é goleada tricolor na internet
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Publicada em 6 de setembro de 2024 às 17:52 por Djalma Gomes

Djalma Gomes

Castelo de areia

Orçamento quase no limite não quer dizer falta de dinheiro, quer dizer planejamento obedecido à risca e, supondo que esteja no limite, ainda assim não significa nenhuma dificuldade financeira. Significa que o planejamento do projeto é sério e segue uma norma da empresa. Foi o que Rogério Ceni disse, com outras palavras, na sua mais recente entrevista ao término do jogo em Bragança Paulista. Dá para entender. 

A filosofia de trabalho no atual Bahia é de crescimento sustentado. Se isso desagrada à torcida, paciência. Descumprir o planejamento é carta fora do baralho. A incompreensão do torcedor com alguns resultados no campo é devido à fala de Ferran Soriano que “prometeu” um cafezinho enquanto arrumando a casa e entregou esse cafezinho e mais um lanche, isso deixou o torcedor surpreso e achando que nesse caso poderia exigir, também, o almoço muito antes do meio-dia. Calma, o almoço será servido no horário certo, como dito. 

– A metáfora do cafezinho é só para descontrair e minimizar a turra dos corneteiros. Aliás; explicando a etimologia da palavra “corneteiro” no futebol; tudo começou com um grupo de funcionários da Indústria Metalúrgica Corneta, que funcionava em 1930 em frente ao Parque Antárctica, onde os jogadores palmeirenses treinavam. No momento de descanso os trabalhadores ficavam fazendo comentários ácidos e dando pitacos sobre o time e jogadores. Assim, quando os funcionários da fábrica se aproximavam, os palestrinos diziam; lá vem a turma da corneta! Nasceu então no futebol o termo “torcedor corneta”. 

Voltando ao assunto inicial desta coluna; o que este modesto escriba não entende é a falta de atitude da atual Comissão Técnica do Bahia para fazer as mudanças gritantes tanto quanto necessárias, que a dupla Rogério/Charles não está tendo. Reconheço que em janeiro deste ano as expectativas eram abaixo do que está sendo entregue pelo grupo sob o comando de Ceni. Entretanto e a bem da verdade, o time do Bahia ofereceu ao torcedor um futebol capaz de estar brigando na parte mais privilegiada na tabela de classificação, esse torcedor acabou ficando mal-acostumado e as cobranças são compreensíveis porque o próprio time criou uma jurisprudência para o torcedor cobrar, com base nas suas atuações, mais atitudes visando o rumo à classificação para a Libertadores.  

Agora é a vez de Ceni ser ousado e sair da mesmice da improvisação. Quem criou o monstro que o mate – Jean Lucas está só correndo, não marca ninguém e quase nada produz. Talvez seja a vez de Rogério “entrar” com Rezende no time ou recolocar Thaciano no meio.  Só a convicção de Ceni sobre seus paradigmas não é o suficiente. É preciso inteligência espiritual: a coragem, a fé para agir, independentemente das pressões emocionais e das opiniões contrárias. 

O futebol é dinâmico e não aceita incongruências. Os paradigmas precisam ser quebrados a bem do objetivo maior durante uma competição, o gol. Se falta este, então é preciso mudar para que o mesmo aconteça. Jogador é pago para servir ao clube e não para o clube servir ao jogador. Se vai ferir egos, é problema pessoal do atleta e esse que se resolva. Mas mudar, repito, é preciso.    

Ora, se o próprio Técnico fala em coletiva que atuações como a do último jogo acontecido em Bragança Paulista “não confere com o que a gente trabalha todos os dias”, então, por que não mexer nesse time? Em caso contrário já não se trata de convicção do treinador com os seus preceitos, e sim de conivência com a própria teimosia, caso um algo a mais não ocorra. A obstinação de Ceni por seus objetivos me faz crer positivamente numa atitude mais efetiva sob pena de correr o risco de tudo que ele próprio construiu no Bahia se transformar num castelo de areia. 

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