É chegada a hora

Hoje, a partir das quatro da tarde, o Esporte Clube Bahia tem a oportunidade de começar a reescrever a própria história. É perder, e ficar a cinco jogos de entrar novamente de férias, já em agosto, sendo eliminado logo no primeiro quadrangular da Terceirona; ou vencer, deixar a nação tricolor esperançosa e subir um dos 32 degraus que o separam da Série B.

O torcedor mais pessimista até tenta, mas não consegue se esquecer. Nas últimas três vezes em que iniciou um campeonato profissional, o time decepcionou.

Depois do 3 a 1 aplicado na Anapolina, na abertura da Segunda Divisão de 2005, o Esquadrão levou 2 a 1 do Itabuna, na estréia do Estadual de 2006; 1 a 0 do próprio Confiança, pela Série C do mesmo ano; e 2 a 0 do Vitória da Conquista, na largada do Baianão de 2007.

O mais otimista, por outro lado, sabe na ponta da língua que é justamente desde aquela partida no sudoeste baiano, no dia 14 de janeiro, que o Bahia não tropeça fora de casa. De lá para cá, computando-se apenas jogos oficiais, já são nove triunfos e sete empates.

Invencibilidade que inclui dois duelos contra o rival, no Barradão, um diante do Fluminense, campeão da Copa do Brasil, e um frente ao Goiás, atualmente na terceira colocação da elite.

DEFINIDO – Mas embora tente desdenhar das estatísticas, o técnico Arturzinho admite: “É mais fácil para a equipe cumprir o que traçamos longe da Fonte Nova”. Segundo ele, quando a partida é no Octávio Mangabeira e a responsabilidade de ganhar é toda do Tricolor de Aço, os atletas “são mais pressionados e tendem a buscar o resultado de maneira errada”.

Para isso não acontecer é que o carioca fez questão de aproveitar o último treino antes da viagem a Aracaju, de ônibus especial, no início da tarde de ontem, para simular o posicionamento do adversário em campo. Com Ávine improvisado na meia-esquerda, apesar da forte pressão de setores da imprensa, e Neto Potiguar no ataque, acreditando na sua recuperação.

Mesmo tendo formado dupla com Nonato nos três coletivos da semana, o velocista Amauri entendeu. “Também estou voltando de contusão, e era o Neto que vinha jogando de titular nos amistosos”, disse, conformado. Quanto ao ex-rubro-negro Cléber, trazido para ser o camisa 10, o próprio Arturzinho explica: “Ele ainda não tem condições de atuar 90 minutos”.

DESFALQUE – Tudo parecia nos conformes, especialmente após a missa das 9 horas, na Igreja do Bonfim, que de acordo com o treinador deixou o elenco “em paz espiritual”. Até que, na metade da atividade tática, o experiente goleiro Sérgio desaba no gramado e precisa ser carregado. Médicos são chamados à pressas. Não tem jeito.

A entorse de tornozelo faz a camisa 1 sair do paranaense e cair nos braços do gaúcho Márcio. “Estou aqui para ajudar”, agradece.

ÀS ESCONDIDAS | Supervisor Roberto Passos bem que tentou esconder do repórter, mas conselheiros Paulo Maracajá e Marcelo Guimarães surgiram no CT para acompanhar a delegação.

“Sim, estou 100%.
Cem não, mil!” | Neto Potiguar, confirmado no time e ávido para reestrear oficialmente.

SUPLENTES | Banco de reservas tricolor terá Paulo Cezar, Cléber Carioca, Humberto, Cléber, Inho, Harley e Amauri. Dudu e Ednei terminaram cortados.

ARGENTINA | Na última preleção, Arturzinho usou o exemplo dos hermanos, na Copa América, para falar que, mesmo consagrados, eles têm raça e vibração no jogo todo.

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste sábado 07/07/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

Leia também
Confiança x Bahia – Ficha Técnica
Assessoria nega presença de conselheiros em SE

Clique aqui e saiba tudo sobre a Série C do Brasileiro 2007