Depois da sandice, do erro crasso, do equívoco imperdoável de manter o interino, o Presidente Apóstrofo, como convém ao sinal gráfico, contraiu-se de arrependimento e chamou um treinador de verdade para dirigir a instável equipe do Bahia.
Passada a euforia do começo, com excelentes resultados contra dois gigantes paulistas, eis que, diante do Rubro Negro carioca, os problemas voltam à tona.
Não vamos falar do pênalti duvidoso contra o Tricolor, peça-chave para a construção da goleada de hoje; tampouco da boa atuação do desengonçado zagueiro do Flamengo, o qual aproveitou bem duas falhas gritantes da defesa do Bahia. Tampouco do gol padrão Fifa Soccer de Diego, que num bonito giro definiu o placar para os cariocas. Vamos falar dos laterais que não marcam, dos passes displicentes, do gás que acaba antes da hora, das cãibras de Edigar Júnio e de um Carpegiani desesperado à beira do campo.
No próximo churrasco, regado a várias geladinhas, que a roupa suja seja lavada, no seio de um elenco que demonstra pouca força ofensiva e pouca disposição em campo.
Confirmada a verdadeira vocação do Bahia, como sói ocorrer todos os anos de disputa da Série A, de disputar o título do Brasileiirão Menos Gê Dezesseis, afastando-se de uma vez quaisquer ambições além disso, pensemos em dois mil e dezoito.
No final do ano, já se sabe que o Apóstrofo fora promovido a Ponto Final. O de cujus, em nota, arregou de uma vez do sonho da reeleição; e surge, aos poucos um nome estranho ao meio do futebol, ciceroneado por um político profissional o qual almeja ressuscitar uma dinastia familiar na política local, imiscuindo-se, também, nas torcidas dos dois maiores do Estado a fim de ampliar seu eleitorado.
Sant’ana, ao anunciar sua retirada do palco tricolor, incorre no risco de tornar 2017 A Vez da Displicência e do Deixa Pra Lá, deixando o clube à própria sorte. E que São Raudinei da Aparecida de Charles nos proteja, ontem, hoje e sempre.
Pelo menos, que o legado do atual gestor seja aproveitado, este no extracampo. No mais, nada a acrescentar de uma gestão mediana para regular como um todo.
As eleições se aproximam, os candidatos, pra variar, prometem o mais do mesmo: tornar o futebol uma convenção de executivos de multinacionais ou filiais de autarquias públicas, com seus jargões corporativos os quais não convencem mais o torcedor mediano de sua eficácia. Quiçá o quadro social, deveras politizado e povoado de um caldeirão de vaidades pessoais. Leiam Eclesiastes, capítulo 1.
Do outro lado, fala-se aos cântaros na figura do dirigente malandrão do passado, com bom trânsito nas federações e confederações, o qual, supostamente, saberia a fórmula mágica de elevar o nome do Nordeste à ribalta ludopédica, convencendo craque a sair da mira global e achando que dinheiro por si basta para tal.
Para o pleito vindouro no EC Bahia, até agora, promessas vagas dos pré-candidatos, os quais não sabem direito o que fazer com um clube pertencente a um futebol secundário e periférico, que nada consegue almejar além da sua própria sobrevivência na elite. Sabe-se que tem até pré-candidato desafiando a medicina, prometendo curar o que não parece ter cura, passando por cima de tendões, cartilagens e ligamentos lesionados. Quem será o gênio da célula-tronco da bola?
Por ora, não corremos riscos de cair, mas o Rival vem aí, e um triunfo sobre o Inonimável, aquele que contraria o significante do próprio nome, é mandatório e urgente.
Saudações Tricolores!
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.