Tenho imenso respeito por Roger Machado. Acho que é um cara que estuda futebol, dedicado para tentar implementar sua ideia de jogo apoiado, que, apesar de tudo, soube recuar nesta visão no ano passado, para tentar tornar aquele time veloz numa equipe competitiva. Mas hoje não dá pra defender sua participação durante Bahia 1×0 Confiança.
Quis destacar este respeito porque, no auge do meu ódio com o treinador tricolor durante a partida, só me vinha à cabeça o livro de Levir Culpi:
Já ao final do primeiro tempo era claro que o Bahia não precisava jogar com dois jogadores de contenção no meio. Cheguei a tuitar na página do Bahia pedindo em tom de brincadeira (mas brincadeira séria) pra eles mandarem Roger trocar Flávio por Daniel, ainda que, como comentei com um amigo, duvidasse que isso acontecesse, dado o perfil futebolístico mais conservador de Roger.
Ainda no décimo minuto do segundo tempo, depois de Gregore errar alguns passes defendi a mudança da alteração: comentei que tiraria Gregore e colocaria Daniel. A intenção nem era profética, imaginando que ele fosse fazer um gol de fora da área, como fez ao final, mas de mudar o jeito do time jogar, colocar uma cabeça pensante antes das duas linhas defensivas de quatro que o Confiança fazia (muitas vezes parecia uma linha de 8, ou a linha menos defensiva ganhava o reforço de mais um jogador). Daniel poderia ter uma virada longa, propiciar mais jogo pro time, que não conseguia fazer nada. E lembremos que enfrentávamos um time que tinha como camisa 9 um volante de origem, o grandalhão André Moritz.
Ainda assim, Roger ficou inerte e aparentou ser praticamente um técnico de uma nota só, que não consegue, durante um jogo, alternar a forma do time jogar. Lembrava o Bahia que tinha seríssimas dificuldades contra times fechados no ano passado, o Bahia “Arame Liso” ao qual já fiz referência nas minhas primeiras linhas aqui no ECBahia.com. E isso me faz acender uma enorme luz amarela para o resto da temporada. De que adianta termos opções que possibilitem a mudança no jeito de jogar se o treinador não usa? Se o treinador, na primeira mudança, simplesmente troca um jogador de beirada por outro?
Não acho que ele tenha que ser despedido ou algo do gênero. Mas tem que ser cobrado fortemente pela péssima atuação no jogo de hoje.
Naquele momento, inclusive, aquela mexida já não tinha qualquer lógica. Como o irmão daquele amigo ao qual me referi falou num aúdio: pra que colocar Daniel aos 41 minutos, um jogador que não tem característica de finalização? Antes, havia mencionado que o Bahia parecia o pior Bahia de Guto Ferreira, que se limitava a cruzar bolas na área. Dentro daquela circunstância de jogo, faria mais lógica dobrar os atacantes, colocando um Saldanha na área juntamente com um Fernandão. Não que achasse que isso devesse ser feito, porque, na minha visão, o certo já era ter voltado com Daniel no meio desde o intervalo.
Mas, parece que o Deus dos Treinadores, se Ele existe, estava de plantão hoje e salvou a pele do técnico tricolor.
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