é goleada tricolor na internet
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Publicada em 18 de maio de 2023 às 17:36 por Carlos Patrocínio

Carlos Patrocínio

Drops de maio…

Drops de maio

 

Resolvi mudar um pouco o formato das colunas por aqui, pra tentar escrever sobre mais aspectos do nosso Bahia, mas tentando ser mais objetivo sobre cada assunto. E pensei no nome drops, que, em inglês, significa gotas; em português geralmente está associado àquelas pequenas balas e pastilhas, mas que também servem para definir textos curtos sobre um determinado tema.

A ideia é trazer textos curtos sobre diversos temas acho importantes sobre o Bahia. Então, vamos aos nossos primeiros drops tricolores.

Como é fácil fazer gol no Bahia…

Isso é algo que me chama muito a atenção e que me preocupa demais: como é fácil fazer gol no Bahia. É algo que manifesto a cada jogo. Contra o Coritiba, por exemplo, cheguei a brincar, quando o Bahia abriu o placar, que o jogo estava 1×1, porque sempre acho certo que o Bahia vai tomar gol. E, mesmo com o triunfo, isso aconteceu.

O fato é que o Bahia jogou 13 partidas contra times de série A ou B, triunfando em 4, empatando 2 e perdendo preocupantes 7 vezes. Nestas 13 partidas, foram 22 gols sofridos, contra apenas 13 marcados. Se limitarmos estes dados aos jogos contra times de série A, foram 8 jogos, com apenas 2 triunfos, 1 empate e 5 derrotas. Aqui foram 14 gols sofridos e 8 gols marcados.

É bem verdade que na Copa do Brasil, contra o Santos, com um meio de campo com 2 jogadores mais combativos à frente da zaga (Rezende e Acevedo), o time conseguiu ser mais consistente defensivamente e sair sem sofrer gols. Inclusive, acho que o maior problema defensivo do time sequer está na zaga em si, mas na volância, já que o elenco não possui opções combativas. Algo para Paiva e a diretoria enfrentarem na próxima janela.

Bahia x Flamengo: o que esquecer…

É bem verdade que, no segundo tempo, a arbitragem não foi bem, concentrando cartões exclusivamente para o Bahia e expulsando Kanu numa clara simulação daquele centroavante flamenguista, sobre quem prefiro não tecer mais linhas.

Mas, ainda que a arbitragem tenha agido mal, penso que o Bahia precisa orientar os jogadores a maneirarem nas reclamações. Sei que às vezes é difícil, mas é algo necessário. Lembremos que os primeiros amarelos de Rezende e de Kanu foram por reclamação, de modo que ambos se colocaram numa situação de risco, ainda mais na posição que jogam (entendo, para ódio da torcida, talvez, que a expulsão de Rezende foi correta).

Além disso, é impressionante como o Bahia se esforça para tomar gols (tema do drop anterior) e como não há marcação na frente da área defensiva tricolor. Era assustador como o trio de zagueiros ficava no mano a mano com os jogadores de ataque flamenguistas, muito em razão dos espaços gigantes na frente da área. Isso sem falar nas falhas defensivas nas jogadas aéreas defensivas.

Em suma: o Bahia, mesmo com um bom primeiro tempo na fase ofensiva, doou 3 gols para um time que nada fez.

Bahia x Flamengo: o que lembrar…

Erros defensivos e expulsão absurda a parte, é de se destacar a postura do Bahia após as expulsões e a capacidade de jogar quando teve a bola. Desde o primeiro tempo o Bahia foi mais perigoso, valendo lembrar que o primeiro gol do time saiu de uma linda associação ofensiva entre todos os jogadores de frente, passando pelo início da jogada, quando Cauly tabela com Arthur Sales, sem esquecer do meio da jogada, quando Thaciano, em toque único, dá um tapa para deixar Biel à feição para marcar um lindo gol.

Antes das expulsões, com um time mais ofensivo, se desfazendo da linha de 3 zagueiros depois de muitos minutos jogando assim, a equipe foi intensa, diminuiu o placar e, mesmo com 2 a menos, sem recompor a zaga, quase fez o Flamengo passar a vergonha de empatar com 2 jogadores a mais.

A volta do segundo tempo mostra que, em determinadas situações, parece possível que o time tenha uma escalação mais leve, com um quarteto de meias e atacantes composto por Cauly, Ademir, Biel e Everaldo, apoiado por uma dupla de volantes e quatro defensores em linha.

Bahia, Santos e postura…

Impressionante como, num intervalo de apenas 7 dias, entre 10 e 17/05, um mesmo time joga de maneiras tão distintas.

Na peleja do dia 10, pelo Brasileirão, vimos um Bahia esparramado em campo, com os conhecidos espaços entre a linha de zaga e a de meio campistas centrais, um bando de jogadores desconcentrados, distribuindo erros individuais e uma equipe incapaz de incomodar o adversário. Ao final, um 3×0 justo, que reflete a apatia de um dos lados e o oportunismo do outro, que foi premiado com um placar mais elástico sem precisar se esforçar muito.

Cerca de uma semana depois, pela Copa do Brasil, a única semelhança estava nos uniformes. Porque, desta vez, o time tricolor, em que pese ainda mostrar alguma lentidão na recomposição defensiva, se mostrou mais sólido, melhor plantado, com boas saídas em velocidade, exigindo 3 milagres do ótimo goleiro adversário.

A grande herança desse jogo me pareceu a escalação defensiva mais sólida, com os 3 zagueiros associados a 2 volantes com capacidade de marcação (Rezende e Acevedo). No segundo tempo, com exceção da ótima chance de Biel, achado em grande passe de Everaldo, faltou encaixar melhor o contra ataque.

Penso que este desenho mais sólido poderia encontrar mais capacidade de contra atacar se, à frente, tivermos Cauly centralizado, numa mistura de camisa 10 com falso 9, tendo Biel e Ademir fazendo a movimentação pelos lados e as diagonais, abrindo espaços para os alas.

A personalidade de Ryan…

Logo aos 11 minutos de Bahia e Flamengo, Matheus Bahia sentiu lesão e deu lugar a Ryan, jovem lateral esquerdo que recebeu algumas chances no início desta temporada e que foi totalmente ignorado pela comissão técnica ao longo de 2022, mesmo com os problemas crônicos da posição.

Confesso que fiquei preocupado, pois seria a estreia do lateral novato em Série A de Brasileiro, justamente com a Fonte Nova lotada. Mas a preocupação se tornou uma boa surpresa, já que o garoto mostrou personalidade, sem comprometer, tanto nesta partida quanto na seguinte, contra o Santos, pela Copa do Brasil, quando iniciou como titular.

Boa notícia para Renato Paiva, que parece ganhar uma opção de elenco, ainda que ache que uma das grandes missões do português seja recuperar o futebol de Chavez, que pelas expectativas, chegou para ser peça fundamental neste time. Ainda acredito no equatoriano, mas é importante ter opções de elenco.

 @c_patrocinio

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