Meus Amigos,
Novamente em um horário impróprio para o futebol, o Bahia foi ao mítico Estádio de São Januário (o estádio mais velho em atividade da Série A, mais velho que o próprio Bahia inclusive, visto que foi inaugurado em 1927) e ganhou do Vasco pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2019, vencendo pela segunda vez no campeonato fora de casa e mantendo-se invicto neste horário das 11hrs (4 jogos, 2 triunfos e 2 empates).
O Bahia iniciou a partida de forma bastante cautelosa, novamente com a formação de 3 volantes, com Ronaldo à esquerda do trio, num 4141 clássico. A ausência de Artur pelo lado direito foi preenchida por Élber, para puxar os contra-ataques que imaginava-se que iriam ocorrer muitas vezes, pela necessidade do adversário em obter o resultado positivo em casa.
Entretanto, o jogo se desenhou de forma contrária. O Vasco não exerceu uma marcação pressão em momento algum do 1º tempo, muitas vezes respeitando o Bahia, atacando de forma moderada e sem abrir sua defesa. O Bahia também parecia pouco interessado no ataque, tanto que praticamente não teve chances de gol. A única boa jogada do ataque Tricolor foi uma linda arrancada de Élber, que saiu da direita para a esquerda driblando todo mundo e cruzou para Nino, mas Fernando Miguel interceptou o lance.
Já pelo lado vascaíno, a jogada mais perigosa do 1º tempo foi um recuo de Nino que Douglas fez uma linda ponte para impedir o gol. O time da Colina não conseguiu transpor a defesa do Esquadrão, arriscando somente chutes de fora da área, sem direção.
Importante frisar que na 1ª etapa o lado esquerdo do Bahia foi nulo, muito pela improdutividade ofensiva de Ronaldo. Assim como no jogo contra o Atlético MG, o camisa 16 fez uma boa partida na parte defensiva, com desarmes importantes, mas pouco construiu no setor de ataque. Somado a isso tivemos uma atuação muito insegura de Moisés, que não apoiou o ataque e ainda claudicou bastante nos cortes defensivos, com chutes para a entrada da área, faltas bobas e desatenção, bem como um isolamento e incapacidade de Lucca em dar sequência aos escassos lances que apareceram por aquele setor. O 1º tempo terminou com um 0x0 muito abaixo do que o Bahia está habituado a produzir neste campeonato.
Já na segunda etapa, Roger Machado corrigiu a postura do time. Invertendo a posição de Ronaldo e Gregore e dando mais liberdade ao camisa 26, o time passou a ter desenvoltura também pelo lado esquerdo. Subiu as linhas de marcação e começou a pressionar mais o Vasco no seu campo de defesa. Ademais, Nino e Élber começaram a infernizar o lado esquerdo do time mandante, levando muito perigo nas investidas contra os advesários daquele setor. Se durante todo o 1º tempo o Bahia praticamente não tinha atacado, na 2ª parte, com apenas 10 minutos, o Bahia já havia levado perigo 2 vezes, em chutes de Elber e Gilberto, defendidos pelo arqueiro vascaino.
O gol tricolor amadurecia e surgiu numa jogada bem tramada pelo lado direito. Com Élber fora de campo, Nino adiantou seu posicionamento, recebeu um lindo passe de Juninho no bico da grande área, antecipou-se ao lateral esquerdo adversário, tabelou com Gilberto e no rebote, tirou do goleiro Fernando Miguel. Um belo gol do querido e eficiente lateral direito Tricolor. 1×0.
Se com 0x0 o Vasco pouco criava, com medo dos contra-ataques do Bahia, tendo que atacar para buscar o empate foi obrigado a se lançar ao campo ofensivo. E deu ao Tricolor o que ele faz de melhor neste Brasileirão. Num passe de mais de 30 metros, o Capitão do Esquadrão achou Gilberto perto da grande área vascaína e o matador emendou um chute espetacular, sem chances para o goleiro adversário. Um gol para ser visto e revisto por muitos anos. 2×0.
O Vasco sentiu o golpe. Luxemburgo buscou ainda alterar o rendimento ofensivo, colocando o forte centroavante Ribamar, com o intuito de ter mais sucesso nas bolas aéreas, mas não foi feliz. A única cabeçada que ele acertou, Douglas defendeu sem rebote, demonstrando a solidez defensiva do Esquadrão na partida. A cada investida sem sucesso da equipe de São Januário, os jogadores, o treinador e a torcida iam reduzindo o ímpeto de tentar ganhar, tamanha a diferença técnica entre as duas equipes.
Como destaque, devemos falar da vibrante torcida tricolor, capitaneada pela Embaixada Bahea da Guanabara, que compareceu em excelente número ao Estádio, praticamente esgotando os ingressos do setor de visitantes. Chegaram antes das 8h para “bater” o feijão da Baiana Ciça, grande parceira da Embaixada e uma das melhores representantes da nossa cultura na Cidade Maravilhosa. Os embaixadores fizeram uma linda festa e espalharam o manto sagrado Tricolor pelos quatro cantos do Rio de Janeiro durante todo o final de semana, com destaque para a festa “Onde houver amor, Me Chama”, organizada pelo tricolor Ricardo Guerra, o Guerrinha, integrante da Banda Me Chama e ex-jogador da base do Esquadrão.
