é goleada tricolor na internet
veículo informativo independente sobre o esporte clube bahia
Publicada em 15 de agosto de 2020 às 11:11 por Autor Genérico

Autor Genérico

Não apostaria nem de longe que esse seja Roger

Uma parte expressiva da torcida do Bahia quer ver Roger distante, outra parte não menos expressiva acha que o problema não é treinador, e nessa eu embarco.  Saber exatamente onde está o calcanhar de Aquiles não posso precisar, mas não apostaria nem de longe que esse seja Roger. Cabe à diretoria do clube identificar onde está a trava que não deixa o Bahia deslanchar nos afunilamentos das competições. 

Foi assim na segunda fase do Brasileirão do ano passado, da mesma forma na Copa do Nordeste deste ano, idem na Copa do Brasil onde todo jogo é decisivo, e no campeonato estadual – ganho na bacia das almas, diga-se.  Será que não falta na direção do clube um discurso de liderança absoluto? Uma coisa é administrar o Clube com méritos – indiscutíveis sem dúvidas – outra coisa é ser um líder de discurso forte perante o plantel, quando necessário. 

Não é agradável ver o Presidente do Bahia como um torcedor comum nas arquibancadas de forma frenética, num momento ajoelhando-se, noutro correndo de um lado para outro, saltitando, gritando, tudo isso dentro de um estádio vazio onde os jogadores identificam facilmente o Presidente e seus auxiliares na arquibancada.  Essa postura não cai bem para um líder – embora pareça também marketing pessoal. A presença do Presidente deve impor aos seus comandados, antes de qualquer outra coisa,  equilíbrio. Não foi isto que vi Bellintani transmitir aos seus jogadores do alto da arquibancada. 

São detalhes que podem passar despercebidos. Porém, não defino essas dúvidas que tenho como verdades absolutas. Posso estar equivocado, mas não devo ser omisso ao ponto de não emitir a minha opinião. Pelo resultado de tudo  de bom que tem acontecido com o Bahia, o crédito é do administrador Guilherme Bellintani. Porém credito também ao mesmo os insucessos em campo. Bellintani pode até não ser esse líder nato, mas pode ter esse líder no departamento de futebol sob seu comando, se for esse o caso. 

Me assustou o zum-zum-zum de uma possível demissão de Roger caso o Bahia perdesse o título baiano, isto porque, a meu ver, desestruturaria um trabalho bem planejado pelo próprio Clube na pessoa do seu Presidente e por entender que Roger é um treinador que goza sobretudo da admiração, confiança e consideração dos seus comandados, o que afasta a possibilidade de conflitos com o elenco, além de ser um treinador à altura do Bahia. Ou me apontem outro melhor que ele dentro das condições financeiras do Clube. 

Creditar ao treinador tudo que acontece de ruim com o time dentro de campo não me parece sensato. Roger tem modificado o time, sistema tático tem variado – discordo de quem acha que não há variações táticas –, mas os comandados parecem sem vontade nos jogos e isso desfigura uma das maiores tradições do Tricolor de Aço que é a garra, a gana, a entrega até o minuto final de uma partida, e deve ser usado como um axioma pela liderança maior do clube perante seu elenco. 

Claro que vi um time mais aguerrido contra o Coritiba, ainda assim muito distante do Bahia que jamais desistia. É importante dizer que Gilberto faz muita falta, pois, o pecado maior nas últimas decisões valendo título foi a finalização. Mas ainda que considerando o fator Gilberto, talvez esteja na hora de chamar ex-jogadores como Osni, Beijoca, Romero, Jorge Campos, Zé Carlos, João Marcelo, Ronaldo e outros  de igual nível que residem em Salvador, para dar palestras antes dos jogos, o que funcionaria como injeção composta de garra, atitude e vergonha na cara.  

Fazendo uma análise justa dos fatos, acho que não falta técnica, sim a vontade de ganhar. Retórica sem atitudes é embromação. É isto que vejo no Bahia por parte dos jogadores. A culpa que se pode creditar ao treinador é que ele sozinho tenta justificar essa ausência de garra dos seus liderados e acaba atraindo para si toda a responsabilidade, haja vista no jogo contra o Ceará ele indo pro vestiário reclamando “falta senso… faltou senso” – se de um ou mais dentro de campo, eis a questão. 

O torcedor que reclama de Roger é o mesmo que reclamava de Guto Ferreira e de Enderson Moreira. Será que só eles eram culpados e Roger os repetem? Isto é muita coincidência e eu não acredito nelas. Vou mais pelo lado da falta de liderança com palavra forte no topo, no departamento de futebol e dentro de campo, do que nessa mesmice de sempre creditar ao técnico os fracassos e ao mesmo tempo condenar o seu trabalho.  

comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.

enquete

Qual a posição que o Bahia mais precisa de reforços para 2025?
todas as enquetes