Meus Amigos,
Nessa coluna de estreia, irei aqui tentar destrinchar o segundo triunfo tricolor na Copa do Nordeste.
Ontem na Arena Fonte Nova, em jogo lento e desinteressado, o Bahia venceu o Náutico pela Copa do NE dando um bom passo para garantir a vaga à segunda fase do torneio regional.
Diferente da primeira passagem de GF aqui pelo Bahia, onde a marcação alta e transição ofensiva rápida eram os principais destaques, jogando num esquema 4231, nesse ano o treinador vem preferindo o jogo mais controlado, com mais posse de bola e menos riscos, atuando num esquema 4141. Muitos poderão alegar que a equipe está bem distribuída em campo, usando bastante os laterais, com boa desenvoltura de alguns jogadores. Não concordo com as escolhas táticas de Gordiola.
Ontem o que se viu em campo foi um Bahia burocrático, com toques laterais em demasia. Os avanços dos laterais até o meio campo, quase como pontas, forçavam a saída de bola com Gregore e os zagueiros (chamada de saída La Volpiana). Ao invés do Bahia “alargar” o campo, com troca de passes curtos e triangulações, através de jogadas iniciadas pelos laterais, o que se viu foram lançamentos e inversões de bola, com muitos erros de passe, além de inúmeros cruzamentos que pouco surtiram efeito. Pode se dizer que o Bahia “controlou” o jogo, mas de forma estéril, com pouca efetividade.
O primeiro gol tricolor, surgiu de uma jogada de Kayke, que caiu pela esquerda e cruzou na medida para Vinícius pegar de primeira. Um belo gol do melhor jogador do Bahia na temporada. É importante frisar que, jogando “de frente para o campo” foi o melhor em campo. Não somente pelo gol e pela assistência, mas pelos passes, quase sempre precisos. Nesse novo esquema é o único que vem jogando bem.
Edigar Junio teve a oportunidade de marcar em outras quatro oportunidades. Em dois belos lances individuais, após cruzamentos na área, dominou e chutou com muita qualidade. O zagueiro e goleiro do time alvirrubro tiraram o gol do camisa 11 tricolor, respectivamente. Depois, numa bola bem trabalhada por Kayke, que o serviu de calcanhar, não conseguiu concluir. Além disso, numa das melhores jogadas da partida, Vinícius acertou um lindo passe, lançamento primoroso do circulo central, e Edigar chutou pra fora na saída do goleiro.
Na segunda etapa, o Bahia continuou jogando de forma desinteressada. O Náutico não ofereceu perigo. Podemos destacar apenas o gol de Edigar, num bom escanteio cobrado por Vinícius, além de um lance com Élber, onde ele deveria ter passado a bola para Kayke, livre na linha da pequena área, mas preferiu chutar na saída do goleiro. No fim, num vacilo da zaga, o Náutico diminuiu. Placar final, Bahia 2-1.
É importante frisar que o problema tático do Bahia não é decorrente do esquema escolhido, mas sim dos conceitos aplicados, além das peças utilizadas.
Se na montagem atual do time GF opta por Élber e Edigar nas pontas com Zé Rafael e Vinícius como meias centrais, falta aos 4 homens da 2ª linha do meio campo procurarem o centroavante para tabelas curtas e infiltrações. Apenas Élber fez isso durante a partida, e este não é o melhor definidor do elenco. Destaco ainda a partida de Zé Rafael. Para mim o pior em campo. Aliás, não sei nem se o mesmo adentrou ao recinto. Burocrático, apático, com toques de lado, sem qualquer penetração na área adversária. Um chute no gol, de esquerda, que jogou a redonda quase no Dique. Não se encontrou na posição ainda.
Caio Vasconcelos, 37 anos, é advogado e sócio do Bahia.
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