia comemora 29 anos do bicampeonato brasileiro

Notícia
História
Publicada em 19 de fevereiro de 2018 às 11:16 por Victor de Freitas

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Fonte: Reprodução

O dia 19 de fevereiro de 1989 jamais sairá da memória de todos os torcedores tricolores. Nesta segunda-feira, o Bahia comemora o aniversário de 29 anos da segunda estrela de Campeonato Brasileiro, conquistada sobre o Internacional.

No antigo estádio do Beira-Rio, na casa do Internacional, o Bahia foi a campo ostentando uma vantagem de 2 a 1 conquistada no duelo de ida, com a Fonte Nova lotada por 90.508 torcedores.

Na partida decisiva, em solo gaúcho, o Esquadrão demonstrou raça, talento e disposição para segurar um empate em 0 a 0, suficiente para garantir a segunda estrela, se tornando o único time nordestino a conquistar o Campeonato Brasileiro da primeira divisão por duas vezes.

O Esquadrão de Aço chegou a sua segunda conquista nacional após após terminar o primeiro turno em terceiro lugar, o segundo turno em quarto lugar. A partir daí, o time tricolor dirigido por Evaristo de Macedo brilhou nas fases de mata-mata.

Nas quartas de final, eliminou o Sport e, nas semifinais, bateu o Fluminense, contra quem bateu o recorde de público da Fonte Nova. Foram 110.438 pagantes, no duelo de volta. A maior goleada conquistada pelo Bahia foi o triunfo de 5 a 1 sobre o Santos, ainda na fase classificatória.

Fala, Mestre Evaristo

“Não impus nenhum sistema de jogo (…) Apenas aproveitei o potencial de cada jogador”, afirmou o histórico treinador Evaristo de Macedo, após o troféu conqusitado.

Eterno camisa 8, Bobô relembra detalhes da conquista

Já em entrevista em 2017, o ex-jogador Bobô, um dos craques do elenco tricolor na conquista do bicampeonato, relembrou alguns detalhes do segundo título nacional do Tricolor.

“Foi muito bacana aquela conquista, por uma série de razões: A montagem do elenco, que começou em 86. Daí, começou 87 e foram chegando e saindo jogadores. E culminou naquele grande time montado em 88, um time quase basicamente de baianos. Modestamente montada, uma equipe barata e que pouca gente achava que poderia chegar aonde chegou. Aliás, nós mesmos não imaginávamos”.

“Na realidade, nós ganhamos tudo naquela época. Fomos tricampeões baianos. Ganhamos o Baiano com antecipação em 86, em 87 ganhamos com facilidade e em 88 ganhamos os dois Ba-Vis. E entramos no Brasileiro para fazer uma grande campanha, mas não tínhamos noção do potencial, da capacidade, de nós mesmos”.

“Durante o carnaval (de 89), nós tivemos que parar um pouco a festa para se dedicar (risos). Ali a gente já tinha uma certeza de que poderia chegar muito mais adiante. E o grande jogo do Bahia foi contra o Sport, na reta final (quartas de finais). Lá foi 1 a 1, Charles fez o gol. E aqui foi um drama, empate, prorrogação… Eu lembro que aos 14 minutos do segundo tempo, da prorrogação, o centroavante do Sport saiu sozinho e o Ronaldão salvou a pátria. E passou uma confiança muito grande”.

FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 0x 0 BAHIA

19/fevereiro/1989 – Local: Beira Rio (Porto Alegre-RS)
Juiz: Dulcídio Wanderley Boschilia (SP)
Público Presente: 79.598 espectadores
Cartão Amarelo: Norberto, João Marcelo e Gil
INTERNACIONAL : Taffarel, Luís Carlos Winck, Norton, Aguirregaray e Casemiro; Norberto, Luís Fernando e Luís Carlos Martins; Maurício (Hêider), Nílson e Edu Lima (Diego Aguirre). Técnico: Abel Braga.
BAHIA : Ronaldo, Tarantini, João Marcelo, Claudir (Newmar) e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil Sergipano e Bobô (Osmar); Zé Carlos, Marquinhos e Charles. Técnico: Evaristo de Macedo.

