Hoje resolvi mudar um pouco e abordar 03 temas desde meu último texto, num formato meio diferente. Chamei de pílulas, mas com minha verborragia, acabaram ficando maiores. Rss. Vou falar um pouco sobre a saída da inércia da Diretoria, do inicio do “Dabovismo” e de alguns poucos destaques positivos dos 2 últimos jogos.
Vamos ver se curtem.
A diretoria tricolor acordou? Se sim, tomara que não seja fruto do desespero e nem tarde demais.
Num intervalo de aproximadamente 02 semanas o Bahia anunciou 03 novos jogadores, atacando algumas carências em posições que já havia apontado por aqui: segundo homem de meio de campo e atacantes de beirada. Não vou entrar no mérito dos jogadores, até porque, confesso, não conheço o meio campista Luizão ou o extremo argentino Isnaldo, além de não ver Marcelo Cirino jogar há muito tempo.
Imagino, pela impressão que tenho da Diretoria de Futebol tricolor, que serão as únicas contratações para o restante da atual temporada, ainda que achasse interessante/importante a vinda de um lateral esquerdo e, talvez, de mais um lateral direito.
Aqui vou tomar pedradas, mas, até pelas dificuldades financeiras que vem sendo noticiadas, eu consigo compreender, para este momento, apenas a chegada destes jogadores (e veio até um a mais do que eu esperava, já que não acreditava ser possível ver dois atacantes de beirada). O real problema, na verdade, foi no nascimento e construção do elenco. Agora, de fato, fica complicado achar peças que se encaixem num time que já tem sua folha salarial montada, que já tem seu orçamento também apertado, trazer jogadores que possam resolver de forma inequívoca.
A ver se, com o elenco atual, o argentino Dabove vai conseguir montar um time competitivo.
Primeiras impressões do “Dabovismo”.
Até aqui são dois jogos do treinador argentino no comando do maior do Nordeste. Uma derrota e um triunfo. No jogo contra o Fluminense ele optou por uma equipe bastante próxima daquela que vinha sendo escalada por seu antecessor.
No fraco primeiro tempo, ao menos era possível enxergar um time com linhas mais bem definidas, até uma alternância nos desenhos da equipe, que por vezes se armava num 4411 (2ª linha de quatro com Rossi, Daniel, Patrick e Mugni, com Rodriguinho e Gilberto mais a frente) e outras num 4141 (nesta formação, Rodriguinho fechava a 2ª linha de quatro pelo meio, com Mugni fechando o extremo esquerdo).
Uma coisa que me chamou a atenção foi a conduta de Dabove na beira do campo, principalmente chamando a atenção de Rossi frequentemente para que fizesse a composição defensiva e fechasse sua linha mais vezes.
Apesar de não ter sido muito ameaçador, o time não vinha sofrendo sustos do combalido Fluminense, até que, numa falha do nosso goleiro, sofremos um gol de bola parada. Resultado: um primeiro tempo que deveria ter como placar a nota do jogo (0x0), virou 1×0 pros caras.
No segundo tempo o time foi mais agressivo, até melhorou e chegou a mostrar mais intensidade, conseguiu acertar a trave duas vezes, mas foi punido com outro gol de bola parada no final.
Contra o Fortaleza o desenho foi mantido e uma troca chamou a atenção: a entrada de Lucas Araújo. Com relação ao desenho do time, achei parecido com o adotado contra o Fluminense, ainda que víssemos o time marcando mais a frente mais vezes, com as mesmas alternâncias de desenho. A postura do time se refletiu até na posse de bola, que chegou a superar os 60% em determinado ponto e terminou em 54% para o Bahia no intervalo.
No segundo tempo, um velho vício voltou a assombrar a equipe: o recuo excessivo. Desta vez, contudo, chamou a atenção Dabove questionando o time por ter parado de jogar e pedindo para voltar a ter maior controle do jogo. Pelo menos o acaso esteve ao nosso lado e, num momento complicado do jogo, fomos agraciados com um presente do goleiro deles para fazer 2×0. Com um adversário zonzo, minutos depois, marcação alta, ocupação do campo adversário mesmo á frente do placar e veio o 3×0.
Como Torcedor do Bahia não tem um minuto de paz, em duas bolas paradas, sofremos dois gols em menos de 05 minutos. Um dado para chamar a atenção do técnico argentino: os quatro gols sofridos na era Dabove vieram de bolas paradas. Pelo menos desta vez, o temor de ceder um triunfo garantido não se concretizou e Rodallega, endiabrado, fechou o caixão cearense: 4×2 pro Bahia.
Ainda não dá pra ver muita coisa, afinal foram duas semanas de treino apenas. Mas a primeira impressão já é de um Bahia mais preocupado com a formatação das linhas na fase defensiva, com alguma variação de posicionamento e com alternância entre pressão mais alta e mais baixa.
Outro aspecto que me chama a atenção é o esforço do argentino em tentar recuperar jogadores do elenco. No primeiro jogo, veio com Capixaba, que foi mantido pro segundo jogo. Além disso, tem a aposta em Lucas Araújo no segundo jogo (confesso que gerou alguns xingamentos deste escriba quando a escalação saiu). Por fim, de se notar a insistência com Rodriguinho (fica a dúvida se ela continuará após os 04 gols de Rodallega e a volta de Gilberto para o jogo do Santos; a ver).
Destaques individuais dos jogos da “Era Dabove”.
Como disse, Dabove parece vir buscando recuperar jogadores. Talvez seja uma estratégia para não chegar chocando e não ganhar a confiança do grupo. De qualquer sorte, me parece algo que o argentino vem buscando.
Conforme antecipei, no primeiro jogo ele manteve Capixaba no time titular. E Juju Free Fire Vivendo Meu Momento até fez um bom segundo tempo, chegando a acertar a trave. Novamente titular na segunda partida com Dabove, além de ser responsável pelo cruzamento que gerou o pênalti, fez os cruzamentos do terceiro e do quarto gol. Parece estar evoluindo. Eu sempre achei Capixaba um jogador superior tecnicamente a Matheus Bahia, mas, em se tratando de Juju, é o caso de ficar com os pés atrás. Ainda no segundo tempo deste jogo, a primeira mexida nas beiradas foi com Oscar Ruiz, que não fez nada demais.
Na segunda partida a grande novidade foi a opção por Lucas Araújo. Após todos os xingamentos deste escriba e de grande parte da torcida na postagem que divulgou a escalação no Instagram o jovem volante, para a supresa deste que vos escreve, fez uma boa partida.
O destaque óbvio da segunda partida foi o colombiano Rodallega, mas gostaria de destacar um outro atleta também, que desde que chegou vem mostrando boa regularidade: Lucas Mugni. Ainda que não seja um cara rápido, chegou em boa forma, aparente ter muita força e ótima consciência tática. Vem ocupando muito bem o lado esquerdo do campo, nas duas fases.
Outro cara que vem mostrando um pouco mais de consistência me parece ser Luiz Otávio, que vem tendo azar na bola aérea ofensiva, literalmente batendo na trave contra o Fluminense e sendo parado pelo goleiro adversário num estranho chute no primeiro tempo contra o Fortaleza. Creio que seja uma importante arma a ser explorada na bola parada ofensiva.
Ainda falta muito para melhorar e muito a observar. Vejamos se, com os reforços que chegam, com o dia-a-dia do novo trabalho que passa a ser desenvolvido pela comissão técnica hermana, a evolução continua ou se o jogo contra o Fortaleza foi um lampejo. Pés no chão, mas com a torcida lá em cima.
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