Direito Inalienável

Eu gostaria neste momento de ser um cara isento, menos passional, digamos assim, mais centrado no equilíbrio quando o assunto é o Bahia. Assim eu não ficaria daqui achando que o time está pronto para isso ou aquilo outro. Não está pronto, é despreparado para decisões e é tão pequeno quanto os demais. Amarelou contra o Vitória em Feira de Santana e tremeu em Itabuna.

Só não digo que o título “já era” porque em futebol tudo é possível. Mas que esse time aí do Bahia é uma caricatura dele mesmo, na fase anterior, não há dúvida alguma. Vai vender ilusão, assim como o Bahia tem feito, só em bilheteria de cinema ou em casa lotérica!

Eu não culpo a diretoria do Bahia pelo possível e definitivo fiasco desta fase. Acho até que ela fez de tudo que lhe foi possível mediante as circunstâncias. Não sou incoerente nas minhas críticas, e nem acéfalo ao ponto de não lembrar das dificuldades que eu mesmo previ para o Bahia, neste ano, após o desastre da Fonte Nova.

Então fazer um time digno de ser campeão baiano, ou sequer uma bela campanha, sem estádio que proporcionasse boas rendas, tornou-se uma coisa quase impossível. Ninguém contava com a fatalidade do dia 25 de Novembro de 2007 que ceifou vidas e deixou o Bahia desabrigado, quase um autômato como sobrevivente de uma catástrofe.

As dificuldades deste ano têm sido tão grandes que um dos conselheiros mais ilustres do Bahia teve que bancar a subsistência da concentração com o seu cartão de crédito pessoal e conseguir empréstimo, também pessoal, de Trezentos Mil Reais, em bancos, para pagar despesas como a folha mensal dos jogadores e funcionários.

O porquê da conseqüência disso é uma outra história, uma outra discussão. Quem me prestigia lendo minha coluna sabe os motivos básicos, segundo a minha ótica, dessa tal conseqüência. Não há imediatismo nenhum que dê jeito no Bahia.

Na minha primeira coluna no ecbahia.com.br digo que “criticar é uma arte, quando o crítico é justo e conhecedor dos seus defeitos e virtudes, só assim poderá emitir juízos pertinentes ao comportamento da sociedade da qual faz parte”.

No mesmo texto escrevi que “acho que tudo passa pela renovação, nem sempre das pessoas, mas das idéias”, numa alusão clara de que nada pessoal tenho contra qualquer dirigente do Bahia, pelo contrário, tenho boas amizades, mas o tempo de externar o que penso sobre tudo que envolve o Bahia, seria como tem sido, um direito inalienável meu.

Então se tenho que eximir, no meu conceito, a diretoria do Bahia de culpas por um possível fracasso do time no campeonato baiano deste ano, faço-o com total discernimento e independência, porque nada melhor poderia ser feito em nível de investimento em jogadores devido às circunstâncias financeiras do Clube, especialmente neste ano.

Sei que desagrado neste momento a muita gente, mas o meu compromisso é com a minha consciência, com a verdade. É muito fácil culpar alguém quando as coisas dão erradas, principalmente quando esse alguém é minoria circunstancial (um cão danado… todos à ele!!), mas o importante é ter a grandeza de reconhecer que quem dirige os destinos do Bahia é também um torcedor.

Este é um ano completamente atípico para o Bahia. Não estou desculpando antecipadamente os possíveis acontecimentos negativos do time no futuro próximo que é a disputa na Segunda Divisão pelo acesso à elite do futebol brasileiro. Mas que espero muito seria mentir para mim mesmo.

Torcer contra como uma minoria faz, eu jamais farei! O Bahia não tem que ser resgatado no lodo das derrotas pelos “salvadores de pátrias”, o Bahia precisa vencer sempre porque esta é a sua finalidade. Disputas por poder é um outro caso extra-campo. O que me interessa, e aos verdadeiros tricolores, creio, é um time vencedor.

E se isso acontecer daqui pra frente, então, tudo estará bem para mim. Todavia não acredito nesse “tudo estará bem para mim”, porque o Bahia não tem cura à curto prazo. O mal é antigo e fez a estrutura apodrecer. A Fonte Nova e o Bahia são duas estruturas parecidas neste momento, que não precisam ser demolidas conforme a vontade de muitos, mas sim de reformas, profundas! Uma grande remodelação, respectivamente.

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O Vitória da Conquista não ser campeão baiano neste ano será uma injustiça sem dimensão. Tem sem dúvida alguma a melhor performance dentro de campo e fora dele.

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Quando a defesa do Bahia deixou de fazer gols e ainda por cima levá-los, aí a coisa foi por água abaixo. Diga-se, com todo respeito, Comelli se perdeu um pouco no jogo de Itabuna. Escalou e substituiu de forma infeliz.

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O sinal vermelho acendeu bem forte para Bahia e Vitória. O campeonato brasileiro começa já, para os dois, e seus times precisam melhorar em cerca 80% para competirem bem. Com esses times aí, Bahia e Vitória estarão juntos, em 2009, na segundona.