Boa sorte, Marcelo Sant’Ana!

Eu não conheço Marcelo Santana para vaticinar aqui que a sua administração à frente do Bahia dará certo ou não… Tenho restrições — nada pessoal — a alguns senhores que o apoiaram, ou ainda apoiam, mas isto não quer dizer que terei má vontade com a gestão prestes a começar. Má vontade não é um sentimento que faz parte da minha vida, busco ser coerente em minhas opiniões e torço muito para que Marcelo tenha sucesso pleno no Bahia, afinal, o objetivo dele segundo suas próprias palavras, é de fazer do Bahia um clube de acordo com as suas tradições de grandeza — estamos ávidos por isto.

— Escrevi no meu Twitter, 15, pós eleição, o seguinte:
No Bahia é tempo de compreensão e paciência. Ñ pense que os projetos dependem só de vontade e palavras; sim de atitude, tempo e sabedoria.

— e aqui acrescento que, união, ajuda, despojamento de vaidades, são ingredientes indispensáveis para o sucesso de Marcelo Sant’Ana à frente do Tricolor. E vou mais além: humildade e independência e respeito, sempre!

Preste atenção, Marcelo, nos coveiros da administração que fracassou recentemente levando o clube à Segunda Divisão, para que eles não queiram fazer de você um gestor submisso. A palavra soberana deverá ser sempre a sua, pois há um Conselho que acredito bem intencionado, até pelo equilíbrio da sua formação, em facilitar o que é de direito ao invés de praticar politicagem por interesses que possam colidir com os do presidente.

Doravante — palavrinha anacrônica, né? — estarei torcendo para estar aqui falando das suas boas realizações, como, por exemplo, transferir o Bahia de mala e cuia para o novo CT, destinar o Fazendão à venda para viabilizar seus projetos de grandeza dentro do clube, serão duas excelentes ações. O Bahia está na Segundona e a receita com a TV será bem menor que a atual. Depois, se pretende reestruturar de verdade o clube, precisa dispor dos recursos necessários porque sem dinheiro nada se faz, exceto ficar girando em torno das próprias dificuldades.

A torcida espera que aconteça logo a volta para a Primeira Divisão, mas também não será apocalíptica a impossibilidade de não estar lá em 2015 desde que ela, torcida, enxergue que o trabalho está sendo bem executado e dentro dos padrões de quem busca uma estrutura definitiva para o bem do clube e da Nação tricolor.

Vejo a Cidade Tricolor como um salto enorme do Bahia para estar entre os grandes clubes do mundo em nível de infra-estrutura. Sai do centro da intranquilidade, concentra-se mais os esforços no objetivo, aumenta o conforto e o espaço, diminui despesa com dois equipamentos, e vai formar craques que naturalmente farão do Bahia um clube sem apertos financeiros e respeitado no mundo real do futebol.

— Não adianta pensar em grandes craques porque esses não virão para disputar Segunda Divisão e nem o clube teria condição de arcar. Também não precisa retroagir trazendo Jael, que já passou pelo Bahia. É jogador não comprometido, que no primeiro aceno de uma proposta do Sudeste vira a cabeça para ir embora, comete indisciplina, enfim, é retrocesso num processo de renovação. Se ele fosse um jogador exemplar, estaria num chamado grande clube.

O Bahia precisa acreditar em sua Base de formação e lançar os meninos mesclados com alguns experientes jogadores de boa qualidade. Fora disso, é insistir no círculo vicioso dos anos anteriores à sua gestão, Marcelo. Acreditar que o trabalho incansável e norteado pela experiência de profissionais comprometidos vai lhe trazer as condições para atingir os seus objetivos. Pessoas que nunca lidaram com o ramo da bola serem transformadas em diretores do departamento de futebol é no mínimo uma ação laboratorial inconsequente com real capacidade para o fracasso. Salvando poucas exceções, continuar com o quadro que está findado devido à sua eleição seria tanto quanto a estupidez de trocar tiros no escuro no ambiente do inimigo.

Os números não podem ser desprezados em detrimento da coerência, jamais. Teria melhores argumentos para fazer uma faxina com ferramenta igual ao que os números te oferecem? Desmanchar quaisquer tipo de círculo vicioso é de uma importância para a saúde do ambiente que você quer construir que a nada se compara! É isso que traz paz e harmonia para uma instituição carente de bons olhos e de corações puramente tricolores. A oportunidade é única porque o modelo anterior faliu, o que por si só justificam-se mudanças sem caráter outro que não seja o bem do Bahia e da sua torcida.

Bom seria que daqui a três anos a torcida te ovacionasse com os aplausos que só os grandes líderes merecem. Eu, certamente estaria nessa platéia.

GESTOR DE FUTEBOL

Atualmente, vejo este modismo tomando um corpo assustador… parece que esses homens jogam bola e são “gênios” capazes de tirar da lâmpada a fórmula ideal para o clube ganhar o prêmio Nobel de gestão em futebol. Vamos combinar que o supervisor de antigamente se transformou em gerente de futebol e diretor de futebol se transformou em gestor de futebol… que confusão danada! Pior é que eles chegam ao clube com uma penca de assessores que só presta para onerar a folha salarial. O Bahia teve uns quatro ou cinco deles na gestão que está terminando… e onde foi parar o clube?

Você tem pessoas como Osni Lopes, João Marcelo, Charles e outros que podem ser fundamentais em papéis importantíssimos dentro do clube. Olhe em volta de si e verá que o custo benefício seria acima da expectativa. Se trouxer um gerente de futebol, que venha sem ostras grudadas em seu título. O profissional tem de trabalhar com o aparato que o clube tem a lhe oferecer, senão vira despesa.

FAHEL

Não deveria ser dispensado, ou não ter seu contrato renovado, como queira dizer. Num processo de renovação ele seria muito útil, porque é exemplar em campo com a camisa tricolor. Corre, defende, ataca, transpira, e até é punido com cartões devido a tanta dedicação. Seria exemplo para um grupo jovem que precisa estar comprometido o ano todo! Exceto os jogadores que vêm da Base, ninguém se dedica tanto em campo quanto Fahel. Compreendo que o processo é de renovação, mas alguns aspectos têm de ser pensados com mais cuidado.

Desejo para o presidente tricolor um Feliz Natal, o maior sucesso possível à frente do Bahia e muita sorte! Que você saiba por em prática com inspiração e transpiração o seu projeto no Bahia.