E esse Bahia aí, rapaz?

“E esse Bahia aí, rapaz, vai ou não vai?… Brother, que diretoria incompetente da zorra, os caras vão buscar um monte de ferro velho, tudo refugo, depois quer ficar na Série A. Tem de contratar, rapaz, pode trazer jogador que a torcida paga, mas essas carniças aí…”.

– Não entendi efetivamente, fiquei sem palavras. Jobson, Carlos Alberto e Ricardinho são jogadores de ponta. Mas deixei o irritado Julinho falar. Não houvera sido bom encontrá-lo no shopping em tais circunstâncias, já que as segunda-feira, pós derrota tricolor, são terrivelmente desequilibradas pra ele.

“Esse René só faz falar bonito, mas não entende nada de bola… Como é que o time sai daqui pra tomar dois do Grêmio? Aquele jogo com o Flamengo era pra gente golear, mas os caras fazem um e a defesa toma dois! Pior foi contra América Mineiro, entregaram no segundo tempo. Tem de trocar o preparador físico!”.

– Que eu saiba preparo físico não é o problema, e muito menos o técnico. Golear o Flamengo não diria, mas o quesito defesa tricolor tem sido o calcanhar de Aquiles. Sair e perder de dois do Grêmio é resultado normal.

“Você viu em Porto Alegre? Se o Grêmio fosse um time melhor daria uns quatro no Bahia, Com esse time aí não tem jeito, vamos cair. Como é que manda Alison embora, aí ó, o cara tá matando a pau no vice!”.

– Que Alison ele anda vendo jogar?! Foi vice no Campeonato Baiano e jogou o normal dele contra o Guarani. Fiquei confuso, mas ele prosseguiu.

“Como pode mandar Jael embora só por causa de um soco que deu na cara do enfermeiro? Assim fica difícil permanecer na Primeira Divisão. Pense aí, um jogador como Junior Viçosa ali em Alagoas e os caras não trazem…”.

– Pensei com meus botões: o cara não sabe nem qual o cargo da vítima de Jael e ainda vem com essa de Junior Viçosa! Se o Bahia o traz, o mínimo que diriam é que “contratando jogadores das Alagoas não iremos a lugar algum”. Jael… Deixa o cara lá vivendo das fantasias do seu empresário, saco!

Julinho, falei, vou indo, cara, a gente volta ao assunto noutro dia. Ele ainda me pegou pelo braço e disse: “enquanto Souza tiver como titular não piso na Fonte Nova”. Ainda bem Julinho, porque até a Fonte Nova, Souza já foi!… Saí rápido, senão ele me segurava de novo.

Tive o bom senso de escutar mais do que falar, até porque era uma segunda-feira e nesse dia fico mais ajuizado, não discuto futebol com ninguém, principalmente, se o Bahia perde.

A pisada do torcedor é essa aí. Imagine, ninguém falava sobre Junior Viçosa, aqui, mas o Julinho já o havia “descoberto”. Jael… Um eterno balão de ensaio do seu empresário que uma hora o “coloca” no Grêmio, noutro dia “vai” pro Vasco, em seguida “acerta” com o Santos. E enquanto isso ele continua na Lusa.

The next day – no dia seguinte –, eis o problema do torcedor após uma derrota. Nada presta, tem de trocar tudo a cada resultado negativo. Para os dirigentes, o negócio é fazer ouvido de mercador nessas ocasiões, se ficar ligado perde o rumo e embarca na canoa de remo único do torcedor.

JOBSON

Mais uma minissérie protagonizada pelos dirigentes do Atlético Mineiro… Não entendi bem: acordo/contrato entre Bahia e Atlético envolvendo Jobson? O problema não é entre Botafogo e Atlético? Onde o Bahia entra nesse imbróglio? Ah sim, num contrato à parte com o Atlético, onde há uma multa caso o Bahia queira quebrar o acordo. Pague-se.

Antes consertar tarde que não consertar. Se bem que esse sufoco foi para resolver anteriormente a pendência entre Botafogo e Atlético, já que se corria o risco de não ter o jogador no Bahia. Quer dizer, ainda corre tal risco, vem aí o julgamento do jogador e sabe Deus o que pode acontecer.