é goleada tricolor na internet
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Publicada em 23 de julho de 2014 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

A copa está no pretérito, mas…

Deixou um legado de aprendizado muito bom, sobretudo no que diz respeito à civilidade nos estádios e, por que não dizer, fora deles também, à exceção de uns certos elefantes que serão brancos para sempre se não importarem espetáculos. Deu para constatar que a FIFA reina soberana sobre alguns países onde futebol e política partidária se confundem e governos se curvam perante a vontade da entidade máxima do futebol. Tiro o meu chapéu para tanta competência, pois, palavra de quem pode mandar é sempre acatada, principalmente quando essa palavra é da FIFA.

Deu para ver que dois estádios cravados no seio da Amazônia foi coisa somente para gringo ver e conhecer de perto a maior floresta do mundo. Deu para ver que se o governo quisesse construir escolas e hospitais, o dinheiro não seria problema… Deu para ver que a Segurança, quando convém, existe. Deu para ver que se quiserem diminuir a carga tributária sobre nós, podem… para a FIFA isentaram tudo. Deu até para ver como o povo está satisfeito com quem lhe governa…

Governos populistas se agarram ao futebol como náufrago em tábua flutuante. Não importa se essa tábua está cheia de pregos que comprometam seriamente a saúde com terríveis consequências, importante é a perpetuação, o resto é com o povo, mas este é apenas um número qualquer na contagem deles.

Foi bom perder? Acho que sim, gostei. Possa ser que os pais brasileiros ensinem suas crianças a partir de então que a CBF não é o Brasil, aquilo é apenas uma empresa muito mal administrada, em detrimento da sua causa inicial, pela conveniência dos interesses de um grupo que governa nosso futebol com plena aquiescência de um governo que precisou cirurgicamente uma Copa do Mundo no Brasil para o ano de 2014 –– e qualquer coincidência com um certo mês de Outubro, é mero acaso.

–– Como lamenta o Senador Cristovam Buarque, eu também lamento os dados oficiais da UNESCO que nos classifica entre 128 países, incluindo aqui os mais pobres do mundo, em 79º lugar em IDH –– Indice de Desenvolvimento Humano –– e 88º lugar em educação. Sofremos traumaticamente por ter tomado 7×1 da Alemanha, entretanto nenhum lamento por ainda estarmos sendo goleados por 103×0, pela mesma Alemanha, em Premio Nobel –– só pra lembrar, o Brasil jamais ganhou um Premio Nobel.

Mas o futebol continua no mesmo diapasão de preocupação do brasileiro e uns com o exagero próprio dos facínoras que gravitam em torno dos estádios, onde num desses, André Santos, do Flamengo, foi covardemente atacado e agredido a socos e pontapés, onde Dunga representa a renovação que a CBF quer e agente FIFA se torna responsável pelo novo projeto da CBF –– raposa tomando conta de galinheiro ––, que visa a Rússia em 2018. É por esse caminho que segue sem nenhuma cerimônia o futebol brasileiro.

E.C. BAHIA, ONDE O “IDIOMA” DIVERGE

Caiu mal pra xuxú! Fernando Jorge, presidente do Conselho tricolor, dentro do ônibus da CBF, sentado ao lado de Virgílio Elísio, indo para o Mineirão ver a Seleção da CBF jogar contra a Alemanha. Não que isto seja pecado, é direito dele e de qualquer cidadão estar onde queira estar, mas ele não é um cidadão comum num evento desses estando em companhias importantes do futebol do Brasil e do mundo. Quer queiramos ou não, é assim. Isto, principalmente, após o presidente do Bahia declinar de todos os convites feitos pela CBF para assistir jogos, segundo nota de esclarecimento enviada a este colunista, com cópia, pelo gerente jurídico do clube, Vitor Ferraz. Mas isto já é de domínio público o suficiente para que eu não entre no mérito da origem dos fatos e apenas me atenha em emitir opinião.

As divergências ideológicas dentro do clube existem e nem é mais novidade, afinal vem aí as eleições e o candidato dos dois presidentes –– Conselho e Executivo –– não coincide. Porém, essas coisas têm de ser conduzidas habilmente, sem dramas, talvez com alguma trama estratégica. Apesar de existir a amizade entre Fernando Jorge e Virgílio Elísio, o que por si só até explica a “carona”, o fato deveria ser conduzido politicamente para evitar especulações e o desconforto causado pela foto no ônibus da comitiva.

Por outro lado, politicamente o presidente Fernando Schmidt não deveria se comportar declaradamente antagônico à CBF. Seria salutar ser político e polido nessa questão, já que os campeonatos importantes no Brasil são todos da CBF. A crítica ácida contra os dirigentes da CBF após o resultado de 7×1 deixa o Bahia numa situação incômoda perante a entidade até dezembro, pelo menos. É exatamente nesse ponto que o Bahia fica claramente dividido, porque um vai assistir o jogo lado a lado das respectivas diretorias da CBF e FIFA, e outro fica cuspindo fogo contra a CBF à distância.

Como o presidente do Conselho de um clube, em um evento daquela magnitude, não vai estar, mesmo que oficiosamente, representando esse clube? Não consigo processar isto diferente em minha cabeça, mas quem sabe, minhas fantasias mentais tenham adereços exagerados e ninguém esteja fazendo política pró eleição usando as armas que tem nessa briga criada pela “minha imaginação”.

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