Os leitores desta página eletrônica, pelo menos os mais assíduos frequentadores da seção “Colunas”, devem se perguntar: cadê o Cássio?! Continuo aqui no mesmo lugar de sempre, entre esplanadas, palácios, ministérios e autarquias. “Ora, por que você não escreveu mais?” Simplesmente por falta de tempo. De qualquer maneira, o site está sendo bem representado pelas excelentes análises táticas de Caio, pelas tradicionais missivas de Djalma, Vladmir, Uzêda e outros não citados.
Vejamos… o que falar do Bahia neste ano que se acaba? Posso afirmar, com plena certeza, que neste ano não passamos tanta raiva, fora o pequeno namoro com a zona de descenso por algumas rodadas do Brasileiro e a inacreditável volta olímpica do time semafórico maranhense (comprovadamente um time de CEREI C) em plena Fonte. Vencemos o indesculpável campeonato baiano; fomos a mais uma final do torneio regional, melhoramos nosso desempenho nos Brasileiros de pontos-corridos, tivemos uma campanha honrosa na Sulamericana, perdendo do mais do que emergente (quase protagonista) At(h)lético Paranaense de forma digna…
A despeito de mais uma carreta de contratações de jogadores de segunda e terceira linha, revelamos e/ou resgatamos nomes como Zé Rafael e Gilberto. Fomos elogiados pelo técnico da seleção brasileira como modelo de futebol bem jogado; podemos falar em time-base para o próximo ano sem nos preocuparmos com aquelas tradicionais debandadas gerais de final-de-ano, com aquele frequente temor de iniciar a temporada seguinte com a equipe sub-20 reforçada por três ou quatro pernas-de-pau. Manteve-se o treinador, finalmente, mesmo após passarmos metade do ano às turras com técnicos que comprovadamente não se sustentam (eu avisei sobre o gordinho desde o começo!) etc.
Ainda não ganhamos nada que possa nos remeter a 1988; ainda não estamos em condições de disputar o fino do mercado da bola de igual para igual com os doze grandes brasileiros, tampouco de vender nossos jogadores por valores os quais achamos que valem; mas podemos concluir que o torcedor do Bahia terminou 2018 com um pouco mais de esperanças, vendo seu clube um pouco melhor em desempenho e estrutura.
Em 2019, completar-se-ão trinta anos daquela que entendemos ser nossa maior conquista; e mesmo que, em tese, o feito dificilmente será repetido, pugnamos por um pouco mais de ousadia tanto em termos de elenco quanto de metas. Quem sabe, uma classificação à Libertadores? Com planejamento, paciência e estratégia, é possível voltar a sonhar.
Outros fatores, extra-campo, mereceram destaque em 2018: o presidente-mídia, uma figuraça que interage bem com a torcida nas redes digitais, tem promovido ações de promoção dos direitos das minorias sociais, além de romper com o império das fabricantes de material esportivo ao lançar grife própria de jogo. Ok, vocês podem achar que os novos uniformes não são bonitos (eu também acho); podemos achar que há uma tentativa de politização do esporte, etc, mas não podemos negar que isso dá uma mídia muito melhor do que o que vinha sendo feito por aí em gestões passadas. No aguardo da definição quanto ao patrimônio (vende o Fazendão ou não vende? E o CT da Fazendávila?) e da questão dos direitos de transmissão pela TV.
A hora é essa. Mesmo com (mais um) rebaixamento do time de Canabrava (“bom” para o torcedor zoar o rival, mas péssimo para o futebol nordestino), o Bahia trilha um caminho continuado em busca de um modelo que deverá ser referência para toda a região – tal caminho pode ser tachado como não ideal porém não pode ser tido como ruim. Com associação em massa e maior participação da torcida, creio em um novo 1988 num médio prazo (não exatamente um título do brasileirão, mas algo de impacto semelhante). Que assim seja.
Saudações tricolores, boas festas e um excelente 2019 a todos.
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