é goleada tricolor na internet
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Publicada em 11 de outubro de 2009 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Fora coveiros! Fora diretoria!

Eu sabia que não devia ter ido a Pituaçu na última sexta-feira. Sabia, como acabei confirmando, que iria presenciar mais um vexame. Só fui porque meu filho Renê, que está morando na Austrália, me ligou pedindo para eu ir, para dar uma força ao Bahia, vez que ele, tão longe, não poderia dar. Peguei meu cartão do Bora Bahêa e fui. Teria feito melhor se não fosse. Boa romaria faz quem em sua casa fica em paz. Pelo menos fiz minha catarse e gritei a plenos pulmões justos e merecidos impropérios contra essa diretoriazinha chinfrim que assola o Bahia.

Contra todas as evidências, a imensa comunidade tricolor tinha dado, no início deste ano, um inequívoco crédito de confiança à nova diretoria. Tal erro talvez tenha sido fruto da aparente juventude do novo presidente. Aparente porque, embora jovem em idade, ele tem provado que é velho nos métodos e representa a continuidade do amadorismo e da incompetência que levaram o Bahia à série B, depois à C, à B de novo e agora de volta à C.

Era óbvio que o sucessor do inexpressivo Petrônio Barradas não merecia esse crédito de confiança. Filho de um dos maiores responsáveis pelo processo de avacalhação que vem destruindo o Bahia, o novo presidente foi eleito pelo mesmo Conselho Deliberativo fajuto que já tinha colocado naquela cadeira desde o nefasto e carcomido Maracajá ao não menos danoso Marcelão pai. Mesmo assim, tapando os olhos ao que estava acontecendo, torcida e oposição, ingenuamente, diria mesmo abestalhadamente, deram uma carta branca à nova diretoria – tão branca que incluiu até aceitar a contratação de um ex-presidente do Vitória para gerir o futebol do clube.

Não seria justo, porém, atribuir unicamente ao controvertido Paulo Carneiro a culpa por todas as atuais mazelas do departamento de futebol do Bahia. Mesmo que assim o fosse, não teria sido, porque culpa maior, culpa imensa, culpa de verdade cabe a quem o escolheu. É oportuno, aliás, a torcida tomar conhecimento de que Carneiro deu murro em ponta de faca, mandou muito menos do que esperava mandar e do que todos acreditavam que ele mandaria, engoliu sapos imensos e não foi o responsável por parte significativa das contratações feitas.

E sabem quem é que dá as cartas no Fazendão enquanto o presidente exerce em Brasília o seu mandato de deputado federal? Nada mais nada menos do que o ex-presidente Marcelão pai, que rebaixou o Bahia para a terceira divisão, e o presidente do Conselho Deliberativo, o notório Ruy Accioly, um dos mais medíocres e incompetentes dirigentes esportivos da história do futebol baiano. Foi Accioly quem contratou quase metade desse elenco mambembe que hoje, lamentavelmente, veste o manto sagrado tricolor. Paulo Carneiro bem que poderia esclarecer essa história, mas calado está e calado deve continuar, mesmo porque tem dinheiro para receber do Bahia. Aliás, quem não tem? Os jogadores e funcionários que o digam.

Uma coisa é certa e inquestionável: o time que esses incapazes montaram só conseguiu dois pontos dos últimos 24 disputados, jogando contra equipes da pior qualidade e mostrando que é o pior entre os piores. Enfrentamos e levamos cacete de adversários do quilate do Duque de Caxias, do ABC, do Fortaleza e do próprio América, que deixou o Bahia de quatro lá em Natal e aqui só não ganhou porque deu azar.

Sem tempo nem dinheiro para contratar mais, sem conseguir colocar em dia os salários pelo menos dos jogadores, sem time decente em campo, sem gente séria e competente para tocar o clube, que resta agora ao Bahia? Não custa repetir o óbvio, o que todos sabem: restam apenas sua gloriosa história e, principalmente, sua imensa e fiel torcida – o que, felizmente, não é pouco.

Para que o clube continue tendo história, contudo, é preciso que a torcida mostre sua força não apenas no estádio. Se a torcida não se mobilizar agora, o Bahia vai acabar, esses caras vão acabar com o Bahia. Estão bem perto disso. Portanto, é preciso derrubar essa diretoria. Esta tem que ser, agora, a palavra de ordem da grande multidão de verdadeiros tricolores: Fora coveiros! Fora diretoria! Disfarcem e peçam para sair. Senão, vamos ter que tirar vocês.

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