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Petrônio vira réu na Fonte Nova

Notícia
Historico
Publicada em 2 de junho de 2007 às 14:54 por Da Redação

Tinha tudo para ser apenas mais um coletivo do Bahia, mas não foi. Ao lado de alguns de seus diretores, o presidente tricolor assistia tranqüilamente aos titulares enfrentando os reservas, a dois dias do amistoso contra o Sergipe, quando eis que se aproximou um representante do Poder Judiciário.

O senhor solicitou que Petrônio Barradas viesse ao seu encontro, mas o cartola, comodamente sentado em um dos bancos de reservas do Estádio Octávio Mangabeira, preferiu o oposto. Mal sabia ele o conteúdo do documento que o desconhecido portava.

Pois era um oficial de justiça. E na iminência de entregar ao cartola um mandado de citação.

Sem criar qualquer resistência, Barradas assinou o papel – e automaticamente se tornou réu em um processo movido pelo jornalista Nestor Mendes Jr., autor do livro “Bahia, Esporte Clube da Felicidade”, lançado em 2001. De lá para cá, ele vem engrossando o rol de oposicionistas à atual direção azul, vermelha e branca, tendo, inclusive, tentando a concorrer na eleição de julho de 2005. Não conseguiu.

Trata-se de uma ação de prestação de contas, de número 1536922-6/2007, que corre desde a última terça-feira na 6ª Vara Cível de Salvador. O julgamento da demanda está a cargo do juiz Carlos Geraldo Rodrigues dos Reis.

“Não tem pirotecnia, barulho, nem zuada nenhuma. Trata-se de uma atitude técnico-jurídica, que todo torcedor, sócio, tem direito de tomar”, explica Nestor, que exige transparência no tricolor.

COBRANÇA – O autor pede que o presidente apresente o balanço de sua administração “na condução dos negócios do Bahia, especialmente dos resultados dos exercícios findos dos anos de 2005 e 2006”. Além disso, que anexe os livros contábeis e documentos financeiros, inclusive os atinentes à venda de atletas no período, e também extratos bancários das contas correntes movimentadas pelo clube, a ouvida do depoimento pessoal do demandado – sob pena de confissão – e a cópia do tão contestado estatuto do Esquadrão.

A petição inicial indica descumprimentos de Barradas ao inciso XVII do art. 30 do Estatuto e o inciso I do art. 46-A da Lei 9.615/98, que instituiu as normas gerais sobre o desporto nacional.

“Justamente para impedir que se busquem medidas como essas é que eles dificultam ao máximo a associação do torcedor. É mais fácil se manter no poder assim”, acrescenta Nestor, que lamenta o descompasso do Bahia em relação ao Grêmio, por exemplo: “Em 2005, o time caiu para a Série B. Resolveu então abrir seu quadro de sócios e agora o clube está aí, praticamente na final da Taça Libertadores da América”.

Líder da Associação Bahia Livre, Ivan Carvalho aproveita para ressaltar que a oposição, ao contrário do que dizem, não está parada. “É um trabalho de bastidores. Nunca desistimos. Partiu da gente a sugestão, para o governo Wagner, de usar o programa Sua Nota É Um Show numa tentativa de democratizar os clubes”, diz.

O oficial de justiça não quis falar com ATEC. Pior fez Barradas, que, ao ser procurado pelo repórter Daniel Dórea, o destratou, revoltado com uma matéria em que o mesmo afirmou não tê-lo encontrado para comentar um asssunto.

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste sábado 02/06/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

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