é goleada tricolor na internet
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Publicada em 2 de fevereiro de 2010 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Ele prometeu, mas não mandou foi nada

“Ele prometeu, mas não mandou foi nada… Evilásio foi quem sempre deu a eles. Eles nada…”.

Esta frase dita pela irmã de Evilásio, o anãozinho da Fonte Nova, resume tudo o que o Bahia é hoje. Uma (ou várias) promessa não cumprida, que assiste à diminuição sistemática de sua torcida e ao extermínio de suas tradições, com o apoio de uma torcida que tudo dá e nada recebe.

Retirei a frase acima da reportagem de A Tarde sobre o falecimento de Evilásio, torcedor símbolo do Bahia, em que sua irmã afirma que o presidente do clube, o deputado Marcelo Guimarães Filho, telefonou e prometeu o envio de flores para o sepultamento de seu irmão, mas não cumpriu, como é a praxe da atual administração.

Eles conseguiram reduzir o clube a uma chacota nacional, mataram nossos símbolos, destruíram nossa raça, extinguiram nossa superação, exterminaram nossa alegria, tornaram nossas esperanças em motivo de humilhação pelo torcedor rival.

Trouxeram o homem que tentou nos humilhar por nossa constituição de “povão da baixa dos sapateiros”, condição verdadeira que ao contrário do que pensava o tal adversário é motivo de orgulho para mim.

Atualmente, somos obrigados a aturar o cidadão o que tentou nos ofender por nossa terra ser originalmente uma terra de índios, como toda a América.

Tentam elitizar nossa torcida com preços de ingressos exorbitantes.

Como se não bastasse o rastro de destruição dentro e fora de campo, estão erradicando a nação tricolor através da diminuição de sua torcida. Pesquisas demonstram a diminuição de nossa nação, que já não é a maior do Estado e vê a torcida do time do lixo se aproximar em quantidade, porque em qualidade jamais conseguirão se aproximar do “povão da baixa dos sapateiros”.

Sinais de que isso não é invenção da “imprensa rubro-negra” estão aí aos montes para quem não queira tapar o Sol com a peneira.

As escolas infantis e pré-escolares estão repletas de torcedores de clubes de outras praças, camisas do Bahia ainda não são raridades, mas estão em declínio nestas instituições. A propalada fidelidade tricolor e sua freqüência ao estádio já não são mais aquelas. A torcida está velha e cansada, sem renovação, sem entusiasmo, sem alegria.

Para quem duvida, tente ver um vídeo qualquer de nossa torcida nos anos oitenta e noventa e compare com o que se vê hoje nos estádios.

Enquanto a torcida não se renova por falta de atratividade do clube, os nossos tradicionais torcedores símbolos estão envelhecendo e falecendo. Nosso anãozinho da Fonte Nova faleceu por causa do Bahia, segundo sua irmã, no dia em que fomos humilhados pelo xará de Feira.

O tradicional Lourinho está exilado no Piauí, com problemas de locomoção que o obrigam a utilizar cadeira de rodas e nunca mais foi visto no estádio. Lourinho e o anãozinho, que nos faziam lembrar de grandes felicidades com o Bahia pelo simples fato de identificá-los na cidade.

Lembro de quando criança e adolescente, ver o anãozinho numa barraquinha de côcos da orla da Pituba, antes de um infeliz prefeito remover quase todas elas, empurrando muitos pais de família para o desemprego e a potencial marginalidade que nos encurrala em todos os cantos da cidade. Vê-lo me fazia lembrar do orgulho de ser Bahia, do mesmo modo que me sentia quando passava na Boca do Rio e via aquele muro com nosso escudo bi-campeão brasileiro.

Só nos restou, nos dias atuais, um tal torcedor símbolo que foi inventado pelo grupo atual e que, ao contrário dos outros citados, representa o atual Bahia sem dentes e sem pegada, que promete ser melhor que o Real Madrid e o Barcelona, mas não consegue nem ganhar do xará de Feira. Só de ver o cidadão, fico triste. Pra mim, ele representa essa era de decepções e amarguras com o futebol. Nada contra sua pessoa, mas tudo contra aquilo em que o tornaram símbolo.

Hoje, assistimos ao crepúsculo de um ex-titã que mesmo ainda tendo quase o dobro de torcedores, consegue vender menos camisas e ter menos sócios que o rival. Se fosse uma empresa privada, os administradores que conseguiram esses resultados seriam sumariamente demitidos, sem apelação.

Sofremos tudo isso por culpa de nossa apatia e falta de cidadania, que permitem que o orgulho e o egoísmo dessas pessoas que destroem o clube continuem por lá, dando a cada dia mais motivos para que sejamos humilhados.

Sofremos isso porque continuamos, como sempre, a dar tudo para eles e não receber nada em troca, somente promessas vazias, que nunca são cumpridas. Infelizmente, não despertamos nossa consciência cidadã, nosso senso de direitos e deveres e nosso senso de coletividade. Eles contam com isso para se perpetuarem no poder que eles mesmos estão aniquilando.

Enquanto nós não fizermos nada, eles permanecerão lá, tomando seu whisky em sua ilha particular e “rindo de nossa cara”, enquanto aos poucos vamos morrendo de desgosto.

Evilásio, que sua alma esteja em paz e em bom lugar.

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