Confira, abaixo, algumas curiosidades e dados referentes ao Campeonato Brasileiro de 1988:

– Para chegar ao tão cobiçado título, o Tricolor jogou 29 vezes, venceu 13, empatou quatro e perdeu cinco. O regulamento da competição previa cobrança de pênaltis nos jogos das fases classificatórias que terminassem empatados. Destes, o Bahia venceu quatro e perdeu três. O time fez 33 gols e sofreu 23. O triunfo no tempo normal valia três pontos. Nos pênaltis, dois. O Esquadrão de Aço fez 52 pontos.

– O Bahia teve a maior renda da competição e ficou com a segunda melhor media de público, atrás apenas do Flamengo – 26.529 pessoas. O jogo do Tricolor que atraiu mais torcedores foi a semifinal contra o Fluminense, na Fonte Nova, assistida por mais de 110 mil pessoas – a maior platéia do estádio em todos os tempos.

– A partir da conquista inédita, o Esquadrão passou a utilizar duas estrelas douradas acima do seu distintivo – alusivas aos títulos da Taça Brasil, em 1959, e do Brasileirão de 1988. O título credenciou o Bahia a disputar sua terceira Taça Libertadores da América.

– Foram campeões os goleiros Ronaldo, Sidmar e Rogério; os laterais Tarantini, Maílson e Edinho; os zagueiros João Marcelo, Claudir, Pereira e Newmar; os meias Paulo Rodrigues, Gil, Bobô, Sales e Zé Carlos; e os atacantes Renato, Osmar, Charles, Marquinhos, Dico e Sandro; além do técnico Evaristo de Macedo. O clube era presidido à época por Paulo Maracajá.

– Zé Carlos, com nove gols, foi o artilheiro do Bahia no Campeonato. Bobô foi o vice, com sete. Três jogadores do Bahia fizeram parte da Seleção do Brasileiro elaborada pela Revista Placar, e ganharam a Bola de Prata: Pereira, Paulo Rodrigues e Bobô. A média do goleiro Ronaldo (7,38) foi maior que a do Bola de Ouro Taffarel (7,37). O arqueiro tricolor só não levou o prêmio máximo porque disputou 11 partidas – uma a menos do que o mínimo exigido pelo regulamento da revista para concorrer ao troféu.

Relembre a campanha completa do Bahia:

Primeiro turno
Bahia 1-1 Bangu (pênaltis: 6-5)
Bahia 1-0 Vitória
Fluminense 3-0 Bahia
Bahia 1-0 Flamengo
Goiás 2-2 Bahia (pên.: 4-2)
Atlético-MG 1-1 Bahia (pên.: 4-1)
Bahia 1-1 Sport (pên.: 5-4)
Bahia 2-0 Atlético-PR
São Paulo 0-2 Bahia
Bahia 1-0 Palmeiras
Internacional 3-0 Bahia
Portuguesa 0-0 Bahia (pên.: 4-5)

Segundo turno
Bahia 2-1 Cruzeiro
Vasco 0-0 Bahia (pên.: 5-3)
Bahia 0-1 Botafogo
Bahia 2-0 Corinthians
Criciúma 0-1 Bahia
Coritiba 2-0 Bahia
Bahia 5-1 Santos
Bahia 3-1 Grêmio
Santa Cruz 2-1 Bahia
Bahia 2-1 America-RJ

Quartas de final
Sport 1-1 Bahia
Bahia 0-0 Sport

Semifinais
Fluminense 0-0 Bahia
Bahia 2-1 Fluminense

Finais
Bahia 2-1 Internacional
Internacional 0-0 Bahia

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