Amigos Tricolores, na semana passada o excesso de trabalho não me permitiu escrever uma coluna comentando os fatos ocorridos em Fortaleza e colocando minhas expectativas para o jogo de Florianópolis. Adiei então para esta semana. Em todos os pensamentos que tinha antes do jogo do último sábado sobre os comentários que faria, em nenhum deles, nem em pesadelo, passava pela minha cabeça a possibilidade de perder o jogo na Ressacada. Não por arrogância muito menos por considerar que o time do Bahia seja infinitamente superior ao do Avaí. Mas sim, pelo espírito que a equipe Tricolor voltou a apresentar desde as duas partidas contra os cearenses. O time voltou a marcar as investidas dos adversários ainda no meio campo, matando jogadas de forma eficiente e partindo para o ataque de forma convincente, pecando apenas nas finalizações.
Pois assim também transcorreu o primeiro tempo na Ressacada. Nestes 45 minutos de jogo, estava nítido que a qualquer momento o Bahia poderia vencer a partida. Entretanto, mais uma vez a falta de um jogador finalizador, um matador – que diga-se de passagem não existe no elenco atual do Bahia – fez uma falta tremenda. E não adianta inventar resgatar o “ex-jogador” Selmir pois este não é nem nunca foi o tal matador. Mesmo com esta deficiência o ataque tricolor tem sido mais eficiente (ou seria menos ineficiente?) com a dupla Renna e Potiguar do que antes. Parece que o time sentiu o fato de perder tantos gols na etapa inicial. Voltou para o segundo tempo apático e displicente, deixando o Avaí começar a gostar do jogo. Tanto que permitiu que os catarinenses marcassem seu primeiro gol em jogada que foi treinada pela defensiva tricolor exaustivamente por toda a semana. Não há o que justifique tomar este gol desta forma. Mas o pior veio depois: a personalidade que o time teve em Fortaleza para reagir ao gol sofrido não se repetiu na Ressacada. Deste momento em diante o time do Bahia sumiu em campo e aí só deu Avaí. Graças à incompetência do time azul ficamos apenas no 2×0, pois fosse mais dilatado o placar a situação agora seria dramática.
O técnico Vadão não cometeu erros graves nesta partida. A escalação inicial foi correta, o time atuou a primeira etapa de forma correta, Robert melhorou em relação às últimas partidas. Talvez Vadão precisasse somente de um pouco mais de calma no momento das substituições. Igor já iria entrar de qualquer forma antes do Bahia sofrer o gol (o gol aconteceu justamente quando o jogador aquecia para entrar). Mas Vadão resolveu fazer logo mais duas substituições sem analisar o resultado da entrada de Igor e como o time tinha sentido o gol. Resultado: o time se perdeu em campo, passou a atacar de forma desorganizada, sem eficiência, sem conseguir furar a retranca catarinense e se expondo a tomar um gol bobo como o segundo gol da partida. Mas como eu disse: o fator psicológico, a falta de estabilidade emocional dos jogadores para assimilar o gol sofrido foi mais importante para a derrota do que a própria atuação do técnico.
Mas o que passou, passou. Olhando para a frente, vemos uma série B ainda bastante complicada. Com exceção da equipe da capital federal, todos os demais vão partir para o desespero na última rodada, inclusive o Avaí. Embora o time catarinense precise apenas de um empate para atingir sua meta, não terá vida fácil lá no Ceará. Isto porque a equipe cearense também tem chances não tão remotas de classificação. Fosse a partida um “amistoso” para os cearenses, a situação do Bahia seria deseperadora. Não há dúvidas que a equipe cearense tem time para vencer os catarinenses. Também não há dúvida que estes últimos são especialistas em montar uma boa retranca. O jogo de lá será muito disputado e acirrado e por isto mesmo tem boas chances dos cearenses vencerem por placar apertado.
Claro que de nada adiantará este resultado em solo cearense se o Bahia não fizer o dever de casa. A princípio contra um jacaré já comemorando o título numa espécie de “jogo das faixas” antecipado, o Bahia tem que fazer prevalecer o mando de campo como fez em todo o campeonato. Vencer e convencer. Temos time pra isto? Claro! Não tenho qualquer dúvida. Se o revés do último sábado for assimilado de forma positiva e ficar claro para todos que não há motivo para desespero, basta jogar o futebol ofensivo e aguerrido que vem apresentando, sem desguarnecer a nossa meta, tendo especial cuidado com os chutes de longa distância, e partindo pra cima dos brasilienses, temos plenas de condições de vencer até por placar mais elástico. Isto é o ideal. Mas considerando um placar apertado lá no Ceará, até 1×0 aqui na Fonte já nos serve. Em geral, os mandantes têm vencido suas partidas em todo o campeonato e neste quadrangular final também, salvo algumas lamentáveis exceções. Se esta regra se mantiver tudo leva a crer que estaremos – mesmo com todas as dificuldades – na série A em 2005.
Torcedor Tricolor, se você acredita nisto, se acredita que é possível e que venceremos este desafio, vá à Fonte Nova e apóie o time do início ao final. Mas se não acredita, vá pra praia, fique em casa, deixe o time e os torcedores que ainda acreditam fazerem seu trabalho lá na Fonte Tricolor e depois você fica sabendo o resultado. Eu acredito, eu estarei lá!!!
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.