Os quatro jogos da Série B do Campeonato Brasileiro dirigidos pelo árbitro José Paulo Danelon deveriam ser cancelados e disputados novamente. A conclusão é de uma reportagem publicada na edição de novembro da revista Placar, que chega às bancas neste final de semana.
A matéria intitulada Não parou por quê? acusa o ex-presidente do STJD, Luiz Zveiter, de ignorar conselho dos promotores que cuidam das investigações no sentido de invalidar as partidas comandadas por Danelon na Segundona, procedimento adotado nos 11 jogos comandados pelo árbitro Edilson Pereira de Carvalho na Série A.
A suspeita de fraude nos dois casos é a mesma. A diferença é que o sistema de disputa na Série B obrigaria a CBF a admitir mudanças nos dois extremos da tabela, seja na composição dos rebaixados e aí Vitória e Bahia poderiam ser beneficiados , seja na relação dos oito classificados para a segunda etapa.
Pior: o quadrangular semifinal teria de ser não apenas interrompido, como corria a ameaça de ser reiniciado se o Guarani não confirmasse os resultados que deram sua classificação. Neste caso, o Vila Nova ocuparia a vaga.
Ou seja: voltar atrás seria complicado demais…, conclui Placar, que assegura: O esquema de manipulação de resultados continuou a funcionar, sim, durante a Série B, e não parou no Campeonato Paulista, como declarou Danelon em seu depoimento à Polícia Federal.
O maior indício apresentado pela revista é uma conversa gravada entre o empresário Gibão, chefe do esquema de apostas que corrompia árbitros, e seu advogado, Daniel Gimenes, em que este ofereceria uma indicação de Danelon para apostar R$ 50 mil no Marília em partida que o time perdeu por 2×1 para o Ituano, no dia 13 de agosto, em Itu.
Não se sabe se a aposta foi adiante, nem mesmo se Danelon tentou intervir em favor dos visitantes, mas Gibão refere-se ao árbitro como se ele ainda estivesse a seu serviço. No último jogo, aquele gol aos 48 minutos do segundo tempo f… a gente, perdi tudo, xinga. A partida em questão seria Guarani 2×1 Santo André. O gol da vitória foi marcado aos 42min do segundo tempo. E Danelon teria vendido o empate para Gibão.
Placar coloca sob suspeita ainda a partida Portuguesa 0x4 Ituano, no dia 10 de junho. Ganharam muito dinheiro neste jogo, declarou à revista um apostador envolvido no esquema.
A Série B já está na reta final e, dificilmente, os homens que cuidam do nosso futebol não devem voltar atrás. Não há provas, alegam seus defensores, mas se, no caso de Edilson, só havia admissão de culpa em três jogos, por que anularam os 11? Com a palavra, os cartolas da CBF. E também os dirigentes de Vitória, Bahia, Vila Nova…
A Tarde On-Line
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