é goleada tricolor na internet
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Publicada em 29 de maio de 2025 às 00:26 por Cassio Nascimento

Cassio Nascimento

Faltou ódio

Faltou ódio ao Bahia. A Libertadores é uma competição que não admite erros. Os inúmeros casos de violência intra/extracampo que marcaram esta competição, em toda sua história, não são nada menos do que a alma latina em busca da “glória eterna”, se é que existe algo eterno nessa vida (religiosos, não me encham o saco, por favor).

Não pretendo aqui fazer apologia à violência, sendo que o “ódio” é num sentido muito mais abstrato. Ódio de sudestino e sulista; ódio da imprensa do eixo Rio-São Paulo; ódio provocado naqueles que acham um absurdo um clube nordestino estar na ribalta (e ódio de racista também). Pois bem, o Fortalesma do desgastado treinador Voivóda (o erro é proposital) tem caído de produção, bem como tem feito escolhas equivocadas para o seu elenco. A torcida do time do Pici, simplesmente, não tá comendo reggae nenhum disso e chegou junto, cobrando geral. Enquanto isso, na Fazendávila City, tudo às mil maravilhas. Embevecidos com os justos e seguidos elogios de alguns periodistas sudestinos, alguns torcedores do Bahia tem se esquecido de uma coisa: não podemos mais perder tempo.

Tempo este perdido com o Sr. Ceni, um treinador inteligente, porém teimoso e com um perfil de jamais assumir (pessoalmente) a responsabilidade pelos resultados adversos. Por vezes, age como o professor que diz, logo de cara, para se eximir do futuro fracasso dos seus pupilos no mercado de trabalho: “Eu sou apenas um facilitador, um orientador”. Obviamente, Ceni não está em campo, não perde gols em profusão como willians, luchos e jeans; e tampouco faz as cagadas de M. Felipe nas saídas de bola (se bem que ele poderia se inscrever como atleta só pra cobrar umas faltinhas, o que nos falta desde o jurássico Lima…).

Voltando desta breve divagação, Ceni e seus superiores são, em grande parte, os responsáveis por essa ilusória e fracassada campanha na Libertadores. Ataque que não marca (boa parte dos gols tem sido marcados por volantes e meias), defesa que volta e meia fica desguarnecida e toma gols inacreditáveis como os do Nacional uruguaio na Fonte… fruto de más escolhas na filosofia tática, no perfil de atletas em campo e nas necessárias contratações até agora não concretizadas.

O Bahia não chuta de longe, o Bahia quer entrar tabelando contra defesas bem montadas, o Bahia não tem cobrador de falta “oficial”, o Bahia não consegue nem fazer seus atacantes de ofício fazerem gols. O Bahia leva contra-ataque, o Bahia tem goleiros não confiáveis, e Ceni continua, impávido, no seu feijão-com-arroz.

Alguns dirão: “jogamos hoje como time grande”. De fato, aquele Bahia medroso e covarde parece ter ficado no passado. Assistimos aos jogos não mais com aquela sensação de derrota iminente. O City é uma realidade, e sairá de cena apenas quando quiser – e passar o ponto a um terceiro. Temos elenco e potencial para conquistas muito maiores, ok. Tenho visto alguns torcedores se conformando e dizendo “foi bom enquanto durou”, ou “gostei muito de ver meu time de volta na Libertadores”; ou então “ganhamos experiência para a próxima vez”. Sinto informar, mas Jean Lucas, Caio Alexandre, Everton Ribeiro, Ramos Mingo, Willian José e outros menos votados são qualquer coisa, menos menino novo. O que esses caras tem de experiência em grandes competições não é desculpa para absolutamente nada.

Reconheço, inclusive, os esforços do elenco, que parece ser unido e coeso. Mas, infelizmente, o Bahia precisa de ódio no coração. Precisa de treinador, de uns 2 volantes arranca-toco com bom passe; de um centroavante matador com 20 gols em 18 jogos, essas coisinhas também. Tanto o clube quanto sua torcida precisam entender uma coisa: passou da hora de odiar e de sermos odiados. Odiar derrotas, eliminações, etc. Odiar todos os “antis” que não aceitam ver um nordestino no topo. Causar ódio em bocas e rivers; em peñaróis e olimpias.

Estou mais pros 50 do que pros 40; e quero ver o Bahia conquistar algo maior que 1988 dentro de campo antes de me tornar um velho demente e decrépito (ou de morrer mesmo). “Eu tenho pressa de vencer”, diria o eu-lírico de uma canção intimista de uma banda punk de Recife chamada Devotos (do Ódio). Passou a fase de euforia, e, como diriam os jovens rapazes que assolam o entorno dos estádios brasileiros: “acabou a paz”.

Em tempo: por mim, bota mistão nessa Sulamericana dos Rejeitados e manda se lascar (pra não dizer outra palavra). Que nos classifiquemos para a fase de grupos jogando bola, no Brasileirão. De nada adianta jogar Liberta se nem os de casa a gente consegue vencer.

2025 praticamente encerrado: agora é manter a regularidade, preferencialmente dentro do G4 nacional.

Saudações Tricolores!

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