é goleada tricolor na internet
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Publicada em 29 de março de 2009 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

As Meretrizes de Cariacica

Quedo-me estupefacto com o que leio nas gazetas. Uma agremiação de indumentária rosa e cinza (ex-vermelho e preto desbotado pelo mau uso, até assumir o aspecto grotesco que hoje ostenta), o clube conhecido como Vitória da Bahia agora resolveu mudar de nome. Pareceria trágico, se não fosse uma verdadeira piada. Dá mesmo pena ver um clube aparentemente de família render-se às drogas e viciar-se em vice-campeonatos. Dá até para entender que ele queira mudar de nome. Eu, se fosse ele, também mudava. E ainda botava uma máscara para não ser reconhecido.

Mas, o que exatamente estupefez-me? – talvez estejam curiosos nossos leitores. Nada mais nada menos do que o fato das meninas rosa-e-cinza assumirem seu DNA (data de nascimento antiga) e adotarem um novo velho nome, que vai ficar alguma coisa como “Vitória mil-oitocentos-e-guaraná-de-rolha”. Eles acreditam firmemente que antiguidade é posto. Em futebol, não é. Se fosse, eles teriam ganho duas Copas da Uva e não uma só.

Mas, voltando à questão do nome. Se eles quiserem mesmo adotar uma nova denominação, há outras sugestões a fazer. Por exemplo: Esporte Clube Meretrizes de Cariacica. Seria uma denominação adequada, que faria jus à reputação que tais donzelas têm até hoje na região metropolitana de Vitória, a capital do estado do Espírito Santo.

O episódio, um dos mais repugnantes da história do futebol brasileiro, merece ser lembrado, até para que os leitores possam entender a presente sugestão para o novo nome das meninas – uma colaboração desinteressada, diga-se de passagem. Vamos, portanto, aos fatos. Corria o ano de 1996 e dois grandes clubes brasileiros corriam o risco de cair para a segunda divisão na última rodada do Brasileirão: o Bahia e o Fluminense. O Fluminense precisava ganhar e torcer para o Bahia perder ou empatar. Ao Bahia bastava vencer seu jogo. O Bahia jogaria no Rio de Janeiro, no estádio de São Januário, contra o Flamengo. E o Fluminense enfrentaria a turma de rosa-e-cinza no Barradão.

Na semana do jogo, o Vitória – que não tinha mais chances de classificação, mas havia feito um bom campeonato – vendeu o mando de campo ao Fluminense por R$ 70 mil e levou a partida para o estádio Engenheiro Araripe, em Cariacica, na região metropolitana de Vitória, onde toda a torcida era do time carioca. Mas, como o Fluminense era um time excessivamente chinfrim, seria preciso mais do que mudar o mando de campo. Para o Bahia cair, como queriam as meninas, seria preciso o Vitória entregar o jogo.

Não deu outra. As meretrizes receberam a ordem: abram as pernas. E assim fizeram, imbuídas do mais devasso espírito de bordel. Ficaram célebres no Espírito Santo, jamais se havia visto no estado raparigas tão desfrutáveis. Foi vergonhosa a atuação do goleiro Nilson – as bolas que chegavam nele entravam. Os jogadores andavam em campo e entregavam a bola nos pés dos adversários. Os próprios atletas do Fluminense, que formavam um bando sem qualquer coordenação (desde o início do campeonato), não entendiam o que estava acontecendo. Venceram por 3 a 1 porque não tinham time para vencer por mais.

As meninas só não contavam, coitadas, que o Bahia metesse 1 a 0 no Flamengo (gol de Edmundo) lá no Rio de Janeiro. Dizem que o Flamengo também entregou o jogo, para o Fluminense cair, mas essa parte eu não lembro direito. O certo é que as donzelas entregaram suas vergonhas por nada e fizeram uma fama sem qualquer proveito entre as mulheres de vida fácil do Espírito Santo. E o pior: mal pagas.

Hoje, elas tentam disfarçar, procuram um nome novo, mais respeitável. Quem sabe, com esse nome novo não contratam alguém para fazer um hino novo. Afinal, trata-se de um clube cujo hino (ôôô ôôô ôô…) foi feito por um notório torcedor do Bahia, o compositor Walter Queiroz. Talvez agora peçam um novo ao Luiz Caldas, ou ao Ricardo Chaves, enfim, a algum compositor tricolor de qualidade, dos tantos que existem pela cidade. É…, para um clube de mil-oitocentos-e-guaraná-de-rolha, sem nenhum título, até que um hino razoável não é um mau negócio.

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