Se alguém me questionasse sobre quais presidentes foram os mais importantes na história do Esquadrão de Aço, lhe responderia sem nenhuma sombra de dúvida: Osório Vilas Boas, Paulo Virgílio Maracajá e Guilherme Bellintani. Os dois primeiros pela grandeza das conquistas e construção de uma gloriosa história. O terceiro pela importância da mudança de patamar e transformação do clube em sociedade anônima que culminou na venda da SAF Tricolor ao maior conglomerado de futebol do mundo.
– O Bahia não foi uma opção circunstancial do Grupo City, foi uma escolha por um perfil bem-preparado, historicamente, para ser atraente.
Os demais presidentes foram importantes e desempenharam papeis fundamentais, mas não tão marcantes na história Tricolor no nível de realizações de grande porte como os citados acima. Osório e Paulo estão nas páginas da história que o tempo romantizou naturalmente e lhes deu propriedade. Bellintani está na galeria da história mais recente do clube por ser o responsável direto pela metamorfose ocorrida na vida do E. C. Bahia – agora Bahia SAF.
O que Bellintani conseguiu com muito oportunismo e competência, sobretudo pela responsabilidade exercida com liderança e respeito à nação e à história Tricolor, não sei se algum outro presidente teria conseguido com o mesmo investidor e o mesmo sucesso – sinto-me suficientemente à vontade para elogiar as virtudes de Bellintani porque jamais concordei com seus métodos contendo alguns vieses da política social e partidária dentro do clube, como por exemplo seu comportamento no caso do atleta colombiano, Índio Ramirez, mentirosamente acusado de racismo pelo jogador Gerson do Flamengo, paradoxalmente apoiado à época pelo presidente do Bahia, Guilherme Bellintani.
Poucos clubes no Brasil terão o privilégio de conseguir o que o Bahia conseguiu. De aventureiros o mercado está cheio, mas de investidores sérios há carências críticas. O Brasil não é um bom lugar nesse momento para o capital estrangeiro devido à insegurança jurídica, e isto é um problema. Parece simples receio, mas não é. A insegurança existe. Enquanto houver dúvidas nesse aspecto será muito difícil um grupo estrangeiro de grande expressão aportar por aqui. Então, para o bem tricolor o “cavalo selado” passou e o então presidente Guilherme Bellintani o montou para fazer toda a diferença entre a iminência do ocaso e a coragem de saber fazer renascer.
“Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses” (Rubem Alves)
O torcedor Tricolor vive um momento único de felicidade porque aos poucos começa entender o que representa o Grupo City para o Bahia. A reflexão é sobre o que estaria acontecendo agora se o modelo gestor ainda fosse o antigo. Esses valores entre o novo e o antigo calcados na sabedoria dos homens precisam e devem ser o ponto para uma profunda meditação entre o passado, presente e futuro, do Bahia.
Pelo grau de desencontros nas analogias sobre a SAF Tricolor, noto ainda uma grande parte da imprensa nacional na ignorância porque não se deu conta desse salto imenso do Bahia no cenário nacional, e, muito menos ainda, conhece como se desenvolvem projeto e planejamento com estabilidade absoluta no clube.
Quem se apegou à vaidade causada pelo poder e não quis transformar o seu clube, ficou para trás. Não tecnicamente em campo, por enquanto, mas sim em projeto consolidado como acontece no Bahia, onde o fator organizacional de uma holding poderosa e com tecnologia de ponta, poder aquisitivo forte, equilibrado e bastante consciente dos seus investimentos de longo prazo certamente resultarão em sucesso absoluto,
Ao torcedor que é contra Rogério Ceni, que reclama pelo fato do Bahia com seu time reserva perder por 1×0 perante 60 mil aflitos flamenguistas roendo unhas, que só pensa em contratação bombástica, que contesta Marcos Felipe e Ronaldo, alerto: Ceni renovará seu contrato com o Bahia, as “bombásticas” não acontecerão porque a filosofia no clube é de renovação e de eventuais oportunidades no mercado. Marcos Felipe, Ronaldo e Danilo Fernandes serão os goleiros para este ano, exceto se aparecer alguma oportunidade de negócio que envolva um grande goleiro.
O Futuro trará com clareza cristalina a essência da história de um gigante cheio de dificuldades até a chegada do City Football Group, e de tudo que está sendo construído desde então. A viagem continua bonita, com paisagens deslumbrantes, em cada estação uma comemoração, em cada partida acenos de alegria e cada coração pulsa sonhos que vibram com a alma a expectativa pela próxima parada numa nova estação. Faça essa viagem com esperança e alegria porque a felicidade encontramos é durante o trajeto e não no destino.
“O que vale não é o ponto de partida, é a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher” (Cora Coralina).
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.