é goleada tricolor na internet
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Publicada em 11 de setembro de 2013 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Explode um desejo reprimido

Vamos primeiro aos fatos: O centro de poder do futebol brasileiro é o Sudeste do país. A mídia de repercussão nacional lá se encontra. Nesse oligopólio, por mérito deles, foram admitidos mineiros e gaúchos. O Bahia foi quem primeiro ameaçou se constituir no polo alternativo hoje ocupado por pão de queijo e bombacha, mas lhe faltou constância, regularidade, uma sequência de campanhas consistentes.

Nosso Esquadrão, historicamente, alcançou píncaros de glória por duas vezes, em um universo de cinquenta e quatro competições nacionais de primeira linha, o atual, ou seus equivalentes, Campeonato Brasileiro, tornando-se o único clube nordestino a ameaçar, de fato e de direito, essa hegemonia que esfrega nas nossas caras as discrepâncias regionais do nosso país, sendo nós os primos pobres, os intrusos do banquete.

Pois bem, diante dessa realidade nua e crua, fomentou-se em nós um misto de orgulho pelas glórias já alcançadas e uma frustração por não termos conseguido nos manter na crista da onda, ou melhor, na ponta de cima das tabelas por muito tempo, tendo frequentado, mesmo, os porões do futebol brasileiro.

Tal estado de espírito, ciclotímico, diria Cássio Nascimento, acentua em nós, torcedores do Bahia, um desejo da zorra, maior talvez do que nos torcedores dos outros times, uns porque já acostumados à mediocridade, outros porque já não há novidade em ser campeão, de consolidarmos uma posição de proeminência no cenário nacional, de voltarmos a ganhar títulos importantes. Almejamos ardentemente um Bahia forte, temível, praticamente imbatível no nosso terreiro e respeitado em campos alheios.

Esse desejo andou por muito tempo reprimido em face do estado em que foi lançado o Bahia por mãos mais voltadas para seus próprios donos do que para o clube em si. Com isto, ficávamos a lamentar uns com os outros, a chorar nossas mágoas e a sonhar em quimeras com aquilo que poderíamos, mas não vislumbrávamos como ser, haja vista que o Bahia já não era nosso. Pertencia a um clã! E esse clã, o menos com que se preocupava era com o Bahia, era conosco, se sofríamos ou não.

Mas enfim, neste ano de dois mil e treze desta Era Cristã nos veio, pelos motivos, lutas e atitudes de homens já tão merecidamente cantados e louvados por nós, a libertação que tanto almejávamos. E dela se fez ressurgir, amplificado, o nosso desejo sufocado, agora travestido de determinação.

Mais do que isto, nasceu em nós um espírito de mobilização coletiva, uma sede de participação, uma consciência de que o Bahia agora é nosso de fato e de direito e de que o seu tamanho será proporcional aos nossos sonhos e à nossa capacidade de realizá-los. Portanto, a depender dessa nossa disposição, poderosos do eixo Sudeste/Sul, preparem-se que o primo pobre vai invadir sua praia! O Bahia está chegando de novo. E agora, para ficar!

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