é goleada tricolor na internet
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Publicada em 11 de junho de 2024 às 18:58 por Manuelito Magalhães

Manuelito Magalhães

Curta a Viagem

Recentemente, me vi assistindo o jogo entre os dois piores times do Brasileirão, Cuiabá e o ex-rival. Não se preocupe caro leitor, cara leitora, foi um masoquismo de ocasião. Mas, dada a péssima qualidade da partida disputada, me vi ao longo do jogo fazendo algumas reminiscências. Lembrei-me, por exemplo, que Clayson, atacante do time mato-grossense já foi o nosso Éverton Ribeiro. Ou seja, um jogador contratado para demonstrar ao mercado que o Bahia vivia um novo momento e que era capaz de contratações ousadas, disputando jogadores com equipes do centro-sul do País.

Me veio à lembrança também que, não faz muito tempo, vivemos ilusões parecidas com as que o time de Canabrava padece atualmente. Em 2021, ganhamos o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste e acreditamos que o elenco era suficiente para disputar o Campeonato Brasileiro sem maiores sustos. Acabamos empurrados para a série B. Não faz muito tempo corríamos atrás de jogadores dispensados pelos grandes clubes do Brasil para formar nosso elenco, os chamados refugos. Ou então, de atletas já na fase de declínio da carreira. Hoje, vemos um clube como o Corinthians cogitar contratar um de nossos goleiros-reserva.

Quando fazemos um gol e a bola passa pelos pés de Jean Lucas, Caio Alexandre, Éverton Ribeiro e Cauly, paramos para pensar quanto vale esse toque de bola? Quantos times podem se dar ao luxo de ter reservas como De Pena, Gilberto, Ademir e Biel? Ou uma dupla de zagueiros como Cuesta e Vítor Hugo, no banco?

É sempre bom olhar para trás para entender o quanto já avançamos. O Bahia mudou. Mudou muito. Mudou de patamar. E não digo isso pela colocação que alcançamos no campeonato. Isso é (ou pode ser) passageiro. Somos um novo Bahia. Temos nova postura em campo, joguemos em casa ou fora dela. Recuperamos a áurea tricolor dos anos setenta e oitenta e isso já podemos perceber, inclusive, na forma cautelosa como alguns clubes já encaram o Bahia. O melhor exemplo foi o jogo contra o Atlético-MG, empurrado pela torcida, mas que não arriscou muito e quando o fez, abriu espaço para que empatássemos e quase fizéssemos a virada.

Tropeçamos? Claro, o futebol é um esporte jogado por seres humanos, que tem dias bons e outros nem tanto, como todos nós na vida pessoal ou profissional. Há erros e acertos. A mudança se dá quando os acertos são maiores que os erros. É o que acontece hoje com o nosso time. Não será uma derrota ou um empate para um time de menor expressão que vão negar a evolução que já é visível. O que não podemos é nos deixar cegar pela paixão de torcedor e achar que tudo vai mal no primeiro tropeço. Agora, mais do que nunca é hora de respirar e seguir o conselho de Ferran Soriano: “curta a viagem!”.

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