Bragança Paulista, 20 de novembro de 2020 – Com um gol aos 4 minutos de jogo, o R.B. Bragantino iniciou uma das noites mais dramáticas da estória tricolor, em que aos 20 minutos, já tínhamos perdido a partida, a qual terminou com uma sonora goleada (4×0). À época, comentando o jogo, escrevi que o Bahia “não foi páreo para a juventude e rapidez da equipe alvi-rubro-negra, ajudando a manter a escrita de não conseguir vencer o clube de Bragança Paulista, quando ali joga”, acrescentando que “não conseguimos sequer incomodar a péssima defesa do R.B. Bragantino”. Concluindo a análise daquela partida, afirmei que “o time tricolor não se encontrou em campo” e continuava a “apresentar falhas defensivas, mesmo após 16 jogos sob comando de Mano Menezes, em tese contratado exatamente para suprir esta deficiência” do nosso time.
Pouco mais de seis meses depois, o Bahia voltou à aprazível cidade de Bragança Paulista, desta feita sob o comando de Dado Cavalcanti, um histórico de boas apresentações e com uma defesa considerada estável e sólida. A partida, apesar dos desfalques de ambas as equipes, tinha um atrativo a mais: as equipes entraram em campo para defender a liderança do campeonato brasileiro, que ocupavam após a primeira rodada.
O fantasma de 2020 levou pouco mais de um minuto para aparecer, sob a forma de falhas defensivas na saída de bola tricolor, resultando num gol do Bragantino que acabou anulado, após intervenção do VAR. O torcedor tricolor respirou aliviado, todavia lembrando do pesadelo anterior a cada momento em que Artur, nosso ex-jogador agora no R.B. Bragantino, articulava o contra-ataque do time paulista.
Só que a noite de 2021 reservava um outro enredo para o filme. Em dois lances agudos, o Bahia abriu o placar e, rapidamente, o ampliou com um golaço de Gilberto. O tricolor parecia caminhar para quebrar um tabu e obter seu primeiro triunfo em terras bragantinas. Aquele torcedor preocupado com os fantasmas do passado, de repente, se viu no paraíso, mas por pouco tempo. As assombrações das falhas de nossa defesa reapareceram, permitindo ao time da casa não só empatar, como virar o placar. A tragédia estava se repetindo, nos perguntamos todos os que assistíamos ao jogo.
Nesse momento, prevaleceu a evolução ocorrida nesses seis meses decorridos entre um jogo e outro. A equipe conseguiu não baixar a cabeça, recusando-se a aceitar a pressão da equipe adversária para ampliar a vantagem conseguida. E, para surpresa de muitos, o Bahia chegou ao empate em outro belo gol, desta feita de Jonas, que havia entrado no intervalo, substituindo Mateus Galdezani. Diante da fragilidade defensiva do Bahia, não tem um só torcedor que não tenha ficado satisfeito com o ponto conquistado fora de casa, apesar de ter cedido a vantagem inicial no placar.
A reentrada em cena de um Bahia que não víamos há tempos reacende alguns sinais de alerta. É verdade que a equipe perdeu algumas peças, em razão das punições pelo tumulto na final da Copa do Nordeste, mas é inegável que o tricolor vem abraçando riscos. É o caso, por exemplo, da posição de goleiro. A impressão que passa é que estamos sempre improvisando, sem reposição.
O técnico Dado Cavalcanti, em entrevista após a partida, demonstrou ter entendido as deficiências expostas pela equipe, mas dificilmente conseguirá obter sucesso na correção de rumos, se tiver que se limitar ao elenco atual, particularmente no que se refere aos chamados “reservas”. A continuarmos nessa toada, num campeonato longo como o Brasileirão, teremos a visita dos fantasmas em várias rodadas. Nesse caso, nos restará torcer para que Dado se transforme num caça-fantasmas. BBMP!!
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