Tanta esperança da torcida em modificar alguma coisa no Esporte Clube Bahia sofreu duro golpe. Ser eliminado de uma competição de terceira categoria contra um time peruano de quarta categoria só pode ser coisa de time da quinta divisão.
Dias antes, esta mesma equipe havia sido derrotada dentro de casa por um obscuro time de uma cidade emergente do outrora semi-inabitado Oeste de Santa Catarina, assim, sem mais nem menos, sem luta, sem garra e sem brio.
“O Bahia vai acabar?” Não, esse Super-Homem já mostrou que nem a criptonita familial que o assolou há décadas foi capaz de destruí-lo, e o seu torcedor apaixonado é a sua maior fonte de moto-contínuo energético que existe. O “perispírito tricolor” permanece vivo, mas o seu “corpo físico” continua grosseiro, impuro e malcuidado.
Passado mais um revés, surge diante dos nossos olhos a dura realidade de que nada, absolutamente nada mudou, exceto o regime de governo tricolor e a possibilidade de escolha dos sócios-torcedores. A mentalidade permanece a mesma, e as práticas administrativas idem. Foco em nomes e não em metodologias de trabalho. Foco em factoides e não em fatos.
Os frangos de Marcelo Lomba e afins ocorrem por única e exclusiva responsabilidade de quem os emprega e renova contratos. Quem contratou gagos e fanhos sabe bem o porquê de tantas contratações terem sido em vão, partindo de aspirantes a gestor ou de aspirantes a manager de futebol. Desperdícios de recursos financeiros e elenco inchado ainda persistem enquanto práxis. Impaciência com os da base permanece, embora seja justificada pela necessidade premente de soluções imediatas e/ou imediatistas.
O Bahia vai cair? Não sei, pois tem time que consegue ser pior. Os salários atrasados influenciam no mau desempenho? Podem influenciar, ainda mais diante da premissa de a remuneração do trabalhador ser responsabilidade exclusiva do seu empregador. Contudo, um clube que se esmerou tanto para colocar salários em dia durante mais da metade do ano mereceria pelo menos alguma consideração dos empregados no suposto caso de “corpo mole”… apenas ilações, pois não vivo o ambiente interno do clube; porém é notório que o elenco tricolor possui atletas no mínimo suspeitos de jogar contra a instituição caso seus interesses não sejam prontamente atendidos.
Segue o Bahia num dos piores Brasileirões da história em termos de nível técnico, cambaleando e colocando as coronárias do torcedor à toda prova. Em escapando do rebaixamento, nova carreata ao Bonfim, novas promessas dos candidatos de sempre e aquela velha e batida comemoração de “melhor campanha da trigésima quadringentésima rodada do quarto turno”; e de uma suposta nova classificação àquela copa internacional na qual o Bahia não consegue nem eliminar um time de um país que morre de véspera a cada dezembro. Em caso de rebaixamento, vaticínios do fim do clube pelos escandalosos de plantão e a salvação da pátria pelos abnegados competentes de sempre. Salvem este parágrafo e confiram-no depois da batalha final no Couto Pereira na última rodada deste certame.
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Apesar da ruindade do Bahia, uma das maiores alegrias deste ano foi rever amigos de adolescência como Lênin, Leonardo, Catarina & Carolina e Marcos Carneiro na Arena Cremer de Brasília, o Esparadrapão. O resultado do jogo foi apenas um detalhe, e comemorar gols tricolores fora da Bahia é sempre especial.
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Alguém ainda está surpreso com os desentendimentos entre siglas, grupos ou facções de sócios/torcedores do Bahia? Não fazem parte do processo democrático as divergências de ideias? O que não deveria haver seriam as ofensas pessoais.
Assim como um candidato à presidência da República é usuário contumaz de cocaína e outra candidata é quadrilheira quinta-coluna, o grupo A é mancomunado com o Mal e o grupo B é mancomunado com o Pior. Gladiadores verbais a postos nas Redes Sociais enquanto “eles” riem de vossas caras feias com um grande “V” na testa… foco, pessoal… foco! Afinal de contas, o torcedor engajado, pelo que tenho visto, precisa confrontar muitos interesses de terceiros para ver seu clube vencedor de fato; e o torcedor comum ou mediano quer mudanças porém não sabe o que cobrar. Outrossim, o eleitor nacional quer mudanças, mas nem sabe direito o que deseja mudar exceto o que vê diante do natural desgaste do partido hegemônico frente a opinião pública… no mais, cada segmento social naturalmente defendendo seus próprios interesses.
Para a verdadeira mudança no Bahia acontecer, antes de tudo é preciso mudar mentalidades. Um bom começo seria acabar com alguns complexos de vira-lata que grassam no nosso Nordeste…
Que Deus proteja nosso Brasil e nosso Bahia!
Saudações Tricolores!
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