A grande obra de Marcelo Guimarães

Pipoqueiro! Este é o melhor adjetivo para o time do Bahia em 2004. Um time limitado – isto é indiscutível – mas que conseguiu se constituir num grupo forte – também indiscutível. Fez uma bela campanha em todo o campeonato. Chegou ao quadrangular semifinal como favorito e confirmou brilhantemente o favoritismo. Na hora de decidir: Pipocou! Primeiro, por total irresponsabilidade do técnico Vadão em colocar um time covarde para jogar a primeira partida em Brasilia. Depois, persistiu na teimosia do esquema altamente defensivo e ineficiente sem falar na manutenção do ex-jogador Selmir. Empate na Fonte Nova! Ali estava o prenúncio do desastre que nós todos teimávamos em não acreditar. Com exceção das duas partidas contra o Fortaleza e o primeiro tempo contra o Avaí na Ressacada, o resto do quadrangular foi pífio, time jogando de forma medíocre.

Ficou na segunda divisão por merecimento, pois na hora de decidir, teve medo. Sábado na Fonte Nova, Marcio se desesperava para repor a bola e o time todo dava as costas ao goleiro. Ou seja, tinha que dá chutão pra frente. Os jogadores ficaram com medo de assumir a responsabilidade. Afrouxaram na hora de decidir. Muito se especulou que o Brasiliense poderia vir para Salvador comprado. Mas parecia o contrário, o time do Bahia estava apático. A defesa só faltou sentar para assistir aos gols do Brasiliense. Resumindo: jogou como timinho! E por isto continuará na segunda divisão.

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Neste momento, não adianta ficar discutindo muito o que aconteceu em campo. O desempenho do time em campo é apenas um retrato fiel da forma como o clube é dirigido. Marcelo Guimarães conseguiu em 2004 consolidar sua grande obra na história do Bahia: transformar um time glorioso, vencedor, de primeira em um timinho de segunda! Este é o grande feito deste medíocre presidente na história do Bahia.

Como todo profissional medíocre, ele se cerca de outros mais medíocres ainda, talvez para ofuscar sua própria incompetência. As cenas lamentáveis proporcionadas pelo “assessor inventado” de Marcelo Guimarães foram patéticas e envergonharam toda a Nação Tricolor.

Espero que tenhamos chegado ao fundo do poço, pois se ficar pior do que isto, só restarão doces lembranças de um time glorioso e campeão que existia na Bahia no século XX. A hora de mudar é agora! Não temos que pensar agora em quem será o técnico ou quem serão os jogadores em 2005. Temos que extirpar os fantasmas do passado que insistem em assombrar a Nação Tricolor.

O romântico tempo do “futebol, catimba e paixão” já passou. Foi um tempo em que as coisas funcionavam assim em todos os clubes, mas passou. Hoje, apesar dos Ricardos Teixeiras da vida, o futebol brasileiro está começando a se profissionalizar. Equipes como São Caetano, Atlético-PR e Santos são exemplo disto. O que pesa não é o que se fez na década de 60 ou 70 e sim o que se faz hoje, independente da tradição ou tamanho da torcida. É hora de exorcizar todos os fantasmas: Marcelos, Maracajás, Britos, Petrônios e todos aqueles que insistem nas velhas práticas administrativas, nas armações para conseguir vagas em competições ou acessos ilegais à primeira divisão, os atrasos no início de jogos, as frases de efeito, o beneficiamento pessoal e político de dirigentes. Tudo isto tem que ser enterrado em definitivo.

Só um Bahia Livre deste passado que nos persegue poderá reverter a grande obra de Marcelo Guimarães e transformar o atual timinho de segunda novamente num grande campeão vencedor como estamos acostumados. Quem fará esta mudança? Deus? Senhor do Bomfim? Não. Se você, torcedor tricolor, continuar aí sentado esperando que esta mudança caia dos céus, escolha outro esporte para acompanhar e guarde as boas lembranças do Bahia do século XX. É hora de cada um refletir e pensar como pode ajudar a libertar o nosso time destas forças do atraso. Se você, eu, todos nós não fizermos nada, nada de bom acontecerá. Fica este conselho para reflexão. Por um Bahia LIVRE do atraso!!!