A direção do Bahia precisa entender e incentivar a presença do torcedor nos jogos fora de casa, não somente com o sorteio de ingressos, mas também com apoio e divulgação nas suas mídias sociais destes verdadeiros baluartes que mantém a chama da paixão pelo Bahia viva, mesmo que a milhares de quilômetros de distância de Salvador. Parabéns Bahea da Guanabara pela linda festa!
Douglas – É o goleiro que mais vezes saiu de campo sem sofrer gols, 10, o que demonstra seu excelente trabalho. Não foi muito ameaçado, e quando teve chutes no gol, foi seguro e eficiente. O melhor goleiro do campeonato.
Nino – Partida excelente, ofensivamente e defensivamente. Um de seus melhores jogos pelo Esquadrão. A cada dia se consolida mais como ídolo da Nação Tricolor, muito pelo seu esforço e entrega durante todos os jogos.
LF – Fez um excelente jogo, com um lançamento primoroso para Gilberto no segundo gol. Se fiz críticas quando forçou passes contra o Atlético MG e o Palmeiras, tenho que elogiar os acertos contra o CSA e agora contra o Vasco, que resultaram em gols importantes do Esquadrão. Me arrisco a dizer que, após o título de 88, LF faz parte da seleção dos melhores jogadores que já vestiram a camisa do clube nestes 31 anos, tamanha a regularidade e entrega.
Juninho – Fez uma partida impecável, ganhando todas as bolas e divididas. Se consolidando a cada dia na defesa, sem espaços para os reservas, mostrando um grande futebol.
Moisés – Fez uma partida dividida em 2 tempos distintos. Inseguro na primeira etapa e muito bem na segunda parte, com muita força e regularidade nos desarmes. Parece que quando quer, joga bem. Sua regularidade será fundamental para as pretensões do time neste Brasileiro. Que se inspire em Nino, para buscar forças e melhorar suas atuações.
Gregore – Fez uma partida bem interessante, visto que na primeira parte esteve mais preso à frente da defesa e na segunda parte mais liberado ao ataque, pelo lado esquerdo. Vem se tornando um jogador importante na construção das jogadas e isso elevou seu nível de jogo. Um jogador muito importante do grupo, um dos destaques do campeonato. O melhor volante da competição para mim.
Flávio – Novamente uma partida muito regular. Cobriu Nino muito bem, desarmou, avançou a marcação muitas vezes ao lado de Gilberto. Merece destaque e a manutenção da titularidade.
Ronaldo – Uma partida fraca do camisa 16 na primeira parte. Praticamente só deu passes para trás, matando as jogadas ofensivas por aquele setor. Deixou Lucca muito isolado. Na segunda etapa, mais centralizado, rendeu melhor, com bons desarmes e coberturas. Esse deve ser seu posicionamento.
Élber – Um dos melhores em campo. Muito regular na parte defensiva, ganhou praticamente todas dos defensores, levando muito perigo ao adversário. Dribles curtos e muita movimentação. Belíssima partida.
Lucca – Fez uma partida abaixo do esperado. Muito pelo isolamento, em decorrência da falta de aproximação de Ronaldo e Moisés, muito também por prender a bola em demasia. A ansiedade pelo 1. gol com a camisa do Esquadrão está atrapalhando.
Gilberto – Uma partida de muita entrega e um gol antológico. Um chute indescritível, de rara felicidade. Novamente foi fundamental em campo, ganhando muitas bolas dos zagueiros. Ficou muito isolado no 1. tempo. Poderia ter feito 3×0, mas quis passar para Arthur Caíke. Que fique aqui por muito anos, pois a torcida confia e o vê como ídolo.
Elber – Entrou e quase fez o terceiro gol. Serviu Gilberto, recebeu de volta e quis devolver, quando era para ter batido. Vem evoluindo jogo a jogo. Vai nos ajudar muito neste returno.
Guerra – Entrou e controlou a partida pelo lado esquerdo, com muita tranquilidade e qualidade no passe. Vai nos ajudar muito neste returno.
Fernandão – Entrou e ajudou ofensivamente, pressionando a defesa adversária. Vai nos ajudar muito neste returno.
Roger Machado – Usou linhas mais próximas, num 4141 clássico e foi feliz. A ausência de pressão ofensiva na primeira parte preocupou, mas as correções efetuadas no intervalo foram fundamentais para o triunfo Tricolor. Destacar também o trabalho de sua excelente comissão técnica, capitaneada pelo Mestre Paulo Paixão. Faz o time voar os 90 minutos, como eu não vejo a muito tempo no Bahia. Que fiquem aqui por muitos anos, pois a torcida vê em vocês representantes dela no comando do time. Parabéns!
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