A noite era pra ser festiva. Classificado com antecedência, primeiro lugar garantido independente da última rodada, o Bahia fez uma promoção para incentivar o associativismo e aumentar a presença de torcedores na Arena Fonte Nova. Para tanto, passou vários dias divulgando uma promoção inédita: os sócios que fazem parte dos programas que conferem entrada no estádio teriam direito a levar de graça um acompanhante para o jogo desta quarta contra o Santa Cruz.
No papel tudo maravilhoso mas, ao chegar ao estádio , sócios e convidados tiveram um choque de realidade. Segundo o sócio Thiago Bezerra, apenas 4 guichês estavam abertos. O resultado disso foi a criação de uma fila enorme que até o final do primeiro tempo não tinha hora para acabar.
O pior de tudo é saber que esse não é um fato isolado. Desde a abertura da Nova Fonte “gourmetizada” em 2013, torcedores têm passado por diversas humilhações nos guichês do estádio administrado pela Odebrecht. Em 2015 o ecbahia.com presenciou ao vivo a famosa “queda de sistema” que levou centenas de torcedores a desistir de assistir o jogo contra o Bragantino, enquanto os poucos persistentes entraram com o segundo tempo já rolando.
Diante de tantos relatos de maus-tratos e desrespeito ao torcedor (sem contar os preços e a qualidade dos alimentos vendidos nas lanchonetes), até mesmo a direção do Bahia se manifestou, até mesmo ensaiando uma ruptura com a administração do estádio há cerca de um ano.
Isso porém não exime Marcelo Sant’Ana e sua equipe de responsabilidade por tudo de ruim que a torcida tem sofrido nas duas últimas temporadas. Como esperam o presidente tricolor, seu vice, o diretor de mercado e toda a equipe de marketing convencer o torcedor comum a se tornar sócio e consumidor de um pacote de ingressos se o seu único produto é ruim e maltrata quem o compra?
Infelizmente quem perde é o Bahia. Deixa de ter o apoio da nação, tem sua receita comprometida e a imagem arranhada. A Arena e seu “padrão FIFA” seguem alheios a tudo e cientes que não terão prejuízo, uma vez que o contrato firmado com o Governo do Estado lhes assegura uma renda mínima anual.
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