Eppur si muove! “E ainda assim se movimenta!”, em tradução livre. Reza a lenda que Galileu Galilei teria murmurado essa frase perante o Tribunal da Santa Inquisição, após renunciar à defesa de sua teoria heliocêntrica, segundo a qual era a terra que se movimentava em torno do sol, escapando assim de uma condenação à morte, possivelmente numa fogueira. Nunca é demais lembrar que, na época de Galileu, predominava a visão geocêntrica, que colocava a terra como centro do universo, e em torno da qual giravam os demais corpos celestes. Quem pensasse de maneira diferente, era considerado um herege e sujeitava-se aos rigores da Inquisição, que de santa nada tinha…
Apesar da má vontade de parcela considerável dos torcedores, que insiste em não ver mudanças qualitativas entre o Bahia de 2024 e o de 2025, podemos como Galileu, dizer que, ainda assim o Bahia se mexeu. E movimentou-se bem. Encorpou o meio de campo com as chegadas de Erick, Michel Araújo e Rodrigo Nestor. Agora, acabou nosso drama de não termos banco para substituir jogadores que não se apresentem bem ou que cansem. O Bahia continuará a ser uma equipe que vai priorizar a posse da bola e a construção de “pé-em-pé” das jogadas ofensivas. E, para ter mais efetividade nas finalizações – o que nos faltou e muito no ano passado – trouxe Pulga e William José, sem falar no reforço do sistema defensivo, com a chegada de Mingo.
Ainda temos lacunas no elenco, claro. Nos falta um goleiro, um lateral esquerdo e, com a saída de Biel, um outro ponta. A boa notícia é que começamos a usar mais a base, espero que essa não seja uma decisão temporária, válida apenas para o Campeonato Baiano e primeira fase da Copa do Nordeste. No entanto, os avanços são inegáveis e a evolução positiva é visível, exceto para a parcela que insiste em só enxergar o copo “meio vazio”, concentrada em criticar qualquer atitude do clube e ávida por comemorar título de um campeonato desorganizado e sem expressão, como baiano. Esses vivem presos num passado em que, de fato, nos medíamos pelos resultados contra o ex-rival.
O Bahia pode mais e é esse algo a mais que devemos buscar. Para essa turma, chegar numa semifinal de Copa do Brasil e passar a ter maior expressão nacional, por exemplo, não vale tanto quanto ser finalista do Baianinho… e ai de quem pense diferente, será tachado de “passa-pano”, assim como os hereges de antigamente. Sorte que já não há mais fogueiras e a inquisição se dá em mensagens de WhatsApp!
Em homenagem a essa galera, cabe concluir como começamos e trazer uma outra frase atribuída a Galileu: “todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas. O problema é descobrí-las”. BBMP!!
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